segunda-feira, 31 de maio de 2010

Relatório apresentado no Vaticano mostra como sacerdotes vêm usando a internet


Um relatório com "indicações práticas" sobre como a Congregação para o Clero deve responder ao "desafio" deixado pelo Papa em sua última Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações, para os padres "serem mais presentes no mundo digital", é como classifica, o cardeal Dom Cláudio Hummes, o documento divulgado hoje "Picture", sobre o uso de Tecnologias da Informação pelos padres da Igreja Católica.

Os resultados foram apresentados em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira na Rádio Vaticana. O estudo apresenta 4992 respostas pessoais, o que corresponde a 1,2% do número total de padres, e é fruto da colaboração entre a Universidade da Suíça italiana de Lugano, na Suíça e a Escola de Comunicação da Igreja da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma, Itália.

Na coletiva, o prefeito da Congregação para o Clero afirmou que "a mídia de massa recentemente se tornou parte dos instrumentos comuns através dos quais as comunidades eclesiais se expressam". O cardeal Hummes enxerga o estudo como "muito útil para pensar as iniciativas pastorais e formativas para os padres da Igreja Católica". Além disso, o dicastério vê "indicações práticas" para atividades pastorais na realidade digital.

PICTURE significa, na sigla em inglês, "Uso da Tecnologia da Informação pelos Padres em suas Experiências Religiosas", e mostra um panorama do acesso e do uso pessoal da internet em atividades chave para os padres (homilias, oração e aconselhamento espiritual), estudo e inculturação. O relatório foi inspirado por e feito à luz do Ano Sacerdotal.

O tempo destinado às respostas foi curto, notou Dom Lucio Riz, da Pontifícia Universidade da Santa Cruz: de 15 de novembro de 2009 a 28 de fevereiro de 2010, para dar tempo para serem analisados os resultados. Apesar do endosso da Igreja, não se trata de um estudo eclesiástico, mas realizado pela secular New Media in Education program, da Uniservidade Suíça.

O questionário foi enviado para padres no mundo inteiro por meio das agências de imprensa de todas as Conferências Episcopais (somente Católicas, para eu fosse assegurado o resultado correto e o entendimento da proposta). Embora os padres tenham sido aconselhados para responder as questões de forma anônima, a maioria deles deixou nomes e contatos, o que ajuda em uma melhor análise do estudo, observou Dom Ruiz.

As questões estavam disponíveis em sete idiomas: português, espanhol, inglês, italiano, francês, alemão e polonês; com a possibilidade de a resposta ser dada tanto on line quanto em papel. A maior parte das respostas foi em espanhol (31,9%) e a menor, em português (4,9%).

Todas as 4992 respostas recebidas vêm de 117 diferentes países, distribuídas da seguinte forma: 54,6% da Europa, 37,3% das Américas, 3,9% da Ásia, 2,6% da África e 1,6% da Oceania, o que corresponde com a distribuição dos padres em cada parte do mundo.

O estudo mostra que os sacerdotes que responderam usam a internet quase diariamente. À procura de materiais para homilias, declararam acessar pelo menos uma vez por semana, o que significa que a internet se tornou uma fonte altamente valorizada no preparo de atividades de pregação. É menos utilizada quando se trata de aconselhamentos espirituais, com apenas 13,3% de frequência declarada, cinco vezes por semana. A internet como uma fonte de oração também não está ainda tão comum: 35,7% dos padres em todo o mundo nunca fazem online, quando quase a mesma porcentagem, 35,9% declara utilizar para esse fim somente uma vez por semana.

Para 26% dos padres a Internet é útil para o estudo diário, enquanto 34,1% fazem com a frequência de uma vez por semana. Somente 9,4% declaram nunca utilizar a web para estudar. Resultados elevados também na opinião sobre a utilidade da internet para o aprimoramento da formação sacerdotal: 40,6% concordam com a declaração, 23,8% fortemente concordam, enquanto apenas 6,4% discordam.

Para os sacerdotes, a internet tem um papel igualmente muito importante em apresentar a mensagem cristã: 52,2% veem utilidade sob esse propósito, e 7% acreditam que não há. Ainda para 72,9%, "novas tecnologias permitem a inculturação no mundo atual", enquanto 2,7% discordam.

O estudo denota ainda uma atitude positiva com relação às novas tecnologias pela maioria dos sacerdotes - em torno de 41,6%, sendo que apenas 12,2% têm uma percepção negativa. Enquanto isso, 38,2% veem mais oportunidades que perigos na web, mas 17,5% têm opinião contrária.

domingo, 30 de maio de 2010

Sinal da cruz é abraço de Deus, diz Papa


O sinal da cruz que os cristãos traçam com frequencia sobre o corpo, é muito mais que um simbolismo. É expressão de um abraço de Deus no ser humano. Esta foi a explicação do Papa Bento XVI aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, hoje, no Vaticano para a tradicional oração do Ângelus.

Citando o pensamento do teólogo Romano Guardini, o Papa apontou o sentido do gesto. "Fazemos o sinal da cruz antes de rezar para que nos pacifique espiritualmente, para concentrar em Deus pensamentos, coração e vontade; depois de rezar, o repetimos para que aquilo que Deus nos doou permaneça em nós. Ele abraça todo o ser, corpo e alma, e tudo é consagrado em nome de Deus uno e trino".

Neste dia em que a Igreja celebra a Festa da Santíssima Trindade, Bento XVI continuou dizendo que o sinal da cruz e o nome de Deus vivo abrangem o anúncio gerador de fé e inspirador de oração. E assim como Jesus prometeu aos Apóstolos que o Espírito da verdade os conduziria a toda a verdade, na liturgia dominical os sacerdotes concedem, de semana em semana, o pão da Palavra e da Eucaristia.

"Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há-de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote", disse o Papa citando o Santo Cura d’Ars, também lembrado na carta de convocação para o Ano Sacerdotal.

Em seguida, Bento XVI exortou os fiéis a manterem a voz da consciência sempre fiel, até o último respiro, ao Evangelho no qual foram batizados: "A Trindade divina habita em nós desde o nosso Batismo", recordou.

Beatificação

O Papa anunciou também a beatificação da religiosa italiana Maria Pierina De Micheli, que no início do século XX se dedicou ao serviço educativo na Argentina e na Itália. A celebração de beatificação foi hoje na Basílica de Santa Maria Maior de Roma, presidida pelo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, monsenhor Angelo Amato.


Viagem a Chipre

Em francês, inglês e alemão, o Pontífice falou de sua iminente viagem a ilha mediterrânea de Chipre, aonde levará o Instrumento de Trabalho para a Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos do Oriente Médio, a se realizar em outubro, no Vaticano. O Papa pediu as preces de todos pela paz e a prosperidade de todo o povo cipriota. Em polonês, solidarizou-se com os atingidos pelas enchentes, a quem prometeu orações especiais.

No final do encontro, saudando em italiano, Bento XVI recordou a "imensa obra, em prol da paz e do socorro dos necessitados, realizada pela Santa Sé nos dramáticos anos entre 1938 e o fim da segunda guerra mundial".

Aludindo à recente publicação do “Diário” do Cardeal Celso Costantini, "muito ligado a Pio XII" e secretário da Congregação da Propaganda Fide, Bento XVI frisou que este livro tem um "grande interesse histórico", pois é testemunha do empenho da Igreja naquela época.

sábado, 29 de maio de 2010

Congresso Missionário vai reunir 150 seminaristas em julho


A formação missionária dos futuros padres é uma das preocupações do Conselho Missionário Nacional (Comina) e da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados da CNBB, que promovem, de 4 a 10 de julho, o primeiro Congresso Missionário exclusivamente para seminaristas e formadores dos futuros padres. O Congresso, que será acolhido pelo Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, reunirá 150 seminaristas a partir do 3º ano de filosofia e 50 formadores.

A abertura do Congresso será no dia 4, às 19h, com missa presidida pelo secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa. “O objetivo do congresso é ajudar os seminaristas do Brasil a assumir a dimensão missionária universal da vocação cristã e presbiteral”, explica o diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Daniel Lagni.

O Congresso vai discutir o tema “formação presbiteral para uma missão sem fronteiras”. “Por ocasião do Ano Sacerdotal, pareceu-nos oportuno promover um evento que fosse avaliação da caminhada feita e articulação, reflexão, compromisso e avanço em vista de uma formação presbiteral profundamente missionária”, acrescenta padre Daniel.

Uma cartilha foi elaborada pelos organizadores do Congresso e deverá ser estudada previamente pelos seminaristas que se inscreveram para o Congresso. Cartazes também foram distribuídos por todos os regionais da CNBB, divulgando o evento.

O evento é organizado pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), Centro Cultural Missionário (CCM) e pelas Comissões Episcopais para Animação Missionária e para os Ministérios Ordenados, ambas da CNBB. As entidades contam com o apoio da paróquia Divino Espírito Santo, de Brasília.

Fazenda da Esperança é reconhecida como Associação Internacional de Fiéis

Os fundadores e membros da Fazenda Esperança, receberam das mãos do presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, cardeal Stanislaw Rylko, o reconhecimento como Associação Internacional de Fiéis. O reconhecimento foi anunciado na segunda-feira, dia 24.

No dia 12 de novembro do ano passado, o Conselho Pontifício para os Leigos recebeu as três últimas cópias do estatuto da “Família da Esperança”. Pouco tempo depois, a Fazenda da Esperança obteve a confirmação do reconhecimento da Família da Esperança em Roma.

Na quarta-feira, 26, a Família da Esperança esteve presente na audiência geral com o papa Bento XVI, na Praça São Pedro, e os seus fundadores Frei Hans Stapel e Nelson Rosendo Giovanelli puderam saudar o papa.

“[Este reconhecimento] traz mais responsabilidade, porque a gora a igreja nos diz: vocês estão no caminho certo. Vão para todo o mundo”, disse frei Hans em entrevista à Rádio Vaticano. “Temos uma missão de não parar. Onde houver alguém sofrendo por causa da dependência [química], devemos ir”, acrescentou.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

“A divisão da cristandade é um pecado e um escândalo”


Mais de dois mil cristãos da região inglesa de Merseyside participaram da celebração ecumênica da festa de Pentecostes, clamando pela unidade na rua que une as duas catedrais - católica e anglicana - de Liverpool.

O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper, viajou de Roma para se unir à Celebração das Duas Catedrais, informou a diocese de Merseyside.

O ato começou na catedral anglicana, continuou com uma procissão para Hope Street e concluiu-se na catedral metropolitana.

A Celebração das Duas Catedrais acontece todos os domingos de Pentecostes desde 1982, ano em que João Paulo II visitou Liverpool, participou de uma procissão pela rua que une as duas catedrais e celebrou a Missa.

Em sua homilia, antes de unir-se à peregrinação por Hope Street, o cardeal se referiu aos desafios do ecumenismo e a importância de caminhar unidos "pelo caminho da esperança".

Realçou que nos Atos dos Apóstolos lemos como todos escutaram os apóstolos no próprio idioma e estavam unidos escutando a mesma mensagem.

"Mas esta nova unidade e nova universalidade não era, de nenhuma maneira, uma uniformidade; significa unidade na diversidade e diversidade na unidade", explicou.

"E que outro objetivo tem o ecumenismo hoje, mais que este tipo de unidade na diversidade de todos os que acreditam em Jesus Cristo!", acrescentou.

Porém, reconheceu em referência à realidade atual do Cristianismo, não só existem a unidade e o amor.

"Esta realidade está ao contrário da vontade de Deus, está ao contrário do testamento que Ele nos deixou na véspera de sua morte quando pediu que todos sejam um... esta realidade de uma cristandade dividida é pecado e é um escândalo", afirmou.

E acrescentou: "Danifica a tarefa sagrada que é a missão dada pelo Espírito de difundir o Evangelho no mundo inteiro para reconciliar os povos e uni-los".

Para o cardeal Kasper, "não podemos alcançar a reconciliação e a paz, e ao mesmo tempo estar divididos e não reconciliados entre nós".

E isto, com maior urgência no começo do século XXI, com as tensões sociais, culturais, políticas, militares e raciais e os conflitos de nosso mundo.

"Temos que admitir com tristeza que ainda não existe a plena comunhão entre nós", disse.

E verificou: "Todavia não estamos juntos nem unidos na única mesa do Senhor: ainda não podemos compartilhar o pão Eucarístico, ainda não podemos beber de um mesmo cálice".

Ao mesmo tempo, destacou que a unidade almejada é uma unidade na verdade e no amor e, por isso, "não podemos fazer uma mescla ou uma salada mista com as diferentes Igrejas".

"Devemos nos reconhecer e amar ao próximo em nossa alteridade e em nossa diversidade", indicou.

O cardeal Kasper afirmou que Jesus Cristo é o objetivo máximo do ecumenismo. "Somente estando mais unidos a Cristo seremos mais unidos também entre nós", explicou.

E acrescentou: "Não se trata de um ecumenismo barato: o ecumenismo tem seu preço e requer riscos valentes".

"A peregrinação ecumênica é uma peregrinação de aprofundamento da santidade e da santificação. O ecumenismo espiritual é o verdadeiro coração do movimento ecumênico".

De acordo com o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o ecumenismo é um processo de crescer juntos.

"Há muitos campos nos quais podemos cooperar hoje, muitos mais que pensamos e muitos mais que nesses que atualmente estamos já comprometidos", mostrou.

"Nosso mundo necessita da cooperação de todos os bons cristãos, necessita que falemosa uma voz sobre os valores humanos e cristãos, especialmente sobre os valores familiares que correm tanto perigo na atualidade" disse.

E destacou: "Nosso mundo também precisa de nossa cooperação no âmbito da cultura, da paz, da justiça social e da preservação da criação".

"Nosso tempo necessita especialmente de coragem e esperança, deve ver que não só passam coisas ruins, mas bastantes coisas boas também são possíveis", somou.

E concluiu: "Devemos dar testemunho de que, até mesmo depois de uma história às vezes dolorosa entre as Igrejas, a reconciliação, a cooperação e a amizade são possíveis".

Deus é comunhão de luz e de amor - Papa Bento XVI



No domingo que se segue ao Pentecostes, celebramos a solenidade da Santíssima Trindade. Graças ao Espírito Santo, que ajuda a compreender as palavras de Jesus e orienta para a Verdade completa (cf. Jo 14, 26; 16, 13), os fiéis podem conhecer, por assim dizer, a intimidade do próprio Deus, descobrindo que Ele não é solidão infinita, mas comunhão de luz e de amor, vida doada e recebida num eterno diálogo entre o Pai e o Filho, no Espírito Santo Amante, Amado e Amor, para citar Santo Agostinho. Neste mundo, ninguém pode ver Deus, mas foi Ele mesmo quem se fez conhecer a fim de que, com o Apóstolo João, possamos afirmar: "Deus é amor" (1 Jo 4, 8.16), "nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem" (Encíclica “Deus caritas est”, 1; cf. 1 Jo 4, 16). Quem encontra Cristo e estabelece com Ele um relacionamento de amizade, acolhe a própria Comunhão trinitária na sua alma, segundo a promessa de Jesus aos discípulos: "Se alguém me tem amor, há de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará e nós viremos a ele e nele faremos morada" (Jo 14, 23).

Para quem tem fé, todo o universo fala de Deus Uno e Trino. Desde os espaços interestelares até às partículas microscópicas, tudo o que existe remete a um ser que se comunica na multiplicidade e variedade dos elementos, como numa imensa sinfonia. Todos os seres são ordenados segundo um dinamismo harmonioso que, analogicamente, podemos definir: "amor". Mas é somente na pessoa humana, livre e racional, que este dinamismo se torna espiritual, se faz amor responsável, como resposta a Deus e ao próximo, num dom sincero de si. Neste amor o ser humano encontra a sua verdade e a sua felicidade. Entre as diferentes analogias do mistério inefável de Deus Uno e Trino, que os fiéis são capazes de entrever, gostaria de citar a da família. Ela é chamada a ser uma comunidade de amor e de vida, em que as diversidades devem concorrer para formar uma "parábola de comunhão".

Entre todas as criaturas, a obra-prima da Santíssima Trindade é a Virgem Maria: no seu coração humilde e repleto de fé, Deus preparou para si uma morada digna, para completar o mistério da salvação. O Amor divino encontrou nela uma correspondência perfeita e foi no seu seio que o Filho Unigênito se fez homem. Dirijamo-nos com confiança filial a Maria para que, com a sua ajuda, possamos progredir no amor e fazer da nossa vida um cântico de louvor ao Pai, por meio do Filho no Espírito Santo

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Crianças são capazes de praticar virtudes cristãs, explica cardeal


Em entrevista concedida ao jornal vaticano L’Osservatore Romano, o Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos, o Cardeal português José Saraiva Martins, divulgou uma série de detalhes até agora desconhecidos sobre a beatificação dos dois pastorinhos de Fátima, Jacinta e Francisco Marto.

Um dos fatos foi a criação de uma comissão desejada pelo Papa João Paulo II que chegou à conclusão de que as crianças efetivamente podem viver as virtudes cristãs em grau heróico.

O cardeal explicou que a beatificação dos pastorinhos é “um evento histórico porque são as primeiras crianças não mártires a serem elevadas às honras dos altares”.

“Antes deles, de fato, não era praxe da Igreja a canonização de crianças: pensava-se, em consideração de sua idade, que não tinham a capacidade de praticar em grau heróico as virtudes cristãs, primeira condição para a beatificação. Lembro-me que, em seu caso, - continuou o purpurado - verificou-se uma coisa muito interessante: chegaram a Roma milhares de cartas de todo o mundo, não só da parte de fiéis leigos mas também de bispos e cardeais que solicitavam a beatificação dos pastorzinhos”, confidenciou o Cardeal.

Esta grande quantidade de solicitudes, destacou ainda o cardeal, “gerou uma reflexão dentro da Congregação das Causas dos Santos. João Paulo II nomeou uma comissão de peritos – teólogos, psicólogos, pedagogos – para examinar o problema. Logo depois de um estudo profundo, chegou-se a uma conclusão: as crianças são capazes de praticar as virtudes cristãs, naturalmente no modo possível para elas. Graças a esta conclusão foi possível proceder à beatificação”.

Sobre o processo de beatificação da Irmã Lúcia, a terceira vidente que faleceu há poucos anos atrás, o Cardeal recordou que este ainda está na fase diocesana dispensada dos cinco anos que se deve esperar em todos os casos para o começo do mesmo depois da morte.

Em Roma, padres representam Diocese de Piracicaba


Pe. Edmundo de Lima Calvo - Pároco da Paróquia São Francisco de Assis - Rio Claro

Pe. Claudemir Aparecido da Rocha - Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Piracicaba


Pe. Aparecido Barbosa - Pároco da Paróquia São Francisco de Assis - Piracicaba



Proclamado pelo Papa Bento XVI, a Igreja está celebrando o Ano Sacerdotal, em comemoração aos 150 anos de morte de São João Maria Vianney, conhecido como São Cura D’Ars, patrono dos párocos e que foi proclamado pelo Papa Bento XVI também patrono de todos os sacerdotes.

Esse ano jubilar teve início no dia 19 de junho do ano passado, solenidade do Sagrado Coração de Jesus e Dia de Oração pela Santificação do Clero. E seu encerramento será na mesma solenidade litúrgica deste ano, no dia 11 de junho.

As atividades de encerramento do Ano Sacerdotal acontecerão de 9 a 11 de junho, em Roma, com a realização de um grande congresso internacional para sacerdotes. A Diocese de Piracicaba estará representada pelos padres Aparecido Barbosa, Claudemir Aparecido da Rocha e Edmundo de Lima Calvo.

Em bonita festa, Diocese de Piracicaba celebrou sua unidade


























Era o dia de Pentecostes. Todos estavam reunidos junto com Maria, quando o Espírito Santo desceu sobre eles e transformou-os. Com alegria e entusiasmo, os apóstolos saíram a pregar: iniciava-se a missão da Igreja fundada por Jesus para perpetuar sua obra redentora.

Esse fato foi revivido e atualizado com a celebração da solenidade litúrgica de Pentecostes, no dia 23 de maio. Na tarde desse dia, a Diocese de Piracicaba se reuniu numa bonita festa, marcada por muita alegria e entusiasmo: foi a 4ª Concentração Diocesana, que reuniu representantes das comunidades paroquiais, das pastorais, dos movimentos, das associações apostólicas e das novas comunidades, religiosos, seminaristas, diáconos e sacerdotes. Foi o grande encontro diocesano em torno de nosso bispo Dom Fernando que, como sucessor dos apóstolos, torna atual e visível entre nós o primeiro Pentecostes.

Celebração solene e muito bonita, com a participação entusiasmada de todos; generosidade e partilha expressas na doação de alimentos para os pobres; sorteio de vários prêmios, e um animado show musical do Padre Joãozinho: assim foi a bonita festa que celebra a unidade diocesana, reunindo perto de cinco mil pessoas no salão social do clube do Sindicatos dos Metalúrgicos de Piracicaba. Teve como tema “Eucaristia: Pão da unidade”, em sintonia com o 16º Congresso Eucarístico Nacional, realizado de 13 a 16 de maio em Brasília, cujo tema foi “Eucaristia, pão da unidade dos discípulos missionários”.

Com a coordenação e comentários do Padre Paulo Roberto Saraiva de Brito, e contando com a colaboração da Irmã Custódia M. Cardoso na condução dos cantos, a concentração se iniciou às 14h45, com orações e cantos, preparando todos para a solene Celebração Eucarística, presidida pelo bispo diocesano e concelebrada pelos párocos e outros sacerdotes. Às 15 horas iniciou-se a procissão de entrada, enquanto a assembleia cantava com muito entusiasmo: “Nós estamos aqui reunidos como estavam em Jerusalém, pois só quando vivemos unidos é que o Espírito Santo nos vem.” Dentro da celebração, também em sintonia com o Congresso Eucarístico, um dos atos foi a renovação dos mandatos dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística.

SINAL DE UNIDADE - Nos comentários iniciais, Padre Paulo Roberto lembrou que Pentecostes é sinal de unidade, espírito que marca também a concentração. Também lembrou que a Igreja está celebrando o Ano Sacerdotal, destacando a importância da missão dos sacerdotes para a Igreja.

Na homilia, Dom Fernando disse que em Pentecostes festejamos “o Espírito Santo que nos foi dado”, que é a alma e a força maior da Igreja. Ressaltou que a Igreja é a comunidade dos seguidores de Cristo e que “temos um princípio unificador que é o Espírito Santo. Ele é alma, inteligência, força que nos move a Deus.”

Depois lembrou o sentido de unidade da concentração diocesana, salientando que “é importante que se torne visível essa unidade numa celebração.” Ressaltou, ainda, que embora sejamos membros de uma comunidade, de uma paróquia, devemos lembrar que a realidade eclesial “vai além dessa pertença, para celebrar a pertença da Igreja diocesana.” Mas é preciso ir mais além, pois “somos o povo de Deus, a Igreja de Jesus Cristo cuja alma é o Espírito Santo.”

Dirigindo-se aos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, destacou seu importante trabalho na comunidade, principalmente o de levar a Eucaristia a quem não pode participar. “Ser ministro é ser servo da Eucaristia, por isso exige empenho” – declarou. Terminada a homilia, o bispo procedeu à cerimônia de renovação do mandato dos Ministros da Eucaristia.

Após a comunhão, foi feita uma homenagem aos sacerdotes, em vista da celebração do Ano Sacerdotal. A eles foi entregue um documento que faz parte da coleção Subsídios Doutrinais da CNBB, intitulado “Presbítero, anunciador da Palavra de Deus, educador da fé e da moral da Igreja”. Enquanto os padres recebiam a lembrança, a assembleia entoou um canto que fala do dom e da missão do sacerdote, chamado ao serviço do Reino de Deus. A singela homenagem foi concluída com uma calorosa salva de palmas.

SÍMBOLOS – A celebração litúrgica foi solene e muito bonita, carregada de diversos símbolos que a enriqueceram. Assim, no início da Liturgia da Palavra, a Bíblia foi conduzida em meio a dança, coreografia e símbolos populares, como a Bandeira do Divino, atabaque, pandeiro, e pessoas representando brancos, negros e índios. Antes da proclamação do evangelho, sete velas grandes vermelhas, representando os sete dons do Espírito Santo, percorreram o salão e ficaram colocadas próximas ao altar.

Na oração dos fiéis, jovens seguravam recipientes com incenso que eram levantados ao final de cada pedido, assim cantado: “Que minha prece feita a ti se eleve como incenso”. E no ofertório, nova coreografia, com a oferta de pão.

GESTO DE PARTILHA - Como expressão da mensagem eucarística de doação e partilha, os participantes ofereceram alimentos que foram entregues aos Vicentinos para serem doados aos pobres. Os frutos desse gesto concreto de solidariedade foram 1.955 quilos de alimentos (arroz, macarrão, óleo, feijão e café), além de 345 litros de leite longa-vida. Some-se a isso uma doação especial da prefeitura de Santa Gertrudes que ofertou 3 mil quilos de feijão.

SORTEIO – Após a missa, foi realizado um sorteio entre os presentes que, na entrada, receberam um cupom numerado. Foram contemplados 21 participantes que foram premiados com relógio de parede, ventiladores, ferros a vapor, jogo de sobremesa de cristal, cafeteira elétrica, secador de cabelos, liquidificadores, boneca, grill, réchaud de porcelana, violino, aparelho de DVD, forno micro-ondas, bicicleta e televisão.

Esses prêmios foram doados pelos Conselhos dos Vicentinos (Central Norte, Central Piracicaba e Central Rio Claro), grupos do movimento Mãe Rainha (de Rafard, Rio das Pedras, Saltinho e Piracicaba), equipe diocesana da Pastoral da Criança, Mosteiro das Irmãs Concepcionistas (com doação dos fiéis que participam de missas em sua capela), Paróquia São Lucas (que recebeu doação de Bankinha da Vila Sônia e do Gustavo Magazine), e do músico Nelson Polizel que ofereceu o violino.

SHOW MUSICAL - Encerrando a festa diocesana, realizou-se um show musical com o Padre Joãozinho. Com belas músicas, o padre cantor contagiou a todos que participaram com muito entusiasmo durante mais de uma hora. Músicas de evangelização com bonitas mensagens, muitas delas acompanhadas em coro pelos participantes, atestando a popularidade do sacerdote cantor.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Padre é instrumento pelo qual Cristo chega às almas, diz Papa


"Cada pastor é um instrumento através do qual Cristo chega às almas, para instruí-las e preservá-las". Foi o disse o Papa Bento XVI na catequese desta quarta-feira, 26, junto aos milhares de peregrinos reunidos na Praça São Pedro, no Vaticano. O Santo Padre recordou que, nas últimas semanas, falou sobre o ministério do sacerdote de ensinar e de santificar e, hoje, destacou o seu ofício de governar a porção do povo de Deus a ele confiado.

Segundo explicou Bento XVI, "para guiar o rebanho, o sacerdote necessita ter uma profunda amizade com o Senhor, uma contínua disponibilidade para deixar que Ele governe a sua vida e uma real obediência à Igreja".

"Por isso, na base do ministério pastoral, está o encontro pessoal e constante com o Senhor, para conformar a própria vontade com a d’Ele", complementou.

O Papa fez o convite aos sacerdotes para participarem das celebrações conclusivas do Ano Sacerdotal, de 9 a 11 de junho, quando "meditaremos sobre a conversão e a missão, o dom do Espírito e a relação com a Virgem Maria e renovaremos as nossas promessas sacerdotais, sustentados por todo o povo de Deus".

No final da Catequese, o Papa fez a saudação aos fiéis em vários idiomas. Em português, disse:
"Amados peregrinos de língua portuguesa, com destaque para a Associação 'Família da Esperança' pela numerosa presença dos seus membros: a minha saudação amiga para vós e para os fiéis de Niterói e de Curitiba. De coração a todos abençoo, pedindo que rezeis por mim, Sucessor de Pedro, cuja tarefa específica é governar a Igreja de Cristo, bem como pelos vossos Bispos e sacerdotes para que saibamos cuidar de todas as ovelhas do rebanho que Deus nos confiou. Obrigado!"

Papa nomeia dois novos Bispos para o Brasil


Dom Célio de Oliveira Goulart - Eleito Bispo Diocesano de São João Del Rey - MG

Dom Wilson Tadeu Jünck - Eleito Bispo Diocesano de Tubarão - SC

O Papa Bento XVI anunciou nesta quarta-feira, 26, a transferência de dois bispos nas dioceses do Brasil. O Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Wilson Tadeu Jünck, 58, assume agora a Diocese de Tubarão, em Santa Catarina, e o Bispo de Cachoeiro do Itapemirim, Dom Célio de Oliveira Goulart, 65, foi transferido para a diocese de São João del Rei, em Minas Gerais.

Dom Wilson

Dom Wilson assume a diocese de Tubarão, que estava vacante desde setembro do ano passado. Nascido em Vidal Ramos (SC), no dia 10 de julho de 1951, o novo bispo de Tubarão foi ordenado padre em 17 de dezembro de 1977 pela Congregação do Sagrado Coração de Jesus (SCJ). Fez seus estudos de Filosofia e Teologia nos conventos Sagrado Coração de Jesus, respectivamente, em Brusque (SC) e Taubaté (SP). Em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, fez psicologia.

Nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro em junho de 2003, Dom Wilson recebeu a ordenação em 16 de agosto do mesmo ano. Seu lema episcopal: “Amar é dar a vida”.

Dom Célio

O novo bispo de São João del Rei, Dom Célio Goulart, sucede a Dom Waldemar Chaves de Araújo, 75, que teve seu pedido de renúncia aceito por Bento XVI, conforme prescreve o Código de Direito Canônico, cânon 401 § 1º.

Dom Célio foi ordenado bispo para a diocese de Leopoldina (MG) em 28 de agosto de 1998 e adotou como lema “A cruz é a força de Deus”. Em 2003, foi transferido para a diocese de Cachoeiro do Itapemirim. De 2003 a 2007, foi presidente do Regional Leste 2 da CNBB (estados de Minas Gerais e Espírito Santo) e membro do Conselho Permanente da CNBB.

Ordenado padre pela Ordem dos Frades Menores (OFM) em 12 de julho de 1969, Dom Célio nasceu em Piracema (MG) no dia 14 de setembro de 1944. Fez seus estudos de filosofia no Convento São Boaventura, em Daltro Filho (RS) e no Convento Santa Maria dos Anjos, em Betim (MG). Já o curso de teologia foi feito no Convento Santo Antônio, em Divinópolis (MG), e no Instituto de Teologia da PUC-Minas, em Belo Horizonte (MG).

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Padre deve ser homem de oração, afirma secretário para o Clero


No decorrer do Ano Sacerdotal, o Papa destacou em diversas ocasiões a importância fundamental da oração na vida e na missão dos padres. Esta é a convicção de Dom Mauro Piacenza, Secretário da Congregação para o Clero, que identifica na missa o local de máxima oração do sacerdote.

"Na celebração da missa, onde temos o vértice, o ápice da ação de culto, da oração, do sacrifício, então ali se configura o padre. Portanto, se eu devo perguntar quem é o padre, devo sobretudo observar o mistério da missa porque devo ver o mistério da cruz e, portanto evidentemente, o mistério da missa que o representa".

Agindo in persona Christi, como se fosse o próprio Cristo a celebrar, a missa representa para o padre o momento de oração em que está mais próximo de Jesus e no qual exercita de maneira mais sublime o seu ministério, explica o bispo encarregado pelo Ano Sacerdotal. Todavia, existem outras formas de oração para o padre, como a Liturgia das Horas e da Adoração eucarística.

"Em meio ao dinamismo de cada dia, a adoração é um espaço de tempo extremamente produtivo".

Recordando depois a oração do Terço e a meditação da Palavra de Deus nas Escrituras, Dom Piacenza evidencia a capacidade da oração de iluminar a atividade do padre. Isso porque a oração dos ministros ordenados, assim como o seu empenho pastoral, tem somente um único objetivo: conduzir a Cristo.

"É ele que deve pregar, é ele que deve ouvir as confissões, é ele que deve celebrar, é Jesus. E portanto, dizemos que a oração ajuda o padre a realizar aquilo que São João Batista dizia: 'é oportuno que eu diminua para que ele cresça'", destaca o secretário".

domingo, 23 de maio de 2010

Espírito Santo continua sendo derramado sobre a Igreja, diz Papa


Após a Missa celebrada na Basílica Vaticana na solenidade de Pentecostes, o Papa Bento XVI encontrou os fiéis e peregrinos que lotavam a Praça São Pedro para a oração do Regina Caeli, finalmente sob um sol primaveril.

Nas palavras que antecederam a oração mariana, o Papa falou da atualidade desta celebração, e dos muitos "pentecostes" que se manifestam ainda hoje na vida da Igreja.

Sem as efusões constantes do Espírito Santo, disse Bento XVI, a Igreja seria como um barco à vela ao qual falta o vento: "O Pentecostes se renova de modo especial em alguns momentos marcantes, seja em nível local, seja universal, seja em pequenas assembleias, seja em grandes convocações."

Bento XVI citou como exemplos os Concílios, em especial o Concílio Vaticano II, que tiveram sessões gratificadas por efusões do Espírito Santo, e o encontro dos movimentos eclesiais com João Paulo II, nesta mesma Praça, na celebração de Pentecostes de 1998.

"Mas a Igreja conhece inúmeros 'pentecostes' que vivificam as comunidades locais" – disse o Papa, citando as Liturgias e os encontros de oração, em que "os jovens sentem claramente o chamado de Deus".

"Portanto, não há Igreja sem Pentecostes. E gostaria de acrescentar: não há Pentecostes sem a Virgem Maria, como nos refere o livro dos Atos dos Apóstolos" – disse o pontífice, afirmando ter sido testemunha disso em Fátima, poucos dias atrás, durante sua viagem apostólica a Portugal.

"O que viveu aquela imensa multidão, na esplanada do Santuário, onde todos éramos um só coração e uma só alma, senão um renovado Pentecostes? No meio de nós estava Maria, a Mãe de Jesus. Esta é a experiência típica dos pequenos ou dos grandes santuários marianos, como Lourdes, Guadalupe, Pompéia, Loreto: onde quer que os cristãos se reúnam em oração com Maria, o Senhor doa o seu Espírito."

Por fim, Bento XVI evocou uma renovada efusão do Espírito Santo para toda a Igreja, em especial para todos os ministros do Evangelho, neste Ano Sacerdotal, para que a mensagem de salvação seja anunciada a todas as pessoas.

Após a oração do Regina Caeli, o Papa recordou que amanhã, 24 de maio, se celebra o Dia de oração pela Igreja na China: "Enquanto os fiéis que estão na China rezam para que a unidade entre eles e com a Igreja se aprofunde sempre mais, os católicos no mundo inteiro – especialmente os de origem chinesa – se unem a eles na oração e na caridade que o Espírito Santo infunde nos nossos corações, particularmente na solenidade de hoje."

O Espírito Santo supera as barreiras e nos dá a unidade, diz Papa




"Na celebração de Pentecostes, somos convidados a professar a nossa fé na presença e na ação do Espírito Santo". Com esta síntese da solenidade que conclui o tempo pascal, teve início a homilia pronunciada pelo Papa Bento XVI na manhã deste domingo, 23, na Basílica de São Pedro.

O Espírito Santo, recordou o Pontífice, é o dom que Jesus pediu e continuamente pede ao Pai por seus amigos; o primeiro e principal dom que nos obteve com a sua Ressurreição e Ascensão ao Céu. Este dom produz unidade e compreensão: "Inicia-se um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e espalhadas; as pessoas, muitas vezes reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo se abrem à experiência da comunhão, que pode envolvê-las a tal ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade".

Desde o dia de Pentecostes, explicou o Papa, a Igreja fala todas as línguas. Ela jamais permanece prisioneira de confins políticos, raciais e culturais; não se pode confundir com os Estados e deve permanecer autônoma. Por sua natureza, a Igreja é una e multíplice, destinada a viver em todas as nações, todos os povos, nos mais diferentes contextos sociais. "O Espírito Santo envolve homens e povos e, através deles, supera muros e barreiras".

Todavia, esta unidade criada pelo Espírito Santo não significa uma espécie de igualitarismo. Pelo contrário. Em Pentecostes, os Apóstolos falam línguas diferentes de modo que cada um compreenda a mensagem no próprio idioma. Às Igrejas particulares, porém, cabe a missão de se confrontar e se harmonizar com a Igreja una e católica.

A seguir, Bento XVI falou da maneira como o Espírito Santo se manifesta: "fogo como chama divina" que ilumina a estrada da humanidade. "Como é diferente do fogo das guerras e das bombas!", comparou. "Como é diferente o incêndio de Cristo, propagado pela Igreja, em relação ao fogo aceso pelos ditadores de todas as épocas, inclusive do século passado, que deixa um rastro de destruição. O fogo de Deus, o fogo do Espírito Santo, ao invés, arde sem queimar, sem destruir, e, ao se propagar, faz emergir a parte melhor e mais verdadeira do homem, a sua vocação à verdade e ao amor".

No íntimo do homem, o fogo provoca uma transformação, consumando as escórias que o corrompem e dificultam sua relação com Deus e com o próximo. Paradoxalmente, observa o Pontífice, este efeito divino nos assusta, temos medo de nos "queimar", e escolhemos permanecer como somos. Isso depende do fato de que muitas vezes a nossa vida é marcada pela lógica do ter, do possuir, e não do doar-se. Muitas pessoas crêem em Deus e admiram a figura de Jesus Cristo, mas têm medo das exigências da fé, de renunciar a certas experiências, a algo de belo.

Para quem vive esta divisão, o Papa repete o que Jesus dizia aos seus amigos: "Não tenham medo". Devemos deixar que a presença de Cristo e a sua graça transformem o nosso coração, sempre sujeito às fraquezas humanas. "Vale a pena deixar-se tocar pelo fogo do Espírito Santo. A dor que provoca é necessária para a nossa transformação."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Dom Canísio é transferido para diocese de Santa Cruz do Sul


Dom Canísio Klaus, eleito Bispo Diocesano de Santa Cruz do Sul - RS


O papa Bento XVI aceitou, nesta quarta-feira, 19, a renúncia do bispo de Santa Cruz do Sul (RS), dom Aloísio Sinésio Bohn, 75, por motivo de idade, conforme prevê o cânon 401, § 1º, do Código de Direito Canônico. Para sucedê-lo o papa nomeou dom Canísio Klaus, 58, transferindo-o da diocese de Diamantino, no Mato Grosso.

Natural de Arroio do Meio, no Rio Grande do Sul, dom Canísio nasceu no dia 9 de outubro de 1951. Foi ordenado padre em 28 de dezembro de 1979 para a diocese de Santa Cruz do Sul. Nomeado bispo coadjutor da diocese de Diamantino, recebeu a ordenação episcopal no dia 21 de junho de 1998, assumindo o governo pastoral da diocese em agosto do mesmo ano. Foi presidente do Regional Oeste 2 da CNBB de 2003 a 2006 e membro do Conselho Permanente da CNBB neste mesmo período.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Solidariedade ao Papa: mais de 200 mil reunidos no Vaticano


O Papa agradeceu a "presença e confiança" das mais de 200.000 pessoas presentes na Praça de São Pedro e na Via della Conciliazione durante a oração do Regina Coeli neste domingo, 16.

"É bonito ver hoje esta multidão na Praça de São Pedro, assim como foi emocionante para mim ver em Fátima a imensa multidão que, escutando a Maria, rezou pela conversão dos corações. Renovo hoje este chamamento, alentado por vossa presença tão numerosa. Obrigado!"

O ato foi uma manifestação de solidariedade e apoio ao Pontífice em meio aos casos de abusos sexuais contra crianças que envolvem alguns membros do clero e a avalanche midiática que tenta envolver pessoalmente o Papa nesses escândalos.

"O verdadeiro inimigo que deve-se temer e combater é o pecado, o mal espiritual que, às vezes, por desgraça, também contagia os membros da Igreja. Vivemos no mundo, disse o Senhor, mas não somos do mundo, embora tenhamos que estar precavidos também de suas seduções. Ao contrário, devemos ter medo do pecado e, por este motivo, estar profundamente arraigados em Deus, sendo solidários no bem, no amor, no serviço. É o que a Igreja, seus ministros, unidos a seus fiéis, tem feito e seguem fazendo com fervoroso compromisso pelo bem espiritual e material das pessoas em todas as partes do mundo. É o que especialmente vós tratais de fazer habitualmente nas paróquias, nas associações e nos movimentos: servir a Deus e ao homem em nome de Cristo", enfatizou o Papa.

"Hoje a minha primeira saudação dirige-se aos fiéis leigos procedentes de toda a Itália e ao Cardeal Angelo Bagnasco, que lhes acompanha como presidente da Conferência Episcopal. Agradeço-lhes de coração, queridos irmãos e irmãs, por vossa cálida e numerosa presença!", afirmou.

Bento XVI destacou que a multidão, respondendo ao convite do Conselho Nacional Italiano das Associações Laicais, aderiu "com entusiasmo a esta bela e espontânea manifestação de fé e de solidariedade, na qual participa também um importante grupo de parlamentares e de administradores locais. A todos desejo expressar meu mais vivo reconhecimento".

A reunião de tantas pessoas demonstra o grande afeto e profunda proximidade da Igreja e do povo italiano ao Papa e aos sacerdotes, "que diariamente os atendem, para que no compromisso da renovação espiritual e moral possamos servir cada vez melhor à Igreja, o Povo de Deus, e a quantos dirigem-se a nós com confiança".

O Papa finalizou animando a "seguir juntos com confiança neste caminho, e que as provações, que o Senhor permite, nos levem a uma maior radicalidade e coerência".

domingo, 16 de maio de 2010

Celebração da Santa Missa encerra o 16º Congresso Eucarístico



O 16º Congresso Eucarístico Nacional, que acontece em Brasília desde o dia 13 de maio, tem seu encerramento neste domingo, 16, com a celebração da Santa Missa presidida pelo enviado especial do Papa e Prefeito da Congregação para o Clero, o Cardeal Dom Cláudio Hummes.

No início da celebração, quatro canhões do Exército foram disparados pela Bateria Caiena com uma salva de 12 tiros. Fuzileiros navais, vestidos com uniforme histórico, posicionaram-se no corredor do altar-monumento para a entrada dos bispos.

Durante a homilia, Dom Hummes pronunciou-se aos cerca de 90 mil participantes que o Congresso Eucarístico dizendo que a Eucaristia é a fonte de vida do cristão. “Neste Congresso, pedimos a Deus a consciência para sermos, pela Eucaristia, seus discípulos para que possamos, também, ser seus missionários”. Sobre a participação constante dos fiéis na celebração da Santa Missa, o cardeal ressaltou que é preciso que a missão renove nos fiéis a observância da importância da Missa aos domingos para que possam viver a comunhão e compartilhar da vida comunitária da Igreja.

Hoje, dia da Assunção do Senhor, foi lembrado por Dom Cláudio quando Jesus reuniu seus discípulos para lhes dar instruções antes de subir para junto do Pai. “É preciso que diante de Jesus Cristo, nos deixemos enviar em missão. E essa nova missão terá como destaque aqueles que não são cristãos e também os batizados que abandonaram a sua fé ou deixaram a Igreja em busca de outras religiões. Precisamos ir em busca destes.” O Cardeal ainda acrescentou: “É pela fé e pelo batismo que se ingressa na salvação. E a fé nasce da pregação, por isso todo ser humano tem o direito de ouvir o Evangelho, pois Cristo nos enviou para todos”.

Encerrando este evento, Dom Cláudio citou o tema do Congresso Eucarístico e pediu: “Fica comigo, Senhor!”. Ele também explicou que essas palavras tem significado grande para este dia devido às atuais situações enfrentadas pela Igreja.


Agradecimentos

Despedindo-se, o Cardeal disse sentir-se esperançoso e enviou uma mensagem de saudação de amor a todos: “Deus quer contar com cada um, para que façam a sua parte na missão. Assim, a Igreja no Brasil será florescente.”

Tomando a palavra, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha, agradeceu por todo zelo e toda atenção dedicada aos bispos e sacedotes durante este tempo do encontro.

O Arcebispo de Belém do Pará (PA), Dom Alberto Taveira Corrêa, anunciou, oficialmente, que a realização do 17º Congresso Eucarístico será em Belém; ele agradeceu a confiança da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e pelo carinho da CNBB em nome da arquidiocese da capital do Pará (PA). Dom Alberto também aproveitou a ocasião para convidar a todos para estarem em Belém no próximo Congresso que acontecerá em 2015.

O presidente do 16º Congresso Eucarístico Nacional e Arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz, agradeceu às autoridades que colaboraram para que esse Congresso acontecesse. Agradeceu também a toda equipe que trabalhou durante 3 anos na organização deste congresso. Os agradecimentos do arcebispo também se estenderam às emissoras católicas que fizeram a cobertura do encontro.

Dom João fez uma homenagem ao Papa Bento XVI, na pessoa de Dom Cláudio, presenteando Sua Santidade com a imagem de Nossa Senhora Aparecida que veio da cidade de Aparecida (SP) para a abertura do evento. Ao próprio Dom Cláudio Hummes, o arcebispo de Brasília entregou uma réplica do altar-monumento e símbolo do Congresso.

Dom Cláudio Hummes agradeceu ao Santo Padre por permitir que ele viesse ao Brasil participar deste encontro e, assim, poder rever seus irmãos bispos e sacerdotes; além de presenciar esta festa que a Igreja preparou em Brasília e poder compartilhar deste momento de encontro da Igreja com os fiéis.

Com o encerramento da Santa Missa, dois helicópteros sobrevoaram o local do evento jogando pétalas de rosas sobre os participantes.