sábado, 25 de setembro de 2010

Celebrando o Dia da Bíblia e São Jerônimo


A Bíblia é o livro da fé por excelência, a base de toda a doutrina cristã. Nela se fundamentam os valores e os princípios que norteiam nossa vida; nela encontramos a revelação de Deus Pai a transmitir a seus filhos os ensinamentos para a plena realização. Ela é a “Palavra de Deus escrita na linguagem dos homens”.

Toda a Bíblia quer revelar o projeto de Deus: a libertação integral dos homens. Mostra um Deus que se preocupa com seu povo, libertando-o da escravidão do Egito; que busca a justiça dos pobres e excluídos; que não quer a morte mas o arrependimento e a vida do pecador. Mostra um Deus que deseja que todos tenham vida e a tenham em plenitudeNo último domingo de setembro, mês dedicado à Palavra de Deus, a Igreja celebra o Dia da Bíblia. A data é escolhida em função da proximidade da festa de São Jerônimo (dia 30), que dedicou sua vida ao estudo das Sagradas Escrituras. Exegeta, grande teólogo e doutor da Igreja, possuidor de uma grande cultura literária e bíblica, ele foi responsável pela tradução da Bíblia para o latim, edição conhecida como “Vulgata”.

A Bíblia é um conjunto de 73 livros de vários autores, escritos em épocas e locais diferentes, durante mais de mil anos. Certamente uma coleção literária com tais peculiaridades correria o risco de dispersão no seu conteúdo. Por que isso não aconteceu? Porque há um fio condutor, uma idéia comum que perpassa todos eles, do Gênesis ao Apocalipse: a aliança entre Deus e os homens.

A celebração do Dia da Bíblia nos lembra o nosso compromisso com a Palavra de Deus, convidando-nos a viver, nesta sociedade de tanta desunião, a nossa aliança com Ele, revelada na fraternidade, sinal mais marcante de seu reino.

São Jerônimo

No dia 30 de setembro, celebra-se a memória litúrgica de São Jerônimo que dedicou sua vida ao estudo da Bíblia. É considerado um dos doutores da Igreja, possuidor de uma grande cultura literária e bíblica. Foi responsável pela tradução da Bíblia para o latim, edição conhecida como “Vulgata”; ela se tornou texto oficial de referência para toda a Igreja, especialmente para a Igreja latina do Ocidente.Tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras, é grande teólogo e doutor da Igreja.

Nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347. Com a morte dos pais, herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada. Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com uma certa liberdade. Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor.

Ele foi batizado pelo Papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.

Voltou para Roma em 382, chamado pelo Papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" (que significa “usual, comum”) e tornou-se oficial no Concílio de Trento.

Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Morreu no ano 420, em 30 de setembro, com, praticamente, 80 anos de idade. Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Papa no Reino Unido















Dentre os dias 16 - 19 do corrente, o Santo Padre realizou sua 17ª Viagem Apostólica fora da Itália, o País visitado pelo Pontífice foi o Reino Unido; onde Sua Santidade teve uma agenda extensa: Encontro com as Autoridades no Palácio Real; Santa Missa no Bellahouston Park; Encontro com o mundo da Educação Católica na Capela e no Campo Esportivo do St Mary’s University College em Twickenham; Encontro com o líderes de outras religiões no Waldegrave Drawing Room do St Mary’s University College em Twickenham; Visita de cortesia ao Arcebispo de Canterbury no Lambeth Palace; Encontro com os expoentes da sociedade civil, do mundo acadêmico, cultural e empresarial, com o Corpo Diplomático e com os líderes religiosos no Westminster Hall; Celebração Ecumênica no Westminster Abbey; Santa Missa na Catedral do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo; Visita à Casa de Repouso para Idosos St. Peter's Residence; Vigília de Oração pela Beatificação do Cardeal John Henry Newman no Hyde Park; Santa Missa com a Beatificação do Venerável Cardeal John Henry Newman no Cofton Park de Rednal e Recitação do Angelus; Encontro com os Bispos da Inglaterra, Gales e Escócia na Capela do Francis Martin House do Oscott College. Por ser uma nação protestante, houve vários protestos contra a Visita do Santo Padre, inclusive suspeita de atentado terrorista, mas mesmo assim os Católicos de tal nação, sairam as ruas para verem o Sucessor de Pedro.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Começa a visita de Bento XVI ao Reino Unido


O papa Bento XVI chegou nesta quinta-feira, 16, a Edimburgo, na Escócia, iniciando sua visita de quatro dias ao Reino Unido, que inclui quatro cidades e se concluirá com a missa de beatificação de John Henry Newman, domingo de manhã, em Birmingham. O papa foi acolhido no aeroporto pelo príncipe Filipe e seguiu para o palácio de Holyroodhouse, residência real na Escócia.

Ao saudar o papa, a rainha de Inglaterra, Isabel II, falou sobre a liberdade religiosa. “A liberdade religiosa está na base da nossa sociedade democrática”, disse a Rainha. Ela prestou homenagem ao contributo da Igreja Católica à educação e à assistência social aos mais pobres. Isabel II destacou, ainda, o trabalho que a Santa Sé faz em favor da paz mundial e da solução dos problemas como a pobreza e mudanças climáticas.

Bento XVI, por sua vez, agradeceu à rainha e às outras autoridades do país o convite para a visita e o acolhimento recebido. Ele falou da fé dos monarcas da Inglaterra. “Os monarcas da Inglaterra e da Escócia eram cristãos deste os primeiros tempos e incluem santos como Eduardo o Confessor e Margarida da Escócia. Muitos deles exerceram conscienciosamente os seus deveres de soberanos, à luz do Evangelho, modelando de tal modo a nação no bem, em profundidade”, disse o pontífice.

“A mensagem cristã tem sido parte integrante da linguagem, do pensamento e da cultura das populações destes Ilhas, por mais de mil anos. O respeito dos vossos antepassados pela verdade e pela justiça, pela clemência e pela caridade, chega até vós, a partir da fé que permanece uma potente força para o bem no vosso reino, com grande benefício quer para os cristãos, quer para os não-cristãos”, acrescentou o papa.

O papa preside, às 17h15, hora local, uma missa campal em Glasgow, deixando depois a Escócia a caminho de Londres, onde pernoita.

Amanhã, 17, Bento XVI se encontra com líderes cristãos e de outras religiões, nomeadamente com Rowan Williams, arcebispo da Cantuária, sinal de unidade dos bispos e Igrejas da Comunhão anglicana. Entre as seis alocuções públicas que Bento XVI profere neste dia 17 sobressai o discurso que dirigirá a toda a sociedade civil, no Westminster Hall, ao lado do Parlamento britânico.

No terceiro dia da visita, ainda na capital, Bento XVI tem reuniões com o primeiro-ministro, o vice-primeiro-ministro e o líder da oposição. O programa prossegue com a celebração de missa, na catedral católica, com os fiéis britânicos, terminando com uma vigília de oração no Hyde Park.

Já no domingo, 19, o papa parte para Birmingham, onde preside à missa campal em que vai ser beatificado o cardeal Newman. Antes do regresso a Roma, Bento XVI reúne-se com os bispos de Inglaterra, Escócia e Gales.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Exaltação da Santa Cruz


No dia 14 deste mês, a Igreja celebra a festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz. Como a da Transfiguração, também essa festa é intensamente celebrada na Igreja Oriental e participa da mesma atmosfera: a presença da glória divina no sofrimento e morte de Jesus. A liturgia renovada deu a essas festas um destaque especial, tendo em vista a comunhão com as Igrejas Orientais.

A festa da Exaltação da Santa Cruz tem origem no século 4º, em 13 de setembro de 335, quando se celebrou a Dedicação das basílicas do Gólgota e do Santo Sepulcro, construídas pelo imperador Constantino; no dia seguinte, foram apresentados fragmentos da Cruz em que Jesus foi crucificado. A festa foi trazida para o Ocidente, no século 7º, pelo Papa Sisto I.

Em nossa diocese, Santa Cruz é festejada como padroeira de uma paróquia em Rio Claro, de uma paróquia em Piracicaba (que tem São Dimas como copadroeiro) e de uma quase-paróquia no bairro rural de Anhumas, também em Piracicaba.

Festa do Cristo vencedor

Na festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz, celebra-se a exaltação do Cristo vencedor. Também se exalta a salvação que nos vem pela cruz; nela Jesus Cristo, verdadeiro Deus verdadeiro homem, fez a entrega da sua vida pela vida do mundo. O Cristo Crucificado, pela sua morte e ressurreição, trouxe-nos vida e salvação.

“Quanto mais abraçamos a Cruz, mais nos aproximamos de Jesus que está cravado nela.” (Bem-aventurado Charles de Foucauld)

A celebração litúrgica quer reavivar em nós o amor pela cruz. E o evangelho dessa festa (Jo 3, 13-17) nos revela a razão dessa devoção: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado (na cruz) o Filho do Homem, para que todo aquele que nele crer tenha a vida eterna. Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.”

O fio central da liturgia é o simbolismo da elevação na cruz como elevação na glória, desenvolvido por São João no evangelho. Na sua crucificação, levantado ao alto, Jesus é sinal da salvação realizada pelo amor de Deus, como a serpente de bronze levantada por Moisés no deserto foi sinal de salvação para o povo (1ª leitura). Por isso, contemplamos a cruz de Cristo, “da qual pendeu a salvação do mundo”. E, professando nossa fé, bendizemos ao Senhor que “pela Santa Cruz remiu o mundo”.

Sinal de vida e salvação

“A cruz, antes de ser sinal de sofrimento e de morte, é sinal de salvação. A celebração nos ensina a olhá-la como manifestação do amor de Deus. Por seu amor e ternura radical, Ele, assim como uma mãe ou um pai, não gosta de ver seus filhos sofrendo. E não pode ser visto como mandante do assassinato do próprio Filho. Jesus morreu em consequência de sua fidelidade ao Pai. Foi vítima das autoridades da época, que o consideravam perigoso. De fato, a cruz era o suplício dos escravos e dos subversivos.” (Padre Nilo Luza, SSP)

A cruz é o maior símbolo de nossa fé, é o estandarte sobre o qual se eleva e se exibe ao mundo o amor de Deus. Ela atrai o olhar de todos que procuram a salvação. Ela atrai os olhares de toda a humanidade, como se proclama na Liturgia Eucarística dessa festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós por ti redimidos te cantamos louvor.”

A cruz nos fala de um amor sem medida, capaz de ir até o fim: “Como amou os seus que estavam neste mundo, amou-os até o fim”. Este amor até o fim está bem retratado nas palavras do Apóstolo Paulo: “Jesus Cristo tinha a condição divina e não se apegou à sua igualdade com Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, apresentando-se como simples homem, humilhou a si mesmo e foi obediente até a morte e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou!” (Fl 2, 2-6)

Pela cruz à ressurreição

“Todas as ações de Cristo são glória da Igreja Católica, mas a glória das glórias é a Cruz do Senhor.” (São Cirilo de Jerusalém)

Depois que Jesus Cristo morreu na cruz, ela se tornou sinal de vida e não mais de morte, sinal de salvação e não de castigo ignominioso. Ela passou a ser sinal de exaltação e de glória, tornou-se sinal de vitória e não de derrota.

“Quando eu for levantado na cruz, atrairei tudo a mim.” Foi por amor que Ele foi levantado na cruz: “Prova de amor maior não há que doar a vida.” Esse amor é que nos atrai. A cruz nos mostra, mediante a fé, até onde vai o amor de Cristo. Foi elevado na cruz para que ninguém ficasse sem vê-lo. E vendo-o nos deixasse fortemente atraídos por ele.

Não podemos falar da morte de Jesus Cristo na cruz e esquecer a ressurreição. São Paulo, escrevendo aos cristãos de Corinto, falou de um modo taxativo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.” (1 Cor 15, 14)

Ao ressuscitar dos mortos, Jesus Cristo sepultou para sempre o nosso pecado e abriu a porta para a vida nova. Ele ressuscitou e nos ressuscitou com Ele, por isso o apóstolo nos adverte: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita do Pai; afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra.” (Cl 3, 1-2)

Pela cruz à luz

Na cerimônia batismal, quando fomos apresentados à comunidade, fomos marcados com o sinal da cruz. Todas as celebrações se iniciam e terminam com esse sinal. E todos os dias, desde o momento que levantamos até a hora do repouso, são várias as ocasiões em que nos persignamos, traçando em nós o sinal da cruz redentora de Jesus.

Depois que Jesus Cristo morreu na cruz, ela passou a ser uma exigência para quem deseja tornar-se seu discípulo. O cristão vive de fé e na fé; é com fé que acolhe a Palavra do próprio Cristo: “Deus amou de tal forma o mundo que entregou seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3, 16) Na expressão de São Bernardo, “pela cruz é que se alcança a luz”.

Na Liturgia das Horas, a Igreja reza: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós por ti redimidos te cantamos louvor.” Nós louvamos e bendizemos a Jesus, porque pela sua santa cruz nos libertou da escravidão do pecado e nos tornou irmãos e filhos do seu Pai.

A cruz está presente em nossas vidas. Em nossas igrejas, em muitos lares e prédios públicos, ela se destaca como ícone sagrado de nossa fé. E são muitos os cristãos que fazem questão de carregar um crucifixo, pois, como ensina São Paulo, “não pretendo jamais gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gl 6, 14)

domingo, 12 de setembro de 2010

Padre Pio de Pietrelcina



Herdeiro espiritual de São Francisco de Assis, o Padre Pio de Pietrelcina foi o primeiro sacerdote a ter impresso sobre o seu corpo os estigmas da crucifixão. Ele é conhecido em todo mundo como o "Frei"estigmatizado. 

O Padre Pio, a quem Deus deu dons particulares e carismas, se empenhou com todas as suas forças pela salvação das almas. Os muito testemunhos sobre a grande santidade do Frei, chegam até os nossos dias, acompanhados de sentimentos de gratidão. Suas intercessões providencias junto a Deus foram para muitos homens causa de cura do corpo e motivo de renovação do espírito.

O Padre Pio de Pietrelcina que se chamava Francesco Forgione, nasceu na Pietrelcina, num pequeno povo da Província de Benevento, em 25 de maio de 1887. Pertencia a uma família humilde tendo como pai Grazio Forgione e a mãe Maria Giuseppa Di Nunzio tinham outros filhos. Desde muito menino Francesco experimentou em si o desejo de consagrar-se totalmente a Deus e este desejo o distinguia de seus coetâneos. Tal "diferença" foi observada por seus parentes e amigos. Narra a mamãe Peppa: "Não cometeu nunca nenhuma falta, não tinha caprichos, sempre obedeceu a mim e a seu pai, a cada manhã e a cada tarde ia à igreja visitar a Jesus e a Virgem. Durante o dia não saia nunca com os seus companheiros. Às vezes eu dizia: - "Francì vá um pouco a brincar". Ele se negava dizendo: - "Não quero ir porque eles blasfemam". Do diário do Padre Agostinho de San Marco em Lamis, o qual foi um dos diretores espirituais do Padre Pio, soube que o Padre Pio, desde 1892 quando tinha apenas cinco anos, viveu já suas primeiras experiências místicas espirituais. Os Extasies e as aparições foram freqüentes, mas para o menino pareciam serem absolutamente normais.

Com o passar do tempo, realizou-se para Francesco o que foi o seu maior sonho: consagrar totalmente a sua vida a Deus.

Em 6 de janeiro de 1903, aos dezesseis anos, entrou como clérigo na ordem dos Capuchinhos. Foi ordenado sacerdote na Catedral de Benevento, a 10 de agosto de 1910. Teve assim início sua vida sacerdotal que por causa de suas condições precárias de saúde, se passou primeiro em muitos conventos da província de Benevento. Esteve em vários conventos por motivo de saúde, assim, a partir de 4 setembro de 1916 chegou ao convento de San Giovanni Rotondo, sobre o Gargano, onde ficou até 23 de setembro de 1968, dia de seu pranteado falecimento.

Nesse longo tempo o Padre Pio iniciava seus dias despertando-se a noite, muito antes da aurora, se dedicava a oração e com grande fervor aproveitando a solidão e silêncio da noite. Visitava diariamente por longas horas a Jesus Sacramentado, preparando-se à Santa Missa, e daí sempre tirou as forças necessárias, para seu grande trabalho com as almas, levando-as até Deus no Sacramento da Confissão. Atendia confissão por longas horas, até 14 horas diárias, e assim salvou muitas almas.

Um dos acontecimentos que marcou intensamente a vida do Padre Pio foi que se verificou na manhã do 20 de setembro de 1918, quando, rezando diante do Crucifixo do coro da velha e pequena igreja, o Padre Pio recebeu o maravilhoso presente dos estigmas. Os estigmas ou as feridas foram visíveis e ficaram abertas, frescas e sangrentas, por meio século. Este fenômeno extraordinário tornou a chamar, sobre o Padre Pio a atenção dos médicos, dos estudiosos, dos jornalistas, enfim sobre toda a gente comum que, no período de muitas décadas foram a San Giovanni Rotondo para encontrar o santo frade.

Numa carta ao Padre Benedetto, datada de 22 de outubro de 1918, o Padre Pio narra a sua "crucifixão": O que posso dizer aos que me perguntam como é que aconteceu a minha crucifixão? Meu Deus! Que confusão e que humilhação eu tenho o dever de manifestar o que Tu tendes feito nessa mesquinha criatura!"

Foi na manhã do 20 do mês passado ( setembro ) no coro, depois da celebração da Santa Missa, quando fui surpreendido pelo descanso do espírito, pareceu um doce sonho. Toso os sentidos interiores e exteriores, além das mesmas faculdades da alma, se encontraram numa quietude indescritível. Em tudo isso houve um silêncio em torno de mim e dentro de mim; senti em seguida uma grande paz e um abandono na completa privação de tudo e uma disposição na mesma rotina.

Tudo aconteceu num instante. E em quanto isso se passava, eu vi na minha frente um misterioso personagem parecido com aquele que tinha visto na tarde de 5 de agosto. Este era diferente do primeiro, porque tinha as mãos, o pés e o peito emanando sangue. A visão me aterrorizava, o que senti naquele instante em mim não sabia dizê-lo. Senti-me desfalecer e morreria, se Deus não tivesse intervindo sustentar o meu coração, o qual sentia saltar-me do peito. A visão do personagem desapareceu e dei-me conta de que minhas mãos, pés e peito foram feridos e jorravam sangue. Imaginais o suplício que experimentei então e que estou experimentando continuamente todos os dias. A ferida do coração, continuamente, sangra. Começa na quinta feira pela tarde até sábado. Meu pai, eu morro de dor pelo suplício e confusão que experimento no mais íntimo da alma. Temo morre en sangue, se Deus não ouvir os gemidos do meu pobre coração, e ter piedade de retirar de mim está situação..."

Durante anos, de todas as partes do mundo, os fiéis foram a este sacerdote estigmatizado, para conseguir a sua potente intercessão junto a Deus. Cinqüenta anos passados na oração, na humildade, no sofrimento e no sacrifício, de onde para atuar seu amor, o Padre Pio realizou duas iniciativas em duas direções: uma vertical até Deus com a fundação dos "Grupos de ruego", hoje chamados "grupos de oração"e outra horizontal até os irmãos, com a construção de um moderno hospital: "Casa Alívio do Sofrimento".

Em setembro os 1.968 milhares de devotos e filhos espirituais do Padre Pio se reuniram em um congresso em San Giovanni Rotondo para comemorar o 50 aniversário dos estigmas e celebrar o quarto congresso internacional dos Grupos de Oração. Ninguém imaginou que às 2h30 da madrugada do dia 23 de setembro de 1968, seria o doloroso final da vida do Padre Pio de Pietrelcina. Deste maravilhoso frei, escolhido por Deus para derramar a sua Divina Misericórdia de uma maneira especial.

sábado, 11 de setembro de 2010

Diocese de Piracicaba realiza Romaria a Aparecida


No dia 12 de setembro, realiza-se a 26ª Romaria Diocesana ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, quando o bispo, padres, diáconos permanentes e leigos representantes das nossas comunidades paroquiais se reúnem aos pés da Mãe de Deus para agradecer e implorar sua bênção e proteção.

Este ano a romaria tem como tema “Ensina teu povo a rezar” e como lema “Maria educadora, protetora e capaz de moldar santos”. A programação prevê missa na basílica às 8 horas (com transmissão pela TV Cultura); em seguida caminhada até o Morro do Cruzeiro e Via Sacra.

Como já é tradicional, a coordenação diocesana de pastoral elaborou um livrinho com orações e cantos, como subsídio para um melhor aproveitamento desse tradicional evento diocesano.

DADOS HISTÓRICOS - Em 26 de maio de 1985, realizou-se a primeira Romaria Diocesana a Aparecida, como preparação ao Congresso Eucarístico Nacional, celebrado em julho daquele ano, em Aparecida. O então bispo diocesano Dom Eduardo ficou entusiasmado com o grande número de participantes e o grande espírito de fé. Por isso, no ano seguinte, realizou-se a segunda romaria no dia 25 de maio. Depois, todos os anos a diocese promoveu este evento mariano.

Em 20 de setembro de 1998, aconteceu a décima quarta romaria, a partir da qual passou-se a definir tema e lema. Pela primeira vez, foi elaborado um livrinho com cantos, orações, celebrações e informações práticas. Esta romaria teve como tema “O Espírito em Maria” e como lema “Maria, bendita é a esperança que nasceu de Ti”.

A décima oitava romaria, em 15 de setembro de 2002, foi a primeira presidida pelo bispo Dom Moacyr José Vitti; teve como tema “Maria e a unidade” e o lema “Com Maria, um só coração”. A décima nona, em 14 de setembro de 2003, dentro do ano comemorativo aos 60 anos da diocese, teve como tema “Diocese de Piracicaba – 60 anos” e como lema “Igreja diocesana lançando redes sob a proteção de Maria”.

No dia 18 de setembro de 2005 a diocese realizou a vigésima primeira romaria, com o tema "Maria, comunidade e missão" e o lema "Comunidade com Maria em missão e romaria". Foi a primeira presidida pelo atual bispo diocesano, Dom Fernando Mason.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Carta de Dom Luiz Bergonzini pedindo para não votarmos em abortistas


Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus

Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.

Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir-se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.

Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo que é de Deus, ou seja o respeito à liberdade religiosa.

Na atual conjuntura política o Partido dos Trabalhadores (PT) através de seu IIIº e IVº Congressos Nacionais (2007 e 2010 respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) através da punição dos deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por serem defensores da vida, se posicionou pública e abertamente a favor da legalização do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência.

Na condição de Bispo Diocesano, como responsável pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que – por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens -, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus, como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita por quem se diz cristão ou católico. Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto. (confira-se Ex. 20,13; MT 5,21).

Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não deem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.

Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus e proteção de nossa Mãe e Padroeira, a Imaculada Conceição.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini - Bispo Diocesano de Guarulhos - SP

O silencio na Liturgia



Queridos leitores, eu vos apresento um artigo de um conteúdo muito proveitoso, de autoria de um amigo e Irmão. O artigo foi postado no blog
http://www.oobservadordefatos.blogspot.com/


"Mas o Senhor reside em sua santa morada; silêncio diante dele, ó terra inteira!" (Habacuc II, 20)


Constitui hoje um desafio para todos aqueles que lutam contra a dessacralização a revalorização do silêncio sagrado que é devido a Casa de Deus. Por outro lado ainda existem aqueles que indiferentes com a "reforma da reforma" que o Santo Padre quer ver na Igreja, insistem em não se importar com tal elemento fundamental da Liturgia Romana.
Está mais do que claro que o silêncio na Liturgia não é a ausência de sons ou de vozes, muito menos uma pausa para o descanso, ele é o momento em que Deus fala as nossas almas e se revela (Cf. I Rs XIX, 11-13), é na verdade fazer acontecer o tradicional convite do diálogo do prefácio: Corações ao alto! O tal silêncio deve nos também fazer esquecer o mundo barulhento e agitado para adentrarmos mais facilmente nos Mistérios em que vamos celebrar, e ele vai revelar a Fé que temos no que celebramos e professamos.
Devemos pois incentivar os momentos de meditação propostos pelo missal e vivamente recomendados pelo Sumo Pontífice principalmente por seu exemplo.
É necessário ainda uma devida catequese aos fiéis, para que eles compreendam que o que se realiza na Santa Missa necessita do silêncio de nossa contemplação de tão sublime Mistério. É no mínino incoerente que se peça silêncio na Igreja se continuarmos insistindo em ensinar que a Santa Missa em vez da Renovação do Sacrifício de Cristo é a uma "reunião fraterna de irmãos", "encontro informal", "festa da alegria", "Compromisso com os mais necessitados", ou qualquer coisa mais esdrúxula, pois para essas coisas não se necessita de silêncio, muito pelo contrário. Se continuarmos "catequizando" o povo dessa maneira tão fantasiosa e sentimentalista só poderemos esperar mais "missas shows", "missas dos pobres", "missas dançantes", "missas protestantizadas", e dessas livrai-nos Senhor!


"No templo o relacionamento é com Deus e não com os homens!" (Card. Sales)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Apelo a todos os Brasileiros (as) em DEFESA DA VIDA


Nós, participantes do 2º Encontro das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida (CDDVs), organizado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB
e realizado em S. André no dia 03 de julho de 2010,
 considerando que, em abril de 2005, no IIº Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos, apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU (nº 45) o atual governo comprometeu-se a legalizar o aborto,
 considerando que, em agosto de 2005, o atual governo entregou ao Comitê da ONU para a Eliminação de todas as Formas de Descriminalização contra a Mulher (CEDAW) documento no qual reconhece o aborto como Direito Humano da Mulher,
 considerando que, em setembro de 2005, através da Secretaria Especial de Polítíca das Mulheres, o atual governo apresentou ao Congresso um substitutivo do PL 1135/91, como resultado do trabalho da Comissão Tripartite, no qual é proposta a descriminalização do aborto até o nono mês de gravidez e por qualquer motivo, pois com a eliminação de todos os artigos do Código Penal, que o criminalizam, o aborto, em todos os casos, deixaria de ser crime,
 considerando que, em setembro de 2006, no plano de governo do 2º mandato do atual Presidente, ele reafirma, embora com linguagem velada, o compromisso de legalizar o aborto,
 considerando que, em setembro de 2007, no seu IIIº Congreso, o PT assumiu a descriminalização do aborto e o atendimento de todos os casos no serviço público como programa de partido, sendo o primeiro partido no Brasil a assumir este programa,
 considerando que, em setembro de 2009, o PT puniu os dois deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso por serem contrários à legalização do aborto,
 considerando como, com todas estas decisões a favor do aborto, o PT e o atual governo tornaram-se ativos colaboradores do Imperialismo Demográfico que está sendo imposto em nível mundial por Fundações Internacionais, as quais, sob o falacioso pretexto da defesa dos direitos reprodutivos e sexuais da mulher, e usando o falso rótulo de "aborto - problema de saúde pública", estão implantando o controle demográfico mundial como moderna estratégia do capitalismo internacional,
 considerando que, em fevereiro de 2010, o IVº Congresso Nacional do PT manifestou apoio incondicional ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), decreto nª 7.037/09 de 21 de dezembro de 2009, assinado pelo atual Presidente e pela ministra da Casa Civil, no qual se reafirmou a descriminalização do aborto, dando assim continuidade e levando às últimas consequências esta política antinatalista de controle populacional, desumana, antisocial e contrária ao verdadeiro progresso do nosso País,
 considerando que este mesmo Congresso aclamou a própria ministra da Casa Civil como candidata oficial do Partido dos Trabalhadores para a Presidência da República,
 considerando enfim que, em junho de 2010, para impedir a investigação das origens do financiamento por parte de organizações internacionais para a legalização e a promoção do aborto no Brasil, o PT e as lideranças partidárias da base aliada boicotaram a criação da CPI do aborto que investigaria o assunto,
RECOMENDAMOS encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, em consonância com o art. 5º da Constituição Federal, que defende a inviolabilidade da vida humana e, conforme o Pacto de S. José da Costa Rica, desde a concepção, independentemente de sua convicções ideológicas ou religiosas, que, nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalizacão do aborto.
Convidamos, outrossim, a todos para lerem o documento "Votar Bem" aprovado pela 73ª Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, reunidos em Aparecida no dia 29 de junho de 2010 e verificarem as provas do que acima foi exposto no texto "A Contextualização da Defesa da Vida no Brasil" [http://www.cnbbsul1.org.br/arquivos/defesavidabrasil.pdf], elaborado pelas Comissões em Defesa da Vida das Dioceses de Guarulhos e Taubaté, ligadas à Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, ambos disponíveis no site desse mesmo Regional.
COMISSÃO em DEFESA da VIDA
do REGIONAL SUL 1 da CNBB

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Vaticano divulga números da Igreja Católica na Grã - Bretanha


O Escritório Central de Estatísticas da Igreja, no Vaticano, divulgou esta semana os dados atuais sobre a Igreja Católica na Grã-Bretanha. O Reino Unido se prepara para a visita do Papa Bento XVI na próxima semana, entre os dias 16 e 19 de setembro.

Os números apontam que a população total da Grã-Bretanha é de 59.381.000 pessoas, destas 5.264.000 (8,87%) se denominam católicas.

Ao serviço dos fiéis, nas 32 dioceses e 2977 paróquias, estão 59 bispos, 5.225 sacerdotes, 6.497 religiosos e 34.669 catequistas. Além disso, o país tem dois seminaristas menores e 245 seminaristas maiores.

Um total de 806.334 estudantes frequentam as 2.828 escolas católicas, que oferecem o ensino desde o jardim de infância à faculdade. A Grã-Bretanha tem ainda várias outras instituições dirigidas pela Igreja, entre as quais: oito hospitais, 171 residências para idosos ou deficientes, 79 orfanatos, 94 centros de aconselhamento familiar e pró-vida, e 147 centros de educação e reabilitação social.

Entre as atividades do Papa Bento XVI no país, estão a beatificação do teólogo Cardeal John Henry Newman, o encontro com a rainha Elizabeth II e com os bispos da Inglaterra, Gales e Escócia.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mensagem de Bento XVI para a Jornda Mundial da Juventude 2011





"Enraizados e edificados em Cristo,
firmes na fé" (Col 2, 7)


Queridos amigos,

penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney, em 2008. Ali, vivemos uma grande festa da fé, na qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma intensa comunhão entre os participantes, vindos de todas as partes do mundo. Aquele encontro, como os precedentes, produziu frutos abundantes na vida de muitos jovens e de toda a Igreja. Nosso olhar dirige-se agora para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em Madri, no mês de agosto de 2011. Já em 1989, alguns meses antes da histórica queda do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez uma parada na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, no momento em que a Europa tem que voltar a encontrar suas raízes cristãs, fixamos nosso encontro em Madri, com o lema: "Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (cf. Col 2, 7). Convido-vos a este evento tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. Além disso, gostaria que todos os jovens, tanto os que compartilham nossa fé quanto os que hesitam, duvidam ou não creem, pudessem viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo, de seu amor por cada um de nós.

1. Nas fontes de vossas maiores aspirações

Em cada época, também em nossos dias, numerosos jovens sentem o profundo desejo de que as relações interpessoais sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração de construir relações autênticas de amizade, de conhecer o verdadeiro amor, de fundar uma família unidade, de adquirir uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Ao recordar minha juventude, vejo que, na verdade, a estabilidade e a segurança não são as questões que mais ocupam a mente dos jovens. Sim, a questão do lugar de trabalho, e com ela a de ter o futuro assegurado, é um problema grande e premente, mas ao mesmo tempo a juventude segue sendo a idade na qual se busca uma vida maior. Ao pensar em meus anos de então, simplesmente, não queríamos perder-nos na mediocridade da vida aburguesada. Queríamos o que era grande, novo. Queríamos encontrar a vida mesma em sua imensidão e beleza. Certamente, isso dependia também de nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e a guerra, estivemos, por assim dizer, "encerrados" pelo poder dominante. Por isso, queríamos ir para fora, para entrar na abundância das possibilidades do ser homem. Mas creio que, em certo sentido, este impulso de ir mais além do habitual está em cada geração. Desejar algo mais que a cotidianidade regular de um emprego seguro e sentir o desejo do que é realmente grande faz parte do ser jovem. Trata-se somente de um sonho vazio que desaparece quando uma pessoa se torna adulta? Não, o homem, na verdade, está criado para o que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: nosso coração está inquieto, até que não descanse em Ti. O desejo da vida maior é um sinal de que Ele nos criou, de que levamos sua "marca". Deus é vida, e cada criatura tem a vida; de um modo único e especial, a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira ao amor, à alegria e à paz. Então, compreendemos que é um contrassenso pretender eliminar a Deus para que o homem viva. Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, privar-se da plenitude e da alegria: "sem o Criador, a criatura se dilui" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição Gaudium et Spes, 36). A cultura atual, em algumas partes do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir a Deus, ou a considerar a fé como um ato privado, sem nenhuma relevância na vida social. Embora o conjunto dos valores, que são o fundamento da sociedade, provenha do Evangelho – como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família -, constata-se uma espécie de "eclipse de Deus", uma certa amnésia, mais ainda, uma verdadeira rejeição do cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder aquilo que mais profundamente nos caracteriza.

Por esse motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja. Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes e bases sólidas. Isso é verdade, especialmente hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir sua vida, sentindo-se assim profundamente inseguros. O relativismo que se difundiu, e para o qual tudo dá no mesmo e não existe nenhuma verdade, nem um ponto de referência absoluto, não gera verdadeira liberdade, mas instabilidade, desajuste e um conformismo com as modas do momento. Vós, jovens, tendes o direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer vossas opções e construir vossa vida, do mesmo modo que uma planta necessita de um apoio sólido até que cresçam suas raízes, para se converter em uma árvore robusta, capaz de produzir fruto.

2. Enraizados e edificados em Cristo

Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de deter-me em três termos que São Paulo utiliza em: "Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (cf. Col 2, 7). Aqui, podemos distinguir três imagens: "enraizado" evoca a árvore e as raízes que a alimentam; "edificado" refere-se à construção; "firme" alude ao crescimento da força física ou moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de comentá-las, é preciso assinalar que no texto original as três expressões, desde o ponto de vista gramatical, estão no passivo: quer dizer, que é Cristo mesmo quem toma a iniciativa de enraizar, edificar e tornar firmes os crentes.

A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo por meio de raízes, que lhe dão estabilidade e alimento. Sem as raízes, seria levada pelo vento, e morreria. Quais são nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura de nosso país são um componente muito importante de nossa identidade. A Bíblia mostra-nos outro mais. O profeta Jeremias escreve: "Bendito quem confia no Senhor e coloca no Senhor sua confiança. Será uma árvore planta junto á água, que junto às correntes lança suas raízes. Quando chega a estiagem, não a sentirá, sua folha estará verde; no ano da seca, não se inquieta, não deixa de dar fruto" (Jer 17, 7-8). Enraizar, para o profeta, significa voltar a colocar sua confiança em Deus. D'Ele vem nossa vida. Sem Ele, não poderíamos viver de verdade. "Deus nos deu a vida eterna e esta vida está em seu Filho" (1 Jo 5, 11). Jesus mesmo apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso, a fé cristã não é somente crer na verdade, mas, sobretudo, é uma relação pessoal com Jesus Cristo. O encontro com o Filho de Deus proporciona um dinamismo novo a toda a existência. Quando começamos a ter uma relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos nossa identidade e, com sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Existe um momento na juventude em que cada um se pergunta: qual sentido tem minha vida, que finalidade, que rumo devo lhe dar? É uma fase fundamental que pode perturbar a mente, às vezes durante muito tempo. Pensa-se em qual será nosso trabalho, as relações sociais que devem se estabelecer, que afetos devem se desenvolver... Neste contexto, volto a pensar em minha juventude. De certo modo, logo percebi que o Senhor me queria sacerdote. Mas, mais adiante, depois da guerra, quando no seminário e na universidade me dirigia até essa meta, tive que reconquistar essa certeza. Tive que me perguntar: é esse, de verdade, meu caminho? É, de verdade, a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de permanecer-lhe fiel e estar totalmente à disposição d'Ele, a Seu serviço? Uma decisão assim também causa sofrimento. Não pode ser de outra maneira. Mas, depois, tive a verdade: está certo! Sim, o Senhor me quer, por isso me dará também a força; Escutando-lhe, estando com Ele, chego a ser eu mesmo. Não conta a realização de meus próprios desejos, mas sim Sua vontade. Assim, a vida torna-se autêntica.

Como as raízes da árvore a mantém plantada firmemente na terra, assim os alicerces dão à casa uma estabilidade perdurável. Mediante a fé, estamos enraizados em Cristo (cf. Col 2, 7), assim como uma casa está construída sobre os alicerces. Na história sagrada, temos numerosos exemplos de santos que edificaram sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro: Abraão. Nosso pai na fé obedeceu a Deus, que lhe pedia que deixasse a casa paterna para encaminhar-se a um país desconhecido. "Abraão creu em Deus e isto lhe foi tido em conta de justiça, e foi chamado amigo de Deus" (Tg 2, 23). Estar enraizados em Cristo significa responder concretamente ao chamado de Deus, confiando-se a Ele e colocando em prática Sua Palavra. Jesus mesmo repreende a seus discípulos: "Por que me chamais 'Senhor, Senhor!' e não fazeis o que vos digo?" (Lc 6, 46). E recorrendo à imagem da construção da casa, complementa: "Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica [...] é semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. As águas transbordaram, precipitaram-se as torrentes contra aquela casa e não a puderam abalar, porque ela estava bem construída" (Lc 6, 47-48).

Queridos amigos, construí vossa casa sobre a rocha, como o homem que "cavou bem fundo". Tentai também vós acolher a cada dia a Palavra de Cristo. Escutai-o como ao verdadeiro Amigo com quem compartilhar o caminho de vossa vida. Com Ele ao vosso lado, sereis capazes de afrontar com valentia e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e os fracassos. Continuamente apresentar-vos-ão propostas mais fáceis, mas vós mesmos percebereis que se revelam como enganosas, não dão serenidade nem alegria. Somente a Palavra de Deus mostra-nos o caminho autêntico, somente a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que haveis recebido de vossas famílias e esforçai-vos para responder com responsabilidade ao chamado de Deus, convertendo-vos em adultos na fé. Não creiais nos que dizem que não necessitais dos outros para construir vossa vida. Apoiai-vos, ao contrário, na fé de vossos entes queridos, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por tê-la recebido e tê-la feito vossa.

3. Firmes na fé

Estai "enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (cf. Col 2, 7). A carta, da qual foi tirado esse convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade concreta dos cristãos da cidade de Colossos. Aquela comunidade, de fato, estava ameaçada pela influência de certas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. Nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o dos colossenses de então. Com efeito, há uma forte corrente de pensamento laicista que deseja afastar Deus da vida das pessoas e da sociedade, lançando as bases e tentando criar um "paraíso" sem Ele. Mas a existência ensina que o mundo sem Deus converte-se em um "inferno", onde prevalece o egoísmo, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e os povos, a falta de amor, alegria e esperança. Ao contrário, quando as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, Lhe adoram em verdade e escutam Sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, onde cada um é respeitado em sua dignidade e cresce a comunhão, com os frutos que isso implica. Há cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que lhes afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem deixar-se seduzir por elas, simplesmente deixaram que se esfriasse a sua fé, com as inevitáveis consequências negativas no plano moral.

O apóstolo Paulo recorda aos irmãos, contagiados pelas ideias contrárias ao Evangelho, o poder de Cristo morto e ressuscitado. Esse mistério é o fundamento de nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, considerando-o "loucura" (1 Co 1, 23), mostram seus limites antes as grandes perguntas presentes no coração do homem. Por isso, também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32), Cremos firmemente que Jesus Cristo se entregou na Cruz para oferecer-nos Seu amor; em sua paixão, suportou nossos sofrimentos, carregou nossos pecados, alcançou-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo, fomos libertados do que mais paralisa nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, inclusive aos inimigos, e compartilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.

Queridos amigos, a cruz geralmente provoca medo, porque parece ser a negação da vida. Na verdade, é o contrário. É o "sim" de Deus ao homem, a expressão máxima de seu amor e a fonte de onde emana a vida eterna. De fato, do coração de Jesus aberto na cruz brotou a vida divina, sempre disponível para quem aceita olhar ao Crucificado. Por isso, quero convidar-vos a acolher a cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Sem Cristo, morto e ressuscitado, não há salvação. Somente Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino da justiça, paz e amor, ao que todos aspiramos.

4. Crer em Jesus Cristo sem vê-Lo

No Evangelho, é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé quando acolhe o mistério da cruz e ressurreição de Cristo. Tomé, um dos doze apóstolos, seguiu a Jesus, foi testemunha direta de suas curas e milagres, escutou suas palavras, viveu o espanto ante sua morte. Na tarde da Páscoa, o Senhor aparece aos discípulos, mas Tomé não está presente, e quando lhe contam que Jesus está vivo e apareceu a eles, diz: "Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei" (Jo 20, 25).

Também nós gostaríamos de poder ver a Jesus, poder falar com Ele, sentir mais intensamente ainda sua presença. Muitos hoje acham difícil ter acesso a Jesus. Muitas das imagens que circulam de Jesus, e que se fazem passar por científicas, lhe tiram sua grandeza e a singularidade de sua pessoa. Por isso, ao longo de meus anos de estudo e meditação, fui amadurecendo a ideia de transmitir em um livro algo de meu encontro pessoal com Jesus, para ajudar de alguma forma a ver, escutar e tocar ao Senhor, em quem Deus saiu ao nosso encontro para se deixar conhecer. De fato, Jesus mesmo, aparecendo novamente aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: "Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé" (Jo 20, 27). Também para nós é possível ter um contato sensível com Jesus, colocar, por assim dizer, a mão nos sinais de Sua Paixão, os sinais de seu amor. Nos Sacramentos, Ele vem até nós de uma forma particular, entrega-se a nós. Queridos jovens, aprendei a "ver", a "encontrar" a Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até entregar-se como alimento para nosso caminho; no Sacramento da Penitência, onde o Senhor manifesta sua misericórdia oferecendo-nos sempre seu perdão. Reconhecei e servi a Jesus também nos pobres e enfermos, nos irmãos que estão em dificuldade e necessitam de ajuda.

Iniciai e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-O mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; falai com Ele na oração, confiai n'Ele. Nunca vos trairá. "A fé é, antes de tudo, uma adesão pessoal do homem a Deus; é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o assentimento livre a toda a verdade que Deus revelou" (Catecismo da Igreja Católica, 150). Assim, podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não se funda unicamente em um sentimento religioso ou em uma vaga recordação do catecismo de vossa infância. Podereis conhecer a Deus e viver autenticamente d'Ele, como o apóstolo Tomé, quanto professou abertamente sua fé em Jesus: "Meu Senhor e meu Deus".

5. Sustentados pela fé da Igreja, para ser testemunhas

Naquele momento, Jesus exclama: "Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!" (Jo 20, 29). Pensava no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos agora que nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está vinculada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas sim, mediante o Batismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que assegura nossa fé pessoal. O Credo que proclamamos a cada domingo na Eucaristia protege-nos precisamente do perigo de crer em um Deus que não é o que Jesus nos revelou: "Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé" (Catecismo da Igreja Católica, 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela nos faz progredir com segurança na fé, que nos dá a verdadeira vida (cf. Jo 20, 31).

Na história da Igreja, os santos e mártires tiraram da cruz gloriosa a força para serem fiéis a Deus até a entrega de si mesmos; na fé, encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar toda a adversidade. De fato, como diz o apóstolo João: "Quem é o vencedor do mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?" (1 Jo 5, 5). A vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se expressa na caridade. Foram artífices da paz, promotores da justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se em diferentes âmbitos da vida social, com competência e profissionalismo, contribuindo eficazmente para o bem de todos. A caridade que brota da fé lhes levou a dar um testemunho muito concreto, com a palavra e as obras. Cristo não é um bem somente para nós mesmos, mas é o bem mais precioso que temos para compartilhar com os demais. Na era da globalização, sejais testemunhas da esperança cristã no mundo todo: são muitos os que desejam receber esta esperança. Ante o sepulcro do amigo lázaro, morto há quatro dias, Jesus, antes de voltar a chamá-lo a vida, diz a sua irmã Marta: "Se credes, vereis a glória de Deus" (Jo 11, 40). Também, vós, se credes, se souberdes viver e dar, a cada dia, testemunho de vossa fé, sereis um instrumento que ajudará a outros jovens como vós a encontrar o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo.

6. Rumo à Jornada Mundial de Madri

Queridos amigos, vos reitero o convite a participar da Jornada Mundial da Juventude em Madri. Com profunda alegria, espero a cada um pessoalmente, Cristo quer assegurar-vos na fé por meio da Igreja. A escolha de crer em Deus e segui-Lo não é fácil. Vê-se obstaculizada por nossas infidelidades pessoais e por muitas vozes que nos sugerem vias mais fáceis. Não vos desanimeis, buscai o apoio da comunidade cristã, o apoio da Igreja. Ao longo deste ano, preparai-vos intensamente para o encontro de Madri com vossos bispos, sacerdotes e responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e movimentos. A qualidade de nosso encontro dependerá, sobretudo, da preparação espiritual, da oração, da escuta em comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.

Queridos jovens, a Igreja conta convosco. Necessita de vossa fé viva, vossa caridade criativa e o dinamismo de vossa esperança. Vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e lhe dá um novo impulso. Por isso, as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não somente para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está preparando-se intensamente para acolher-vos e viver a experiência gozosa da fé. Agradeço às dioceses, paróquias, santuários, comunidades religiosas, associações e movimentos eclesiais que estão trabalhando com generosidade na preparação deste evento. O Senhor não deixará de abençoá-los. Que a Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, no anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu que a obra de Deus se cumprisse nele. Pronunciando seu "fiat", recebeu o dom de uma caridade imensa, que a impulsionou a se entregar inteiramente a Deus. Que Ela interceda por todos vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Asseguro-vos minha recordação paterna na oração e vos bendigo de coração.

Dado no Vaticano, aos 6 de agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mês da Bíblia será celebrado com estudo do Livro de Jonas


Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo Papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais. O mês de setembro se tornou o mês referência para o estudo, a vivência e o testemunho da Palavra de Deus. Tornando-se o Mês da Bíblia.

Este ano, 2010, será o 39º ano que a Igreja celebra o Mês da Bíblia. A celebração surgiu em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG), e logo em seguida, a proposta foi lançada e aceita por toda a Igreja no Brasil.

A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), juntamente com o Grupo de Reflexão Bíblica Nacional (GREBIN), dando continuidade à 12ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2008), propôs para o Mês da Bíblia deste ano o estudo do livro de Jonas, com destaque para a evangelização e a missão na cidade.

“Ele [livro de Jonas] tem como objetivo principal ajudar o povo a cumprir o anseio do último Sínodo (2008) que destacou o mandato missionário de todo cristão como consequência do Batismo. Acrescenta-se a isso o fato do documento de Aparecida também destacar o valor do mandato missionário. Outras motivações contribuíram para a escolha do livro de Jonas: a Campanha da Fraternidade Ecumênica e o Ano Paulino, que refletiram sobre a evangelização do mundo urbano. Através do livro de Jonas, Deus faz o mesmo apelo aos cristãos de hoje: ‘Levanta-te e vai à grande cidade’ (Jn 1,2) para denunciar as injustiças e proclamar a sua misericórdia”, destacou o bispo da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética, Dom Jacinto Bergmann.

Para a assessora da Comissão Bíblico-catequética, Maria Cecília Rover, responsável pela parte bíblica da Comissão, o Documento de Aparecida trata o caminho de formação dos discípulos missionários, principalmente apontando para o texto escolhido para o Mês da Bíblia 2010. “O Documento de Aparecida nos alerta para as muitas formas de nos aproximarmos da Sagrada Escritura, e destaco a Leitura Orante como a maneira privilegiada. No Livro de Jonas, ele nos ensina a não temermos os grandes desafios, levando o Evangelho a todas as direções que seguirmos. Este é o grande auxílio que vejo com o Mês da Bíblia, ele mobiliza a sociedade em torno de um tema específico, fortalecendo a comunhão social e despertando o ardor missionário de cada cristão”.

Este ano, a novidade fica por conta do livreto, em forma de leitura orante, confeccionado pelo GREBIN, e nele consta quatro leituras sobre o livro de Jonas. Além do livro, há o cartaz e o texto-base. Os materiais podem ser adquiridos pelas Edições CNBB, no endereço www.edicoescnbb.com.br e o texto-base está disponível gratuitamente na página da Comissão.