segunda-feira, 9 de maio de 2011

49ª AG: Bispo de Jales defende que novo Código Florestal deve ter aplicações diferenciadas para cada bioma do Brasil


“Se há um assunto que precisa ser bem pensado é o Código Florestal brasileiro. Ele implica com o meio ambiente. Mas implica também com a viabilidade da agricultura. E em decorrência, com a produção de alimentos e com a sobrevivência de milhões de agricultores”. Esta é uma frase do texto escrito pelo bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira, dom Demétrio Valentini, a respeito do Código Florestal que tramita no Congresso Nacional. Ele, juntamente com o arcebispo emérito de São Paulo (SP) e ex-prefeito da Congregação para o Clero, cardeal dom Cláudio Hummes e o arcebispo de Olinda e Recife (PE), dom Antônio Fernando Saburido, foram os convidados a participar da coletiva de imprensa, que se realizou na tarde de hoje, 9, na cidade de Aparecida (SP).

Segundo dom Demétrio Valentini, a abordagem a este assunto [Código Florestal] requer equilíbrio e bom senso. “O debate em torno das mudanças a serem introduzidas no novo Código Florestal exigem competência e responsabilidade. É necessário levar em conta o conhecimento científico e as advertências da ecologia sobre a preservação do meio ambiente, mas é preciso igualmente levar em conta os grandes avanços tecnológicos da agricultura, que possibilitam agora colocar em outros termos a prevenção ambiental”.

Ainda falando do Código Florestal, dom Demétrio afirmou que o mais difícil será conciliar os objetivos dos grandes latifundiários, dos ambientalistas e dos pequenos proprietários de terras. “O Código Florestal não pode se abrigar debaixo de uma bandeira única. Seja ela bandeira dos ecologistas, ou bandeira do agronegócio, ou a bandeira dos agricultores familiares. Ele precisa atender ao mesmo tempo a todas as demandas legítimas dos diversos reclamos que devem encontrar audiência num novo Código Floresta, que leve em consideração o conjunto dos aspectos a serem devidamente contemplados”, afirmou.

Segundo o bispo de Jales, o Código deve levar em conta os diferentes biomas e os diferentes tipos de solo existentes no território brasileiro. “Um Código Florestal sábio e adequado precisa ter como ponto de partida esta diversidade, que não pode ser impunemente padronizada. Precisa ser um código que comporte adequações e averiguações de circunstâncias. O assunto tem semelhança com os biomas. O retrocesso real seria agora algo que ignore esta diversidade”.

49ag_domdemetriovalentiniPara o bispo, o “fiel da balança” será o Governo federal. “Eu até faço um apelo ao Governo, dependendo de como a lei será votada e a presidente da República tem a capacidade, possibilidade e a responsabilidade de vetar algum ponto, dado as graves consequências que podem advir de decisões equivocadas, caberá a Presidência da República vetar parte da lei”, destacou dom Demétrio.

“A preservação do meio ambiente é de interesse de todos, de todo agricultor, e a riqueza maior do agricultor é a terra que ele trabalha preservar essa terra é interesse da agricultura, por isso esperamos um código que haja proteção ambiental, com destaque muito forte para a preservação da Floresta Amazônica, preservar ainda o que resta da Mata Atlântica, um código que tenha aplicações diferenciadas para cada bioma do Brasil, que leve em conta os avanços tecnológicos da agricultura e que viabilize toda agricultura, principalmente a familiar”, sintetizou o bispo de Jales, dom Demétrio Valentini.

Fonte: CNBB

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