quinta-feira, 5 de maio de 2011

Presidente do IPEA participa da 49ª AG e faz uma Análise da Conjuntura Social brasileira


DSC_0034“Estamos vivendo um momento em que as instituições são fundamentais na formação da opinião pública, e neste sentido a Igreja tem uma inegável na oportunidade de ajudar na melhor compreensão da realidade e ajudar a formar grandes convergências em torno da imensa desigualdade brasileira”. Essas foram algumas palavras do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Pochmann, que fez ontem, 4, uma Análise da Conjuntura Social aos bispos participantes da 49ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece em Aparecida (SP).

Esta não é a primeira participação do economista numa assembleia da CNBB. Nos anos 1990 ele foi convidado a falar, à época, sobre desemprego no Brasil. “Aquela vez foi uma discussão maior do ponto de vista da atuação da Igreja frente a esse tipo de realidade. Hoje a percepção que eu tenho é de uma compreensão de outra ordem do ponto de vista da reação dos bispos em termos de questões e considerações a respeito do entendimento da velocidade das mudanças que estão em curso”.

DSC_0041Segundo Márcio Porchmann, o que ele destacou aos bispos foi sobre o que historiadores chamam de aceleramento da História. ”Estamos em um momento histórico, em que vivemos mudanças abruptas, e de tempos em tempos essas mudanças ocorrem de maneira mais acelerada. O problema da demografia, por exemplo, é absolutamente inédito no caso do Brasil. Em duas décadas a população vai mudar completamente. Há um processo de envelhecimento muito grande, redução da presença de pessoas com idade mais jovem, vai começar a sobrar vagas nas escolas, consequentemente um esvaziamento das cidades (cidades mortas)”. O pesquisador citou o exemplo de um bispo que afirmou que antes, em sua diocese havia 500 casamentos por ano, e hoje, há 50. “Sinal claro da redução populacional e aumento migratório brasileiro”, disse Porchmann.

Para a 49ª Assembleia, Márcio falou também sobre migração social. “O Brasil, de certa maneira, foi um país que houve muita mobilidade. Atualmente há um aumento migratório significativo, então há a preocupação da Igreja na capacidade de interferir nesse fenômeno, e na verdade a Igreja faz parte de uma sociedade em transformação, por isso o IPEA veio aqui hoje para propor um acordo de cooperação técnica com a CNBB, com o objetivo de fornecer informações mais precisa do ponto de vista de assuntos como: demografia, processo de envelhecimento, mudança da estrutura das famílias. Então a preocupação da Igreja é substancial do ponto de vista de uma instituição milenar. É entender o seu próprio tempo. A Igreja não é uma instituição atemporal, ela procura conhecer melhor o seu momento a sua realidade do ponto de vista de uma atuação, especialmente em uma Conferência como esta, que diz respeito a construção de grandes convergências, do ponto de vista da atuação”.

Porchmann finalizou dizendo que haverá, após a Assembleia, em local e dada ainda incerto, uma reunião com CNBB para ratificar o acordo de cooperação entre ambas as instituições.

Fonte: CNBB

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