segunda-feira, 31 de maio de 2010

Relatório apresentado no Vaticano mostra como sacerdotes vêm usando a internet


Um relatório com "indicações práticas" sobre como a Congregação para o Clero deve responder ao "desafio" deixado pelo Papa em sua última Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações, para os padres "serem mais presentes no mundo digital", é como classifica, o cardeal Dom Cláudio Hummes, o documento divulgado hoje "Picture", sobre o uso de Tecnologias da Informação pelos padres da Igreja Católica.

Os resultados foram apresentados em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira na Rádio Vaticana. O estudo apresenta 4992 respostas pessoais, o que corresponde a 1,2% do número total de padres, e é fruto da colaboração entre a Universidade da Suíça italiana de Lugano, na Suíça e a Escola de Comunicação da Igreja da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma, Itália.

Na coletiva, o prefeito da Congregação para o Clero afirmou que "a mídia de massa recentemente se tornou parte dos instrumentos comuns através dos quais as comunidades eclesiais se expressam". O cardeal Hummes enxerga o estudo como "muito útil para pensar as iniciativas pastorais e formativas para os padres da Igreja Católica". Além disso, o dicastério vê "indicações práticas" para atividades pastorais na realidade digital.

PICTURE significa, na sigla em inglês, "Uso da Tecnologia da Informação pelos Padres em suas Experiências Religiosas", e mostra um panorama do acesso e do uso pessoal da internet em atividades chave para os padres (homilias, oração e aconselhamento espiritual), estudo e inculturação. O relatório foi inspirado por e feito à luz do Ano Sacerdotal.

O tempo destinado às respostas foi curto, notou Dom Lucio Riz, da Pontifícia Universidade da Santa Cruz: de 15 de novembro de 2009 a 28 de fevereiro de 2010, para dar tempo para serem analisados os resultados. Apesar do endosso da Igreja, não se trata de um estudo eclesiástico, mas realizado pela secular New Media in Education program, da Uniservidade Suíça.

O questionário foi enviado para padres no mundo inteiro por meio das agências de imprensa de todas as Conferências Episcopais (somente Católicas, para eu fosse assegurado o resultado correto e o entendimento da proposta). Embora os padres tenham sido aconselhados para responder as questões de forma anônima, a maioria deles deixou nomes e contatos, o que ajuda em uma melhor análise do estudo, observou Dom Ruiz.

As questões estavam disponíveis em sete idiomas: português, espanhol, inglês, italiano, francês, alemão e polonês; com a possibilidade de a resposta ser dada tanto on line quanto em papel. A maior parte das respostas foi em espanhol (31,9%) e a menor, em português (4,9%).

Todas as 4992 respostas recebidas vêm de 117 diferentes países, distribuídas da seguinte forma: 54,6% da Europa, 37,3% das Américas, 3,9% da Ásia, 2,6% da África e 1,6% da Oceania, o que corresponde com a distribuição dos padres em cada parte do mundo.

O estudo mostra que os sacerdotes que responderam usam a internet quase diariamente. À procura de materiais para homilias, declararam acessar pelo menos uma vez por semana, o que significa que a internet se tornou uma fonte altamente valorizada no preparo de atividades de pregação. É menos utilizada quando se trata de aconselhamentos espirituais, com apenas 13,3% de frequência declarada, cinco vezes por semana. A internet como uma fonte de oração também não está ainda tão comum: 35,7% dos padres em todo o mundo nunca fazem online, quando quase a mesma porcentagem, 35,9% declara utilizar para esse fim somente uma vez por semana.

Para 26% dos padres a Internet é útil para o estudo diário, enquanto 34,1% fazem com a frequência de uma vez por semana. Somente 9,4% declaram nunca utilizar a web para estudar. Resultados elevados também na opinião sobre a utilidade da internet para o aprimoramento da formação sacerdotal: 40,6% concordam com a declaração, 23,8% fortemente concordam, enquanto apenas 6,4% discordam.

Para os sacerdotes, a internet tem um papel igualmente muito importante em apresentar a mensagem cristã: 52,2% veem utilidade sob esse propósito, e 7% acreditam que não há. Ainda para 72,9%, "novas tecnologias permitem a inculturação no mundo atual", enquanto 2,7% discordam.

O estudo denota ainda uma atitude positiva com relação às novas tecnologias pela maioria dos sacerdotes - em torno de 41,6%, sendo que apenas 12,2% têm uma percepção negativa. Enquanto isso, 38,2% veem mais oportunidades que perigos na web, mas 17,5% têm opinião contrária.

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