domingo, 31 de maio de 2009

Os Sete Dons do Espírito Santo



Na convivência com as pessoas, percebemos que cada uma possui qualidades, dons próprios, característicos, e que, somando tudo, resulta uma riqueza imensa.
É o próprio Espírito de Deus que distribui a cada um(a) os seus dons, segundo seu consentimento: nem todos têm de fazer tudo, mas um(a) precisa fazer a sua parte. Os dons são tão diversos como são as pessoas.
Nos caminhos e descaminhos da vida, cada pessoa vai descobrindo suas possibilidades e capacidades pessoais. É preciso que cada um saiba ousar, mesmo encontrando dificuldades. Importa ter coragem, fincar o pé e buscar sempre. A busca pertence a cada pessoa e faz da história de fé para com Deus.

TODOS OS DONS SÃO PRESENTES DE DEUS
Quando nos referimos ao Espírito Santo sempre tomamos como referência os sete dons:sabedoria, inteligência, conselho, ciência, fortaleza, piedade e temor de Deus.
Eles são inspirados no texto do profeta Isaías (11, 2-3). O Novo Testamento assume esta profecia na pessoa de Jesus Cristo, o Messias prometido. Ele seria possuído pelo Espírito de Deus e a partir de sua força, praticará um reinado alicerçado na justiça e na paz, conforme os dons recebidos.
O número sete no contexto bíblico. Significa universidade, totalidade, perfeição. Os dons do Espírito são inúmeros, portanto, ao falar em sete, podemos dizer que recebemos todos os seus dons.
São Paulo, em Gálatas 5, 22-23, fala nos "frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si". Estes frutos provêm de um projeto de vida que todo cristão é chamado a perfazer. Isto não significa que os teremos de uma hora para outra. Mas, a vida do cristão é um constante converter-se ao crescimento da fé, e um comprometimento para gerar estes frutos na convivência do dia-a-dia.
Podemos dizer que os "dons são qualidades dadas por Deus que capacitam o ser humano para seguir com gosto e facilidade os impulsos divinos, para tomar a decisão acertada em situações obscuras e para reprimir as forças do orgulho, do egoísmo e da preguiça, que se opõem à graça de Deus".

OS SETE DONS E SEU SIGNIFICADO
Vivemos um tempo de grande riqueza em nossa Igreja. Quantos jovens e adultos fazem as comunidades, as famílias saírem de sua passividade e acomodação para tomarem seus membros sujeitos da própria historia através da partilha de seus dons.
Estes dons se transformam em fraternidade, solidariedade, justiça. Através de uma vivência comunitária nos grupos de reflexão, grupos de oração, estudo bíblico ... criam-se práticas sociais e maior consciência de cidadania.
Os sete dons: Sabedoria, inteligência, ciência, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus ajudam a entender os planos de Deus na vida de cada cristão. Mas, também, capacitam para superar o perigo da indiferença e do medo, para amar a Deus como Pai. Estes dons, ainda, empenham os cristãos na luta por um mundo mais justo e humano e para perseverar na fé e na esperança, mesmo em meio aos desafios e dificuldades.
Eles resumem toda a ação do Espírito Santo nas pessoas.
Os dons doados pelo Espírito de Deus não tornam as pessoas passivas, inertes, acomodadas. Mas, pelo contrário, o cristão que toma consciência de que está imbuído por seus dons, transforma sua vivência.
Um cristão crismado que não ajuda a transformar, a mudar a sociedade em que vive, certamente engavetou seus dons.

VAMOS ENTERDER MELHOR ESTES DONS:
a) Saberia. Ela nos leva ao verdadeiro conhecimento de Deus e a buscar os reais valores da vida. O homem sábio e a mulher sábia é aquele(a) que pratica a justiça, tem um coração misericordioso, ama intensamente a vida, porque a vida vem de Deus.
b) Inteligência. Este dom nos leva a entender e a compreender as verdades da salvação, reveladas na Sagrada Escritura e nos ensinamentos da Igreja.Ex. Deus é Pai de todos; em Jesus, Filho de Deus, somos irmãos ...
c) Ciência. A capacidade de descobrir, inventar, recriar formas, maneiras para salvar o ser humano e a natureza. Suscita atitudes de participação, de luta e de ousadia, frente a cultura da morte.
d) Conselho. É o dom de orientar e ajudar a quem precisa. Ele permite dialogar fraternalmente, em família e comunidade, acolhendo o diferente que vive em nosso meio. Este dom capacita a animar os desanimados, a fazer sorrir os que sofrem, a unir os separados ...
e) Fortaleza. É o dom de tornar as pessoas fortes, corajosas para enfrentar as dificuldades da fé e da vida. Ajuda aos jovens a ter esperança no futuro, aos pais assumirem com alegria seus deveres, às lideranças a perseverarem na conquista de uma sociedade mais fraterna.
f) Piedade. É o dom da intimidade e da mística. Coloca-nos numa atitude de filhos buscando um dialogo profundo e íntimo com Deus. Acende o fogo do amor: amor a Deus e amor aos irmãos.
g) Temor de Deus. Este dom nos dá a consciência de quanto Deus nos ama. "Ele nos amou antes de tudo". Por isso, precisamos corresponder a este amor.

Para que o Espírito Santo nos conceda seus dons pedimos:
Vem, Espírito de Deus,enche os nossos corações com tua graça.És o sopro de Deusque dá vida ao que está morto,que dá vida ao nosso sere que nos tira do túmulo da preguiça edo comodismo.És fogo que queima o que está errado em nós,que aquece nosso coração para amar,que ilumina nossa mente para entender.Faze-nos conhecer Jesus Cristoque veio revelar o amor do Pai.Faze-nos conhecer o pai e sua bondade infinita.Faze-nos tuas testemunhas,instrumentos nas tuas mãospara que os corações dos homens se transformeme assim a terra se renove.Para que reine a justiça e a paz,a solidariedade e o amor.Para que o Reino de Deus se estenda cada dia mais Amém.

31 de Maio - Pentecostes


Leituras : 1ª Leitura At 2,1-11 Salmo Responsorial 103(104) 2ª Leitura 1Cor 12,3-7.12-13 Evangelho Jo 20,19-23

Sequência (Dois coros)— Espírito de Deus,/ enviai dos céus/ um raio de luz!— Vinde, Pai dos pobres,/ dai aos corações/ vossos sete dons.— Consolo que acalma,/ hóspede da alma,/ doce alívio, vinde!— No labor descanso,/ na aflição remanso,/ no calor aragem.— Enchei, luz bendita,/ chama que crepita,/ o íntimo de nós!— Sem a luz que acode,/ nada o homem pode,/ nenhum bem há nele.— Ao sujo lavai,/ ao seco regai,/ curai o doente.— Dobrai o que é duro,/ guiai no escuro,/ o frio aquecei.— Dai à vossa Igreja,/ que espera e deseja,/ vossos sete dons.— Dai em prêmio ao forte/ uma santa morte,/ alegria eterna. Amém.

(Aclamação)— O Senhor esteja convosco.— Ele está no meio de nós.— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João. — Glória a vós, Senhor.19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.- Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

sábado, 30 de maio de 2009

Pentecostes, o Batismo da Igreja - Papa Bento XVI



Celebramos hoje a solenidade de Pentecostes, antiga festa judaica na qual se recordava a Aliança de Deus com seu povo no monte Sinai (cf. Êxodo, 19). Converteu-se também em festa cristã precisamente pelo que sucedeu nessa ocasião, 50 dias depois da Páscoa de Jesus. Lemos nos Atos dos Apóstolos que os discípulos estavam reunidos em oração no Cenáculo quando sobre eles desceu com potência o Espírito Santo, como vento e fogo. Saíram então a anunciar em muitos idiomas a boa notícia da ressurreição de Cristo (Cf. 2, 1-4). Aquele foi o «batismo no Espírito Santo», que havia sido anunciado por João Batista: «Eu vos batizo em água para conversão, – dizia à multidão – mas aquele que vem após mim é mais forte que eu... Ele vos batizará no Espírito Santo e com fogo» (Mateus 3, 11).Com efeito, toda a missão de Jesus esteve orientada a entregar aos homens o Espírito de Deus e a batizá-los em seu «lavatório» de regeneração. Isto se realizou com sua glorificação (Cf. João 7, 39), ou seja, mediante sua morte e ressurreição: então o Espírito de Deus foi difundido de maneira superabundante, como uma cascata capaz de purificar todo coração, de apagar o incêndio do mal e de acender no mundo o fogo do amor divino.Os Atos dos Apóstolos apresentam Pentecostes como cumprimento desta promessa e, portanto, como coração de toda a missão de Jesus. Ele mesmo, após sua ressurreição, ordenou aos discípulos que permanecessem em Jerusalém, pois, como lhes disse, «sereis batizados no Espírito Santo dentro de poucos dias» (Atos 1, 5); e acrescentou: «Recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judeia e Samaria, e até os confins do mundo» (Atos 1, 8).Pentecostes é, portanto, de maneira especial, o batismo da Igreja que empreende sua missão universal, começando pelas ruas de Jerusalém, com a prodigiosa pregação nos diferentes idiomas da humanidade. Neste batismo do Espírito são inseparáveis a dimensão pessoal e a comunitária, o «eu» do discípulo e o «nós» da Igreja. O Espírito consagra a pessoa e faz dela, ao mesmo tempo, membro vivo do Corpo místico de Cristo, partícipe da missão de testemunhar seu amor. E isto acontece mediante os sacramentos da iniciação cristã: o Batismo e a Confirmação.Redescubramos, queridos irmãos e irmãs, a beleza de ser batizados no Espírito Santo; retomemos consciência de nosso Batismo e de nossa Confirmação, mananciais de graça sempre atual.Peçamos à Virgem Maria que alcance também hoje para a Igreja um novo Pentecostes, que infunda em todos, em especial nos jovens, a alegria de viver e testemunhar o Evangelho.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Vinde, Espírito Santo ! Dom Eduardo Koaik



Pentecostes aconteceu quando a Igreja, representada na sua origem pelos discípulos “todos reunidos no mesmo lugar” e “cheios do Espírito Santo”, começou a anunciar “as maravilhas de Deus”. Cada povo, ali presente, entendia-os falar “em sua própria língua”. Pentecostes acontece sempre na vida da Igreja e de cada um de seus fiéis. Cinquenta dias depois da Páscoa, os judeus costumavam celebrar a entrega das tábuas da Lei, por Deus, a seu povo através de Moisés ao pé do Monte Sinai. Chamava-se o Dia da Aliança. A vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos coincide com a festa de Pentecostes da nação judaica. Aqui, todas as imagens estão muito aquém da realidade. Melhor dizendo: o essencial está muito acima do que se pode imaginar. Deus não dá só uma Lei escrita em pedra, mas dá o seu próprio Espírito que habita e transforma os corações. Em Pentecostes inaugura-se o tempo do culto “em espírito e verdade” a que se referiu Jesus Cristo quando conversava com a Samaritana no poço de Jacó.Assim como Moisés subiu ao Monte Sinai para depois descer com as tábuas da Lei para entregá-las ao povo, assim também foi necessário que Jesus Cristo subisse para junto do Pai de onde fez descer o seu Espírito sobre os apóstolos e sobre a Igreja em cumprimento à sua própria promessa: “Quando eu voltar para o Pai, farei descer sobre vós o Espírito Santo para que tenhais força de dar testemunho de mim.” Na verdade, esta vinda do Espírito Santo não se limita a uma determinada época, nem a um determinado lugar onde os apóstolos estavam reunidos, mas “a todas as nações debaixo do céu” e se estenderá “até os confins da terra”. Exatamente para que assim acontecesse, Jesus fez, de cada apóstolo e discípulo seu, testemunha de sua mensagem.Apóstolos e discípulos, não somos apenas mensageiros mas testemunhas de Jesus Cristo. O simples mensageiro leva a mensagem em mãos, como um carteiro, ou anuncia de boca como quem fala ao microfone. Testemunha verdadeira é aquele que vive a mensagem que anuncia aos outros. Quem são esses “outros”? São todos, discípulos e discípulas, aqueles que seguem o que o Mestre ensina, sem distinguir classe social, cor da pele, cultura, ideologia... A prova de que Ele veio para todos encontra sua expressão concreta no “dom do Espírito” que permite aos discípulos “falarem em outras línguas”. O testemunho do amor é entendido por todas as línguas. Trata-se de um testemunho que perdeu o medo e que se faz corajoso pela ação do Espírito Santo; trata-se de uma vida cuja razão de ser é o amor gratuito, numa medida sem medida ao alcance de todos os povos; trata-se do testemunho de uma vida que passa a pertencer àquele que “tendo amado os seus que estavam neste mundo, amou-os até o fim”; trata-se de um testemunho que não pode ser dado sem a ação do Espírito Santo: “Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito”. Na 1ª. Carta aos Coríntios, São Paulo atesta: a manifestação do Espírito é dada a cada um em vista do bem comum, porque é “o mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos”.Pentecostes é a plenitude da Páscoa. Só realiza a Páscoa (vida nova) quem se deixa “habitar” pelo Espírito Santo. Na Páscoa, “no primeiro dia da semana”, Jesus ressuscitado apareceu aos onze discípulos, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo”. Páscoa está intimamente ligada à vida nova que se recebe no Batismo e Pentecostes celebra a confirmação do Batismo pelo Crisma, reafirmando o compromisso missionário da Igreja: “Como o Pai me enviou, eu vos envio.” Quatro vezes o Espírito Santo manifestou-se visivelmente na vida de Jesus: no seu batismo, em forma de pomba; na transfiguração, em forma de nuvem; no dia da ressurreição, no sopro de Jesus sobre os apóstolos e, em Pentecostes, em forma de vento e línguas de fogo. Manifesta-se invisivelmente, de modo permanente, na vida da Igreja, nos dons e carismas “em favor do bem comum”. O crescimento na santificação de cada fiel é fruto dos sete dons do Espírito Santo: o dom da Sabedoria mostra o caminho de Deus na vida do cristão; o dom da Inteligência o esclarece na fé; o dom da Ciência o faz conhecer a ação salvadora de Deus; o dom da Piedade o faz ver em Deus o Pai e amá-lo; o dom do Conselho o conduz a discernir como agir corretamente; o dom da Fortaleza o faz experimentar a força de Deus que atua na vontade humana, e o dom do Temor de Deus mostra-lhe que Deus deve ser amado sobre todas as coisas. São esses dons que confirmam o discípulo de Jesus Cristo na fé, na esperança e na caridade.Lembro-me de ter ouvido um sacerdote, no dia de Pentecostes, perorar sua homilia com esses sentimentos que os faço meus: “Abramos nossas mentes ao Espírito da Verdade para reconhecermos em Jesus Cristo nossa única verdade; abramos nossos corações ao Espírito do Amor para amarmos todos os filhos de Deus e particularmente os pobres; abramos nossos braços ao Espírito da Unidade para vivermos a fraternidade em nossas comunidades; abramos nossas vidas ao Espírito da Vida para vivermos a comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.”
Dom Eduardo Koaik é Bispo Emérito de Piracicaba

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A missão do Espírito Santo


O Espírito Santo – que é Deus com o Pai e o Filho – é o santificador, o vivificador, dom do Pai, distribuidor dos dons e frutos divinos. É verdade, vida, amor, unidade e liberdade. É o selo, a aliança que dá existência à Igreja, é o proclamador da realeza do Senhor, a realização da promessa do Pai e de Jesus. Ele guia a Igreja para que ela possa ser sinal de salvação. “Consumada a obra que o Pai confiara ao Filho realizar na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes, a fim de santificar perenemente a Igreja para que, assim, os crentes pudessem aproximar-se do Pai, por Cristo num mesmo Espírito. Ele é o espírito da vida, ou a fonte de água que jorra para a vida eterna. Por ele o Pai vivifica os homens mortos pelo pecado, até que Cristo ressuscite seus corpos mortais. O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis como num templo. Neles ora e dá testemunho de que são seus filhos adotivos. Leva a Igreja ao conhecimento da verdade total. Unifica-a na comunhão e no ministério. Dota-a e dirige-a mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos. Ele rejuvenesce a Igreja, renova-a perpetuamente e leva-a à união consumada com seu Esposo. Pois o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: Vem.” (Concílio Vaticano II - Constituição Dogmática “’Lumen gentium”)
Significado de Pentecostes
A palavra Pentecostes significa 50 dias, pois era uma festa celebrada 50 dias após a Páscoa. “No antigo Israel, Pentecostes era uma festa agrícola (primícias da safra, no hemisfério norte). Mais tarde foi relacionada com o evento salvífico central da Aliança mosaica: ganhou o sentido de comemoração da proclamação da Lei no Monte Sinai. Tornou-se uma das três grandes festas em que os judeus subiam em romaria a Jerusalém (as outras são Páscoa e Tabernáculos). Foi nesta festa que aconteceu a ‘explosão’ do Espírito Santo, a força que levou os apóstolos a tomarem a palavra e a proclamarem, diante da multidão reunida de todos os cantos do judaísmo, o anúncio de Jesus Cristo.” (Padre Johan Konings, em “Liturgia dominical”, Editora Vozes)
Em Pentecostes manifesta-se Igreja
Celebramos a grande festa de Pentecostes, na qual a liturgia nos faz reviver o nascimento da Igreja, segundo quanto narra São Lucas no livro dos Atos dos Apóstolos (2, 1-13). Cinquenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade dos discípulos "assíduos e concordes na oração" reunidos "com Maria, a mãe de Jesus" e com os doze Apóstolos (cf. At 1, 14; 2, 1). Portanto podemos dizer que a Igreja teve o seu solene início com a descida do Espírito Santo.Neste extraordinário acontecimento encontramos as notas fundamentais e qualificadoras da Igreja: a Igreja é una, como a comunidade de Pentecostes, que estava unida na oração e concorde: "Tinha um só coração e uma só alma" (At 4, 32). A Igreja é santa, não pelos seus méritos, mas porque, animada pelo Espírito Santo, mantém o olhar fixo em Cristo, para se tornar conforme com Ele e com o seu amor. A Igreja é católica, porque o Evangelho se destina a todos os povos e por isso, já desde o início, o Espírito Santo faz com que ela fale todas as línguas. A Igreja é apostólica, porque edificada sobre o fundamento dos Apóstolos, conserva fielmente o seu ensinamento através da cadeia ininterrupta da sucessão episcopal.Além disso, a Igreja é, por sua natureza, missionária e, a partir do dia de Pentecostes, o Espírito Santo não cessa de a estimular pelos caminhos do mundo, até aos extremos confins da terra e até ao fim dos tempos. Esta realidade que podemos verificar em todas as épocas já está antecipada no Livro dos Atos, onde se descreve a passagem do Evangelho dos hebreus para os pagãos, de Jerusalém para Roma. Roma está a indicar o mundo dos pagãos, e assim todos os povos que estão fora do antigo povo de Deus. De fato, os Atos concluem-se com a chegada do Evangelho a Roma. Então podemos dizer que Roma é o nome concreto da catolicidade e da missionariedade, expressa a fidelidade às origens, à Igreja de todos os tempos, a uma Igreja que fala todas as línguas e vai ao encontro de todas as culturas. Queridos irmãos e irmãs, o primeiro Pentecostes aconteceu quando Maria Santíssima estava presente no meio dos discípulos no Cenáculo de Jerusalém e rezava. Também hoje nos confiamos à sua materna intercessão, para que o Espírito Santo desça abundantemente sobre a Igreja do nosso tempo, encha os corações de todos os fiéis e acenda neles o fogo do seu amor. (Papa Bento XVI)

Papa recebe Bispos italianos e destaca comunhão entre eles






O Papa Bento XVI encontrou-se no final desta manhã com os Bispos italianos reunidos na Sala do Sínodo, no Vaticano, para a sua Assembleia Geral. No seu discurso o Santo Padre, antes de tudo, sublinhou que a sua presença na Assembleia era para confirmar a comunhão eclesial que ele viu constantemente aumentar e concretizar-se entre os bispos italianos.
O Papa salientou em seguida que os bispos italianos nos dias passados puderam ouvir, refletir e discutir sobre a necessidade de colocar as mãos numa espécie de projeto educativo que nasça de uma coerente e completa visão do homem. "Em um tempo no qual é grande o fascínio de concepções relativistas e niilistas da vida, e a legitimidade mesma da educação é colocada em discussão, a primeira contribuição que podemos oferecer, é a de testemunhar a nossa confiança na vida e no homem, na sua razão e na sua capacidade de amar."
Em seguida Bento XVI recordou que no próximo domingo encerra-se o triênio do "Agorá dos jovens italianos", que viu comprometida a Conferência episcopal italiana em um percurso articulado de animação da pastoral juvenil, e que mesmo constitui um convite a verificar o caminho educativo em ato e realizar novos projetos para as novas gerações.
"A dificuldade para formar autênticos cristãos se entrelaça até confundir-se com a dificuldade de fazer crescer homens e mulheres responsáveis e maduros, nos quais a consciência da verdade, do bem e a livre adesão a esses, estejam no centro do projeto educativo. Por isso, junto com um adequado projeto de educação está a necessidade de educadores bem formados a quem as novas gerações possam olhar com confiança. Um verdadeiro educador coloca em jogo em primeiro lugar a sua pessoa e sabe unir autoridade e exemplo na tarefa de educar aqueles que lhe são confiados."
Bento XVI em seguida recordou o profundo sentido de solidariedade do povo italiano que se exprime com particular intensidade em algumas circunstâncias dramáticas do país, como o devastador terremoto que atingiu a região de Abruzzo.
"Eu tive medo, na minha visita àquela terra tragicamente ferida, de ver pessoalmente os lutos, a dor, os desastres produzidos pelo terrível terremoto, mas também pude ver a fortaleza de espírito daquelas populações junto com o movimento de solidariedade que teve início em todas as partes da Itália. As nossas comunidades responderam com grande generosidade ao pedido de ajuda proveniente daquela região, sustentando as iniciativas promovidas pela Conferência Episcopal através da Caritas. Desejo – continuou Bento XVI - renovar aos Bispos de Abruzzo e, através deles, às comunidades locais, a minha constante oração e contínua afetuosa solidariedade."
O Santo Padre citou em seguida os efeitos da crise financeira e econômica que atingiu duramente o cenário global e de vários modos todos os países. Apesar das medidas tomadas em vários níveis, os efeitos sociais da crise não deixam serem sentidos, e de modo particular nas camadas mais fracas da sociedade e nas famílias. E o papa citou uma iniciativa italiana.
"Desejo expressar o meu apreço e encorajamento pela iniciativa do fundo de solidariedade denominado 'Empréstimo da esperança' que terá, precisamente no próximo domingo, um momento de participação de todos na coleta nacional, que constitui a base do fundo mesmo."
Em um momento de dificuldade, - disse o Papa - que atinge de modo particular aqueles que perderam o emprego, essa iniciativa torna-se um verdadeiro ato de culto que nasce da caridade suscitada pelo Espírito do Ressuscitado no coração dos fiéis. É um anúncio eloqüente da conversão interior gerada pelo Evangelho e uma manifestação tocante da comunidade eclesial.
O Papa finalizou o seu discurso recordando o compromisso de promoção de uma mentalidade em favor da vida em todos os seus aspectos e momentos, com uma atenção especial à vida marcada por condições de grande fragilidade e precariedade. Tal compromisso é testemunhado pela manifestação “Livres para viver. Amar a vida até o fim”, que vê o laicato católico italiano concorde em trabalhar a fim de que não falte no país a consciência da plena verdade sobre o homem e promoção do autêntico bem da pessoa e da sociedade.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Carta do cardeal Dom Claudio Hummes por ocasião do Ano Sacerdotal




Caros Sacerdotes,O Ano Sacerdotal, anunciado por nosso amado Papa Bento XVI, para celebrar o 150º aniversário da morte de S. João Maria Vianney, o Santo Cura DArs, está às portas. O Santo Padre o abrirá a 19 de junho p.f., festa do Sagrado Coração de Jesus e Dia Mundial de oração pela santificação dos sacerdotes. O anúncio deste ano especial teve uma repercussão mundial positiva, especialmente entre os próprios sacerdotes. Todos queremos empenhar-nos com determinação, profundidade e fervor, a fim de que seja um ano amplamente celebrado em todo o mundo, nas dioceses, nas paróquias, em cada comunidade local, com envolvimento caloroso do nosso povo católico, que sem dúvida ama seus padres e os quer ver felizes, santos e alegres no trabalho apostólico quotidiano.Deverá ser um ano positivo e propositivo, em que a Igreja quer dizer antes de tudo aos sacerdotes, mas também a todos os cristãos, à sociedade mundial, através dos meios de comunicação global, que ela se orgulha de seus sacerdotes, os ama, os venera, os admira e reconhece com gratidão seu trabalho pastoral e seu testemunho de vida. Realmente, os sacerdotes são importantes não só pelo que fazem, mas também pelo que são. Ao mesmo tempo, é verdade que alguns deles apareceram envolvidos em problemas graves e situações delituosas. Obviamente, é preciso continuar a investigá-los, julgá-los devidamente e puni-los. Estes casos, contudo, dizem respeito somente a uma porcentagem muito pequena do clero. Na sua imensa maioria, os sacerdotes são pessoas muito dignas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que investem toda sua vida na realização de sua vocação e missão, muitas vezes com grandes sacrifícios pessoais, mas sempre com amor autêntico a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo, solidários com os pobres e os sofridos. Por isso, a Igreja está orgulhosa de seus sacerdotes em todo o mundo.Este ano seja também ocasião para um período de intenso aprofundamento da identidade sacerdotal, da teologia do sacerdócio católico e do sentido extraordinário da vocação e da missão dos sacerdotes na Igreja e na sociedade. Isso exigirá congressos de estudo, jornadas de reflexão, exercícios espirituais específicos, conferências e semanas teológicas em nossa faculdades eclesiásticas, pesquisas científicas e respectivas publicações.O Santo Padre, em seu discurso de anúncio, durante a Assembléia Plenária da Congregação para o Clero, a 16 de março p.p., disse que com este ano especial pretende-se “favorecer esta tensão dos sacerdotes para a perfeição espiritual da qual sobretudo depende a eficácia do seu ministério”. Por esta razão, deve ser, de modo muito especial, um ano de oração dos sacerdotes, com eles e por eles, um ano de renovação da espiritualidade do presbitério e de cada presbítero. A adoração eucarística pela santificação dos sacerdotes e a maternidade espiritual de monjas, de religiosas consagradas e de leigas referente a sacerdotes , como já proposto, tempos atrás, pela Congregação para o Clero, poderiam ser desenvolvidas com frutos reais de santificação.Seja um ano em que se examinem de novo as condições concretas e a sustentação material em que vivem nossos sacerdotes, às vezes submetidos a situações de dura pobreza.Seja, ao mesmo tempo, um ano de celebrações religiosas e públicas, que levem o povo, as comunidades católicas locais, a rezar, a meditar, a festejar e a prestar uma justa homenagem a seus sacerdotes. A festa na comunidade eclesial constitui uma expressão muito cordial, que exprime e nutre a alegria cristã, uma alegria que brota da certeza de que Deus nos ama e festeja conosco. Será uma oportunidade para desenvolver a comunhão e a amizade dos sacerdotes com a comunidade que lhes foi confiada.Muitos outros aspectos e iniciativas poderiam ser nomeados para enriquecer o Ano Sacerdotal. Aqui deverá entrar a justa creatividade das Igrejas locais. Por esta razão, convem que cada Conferência Episcopal, cada diocese, cada paróquia e comunidade local estabeleçam, quanto antes, um verdadeiro e próprio programa para este ano especial. Obviamente, será muito importante começar o ano com um evento significativo. No próprio dia da abertura do Ano Sacerdotal em Roma com o Santo Padre, 19 de junho, as Igrejas locais são convidadas a participar, de algum modo, quiçá com um ato litúrgico específico e festivo. Os que puderem vir a Roma para a abertura, venham para manifestar assim a própria participação nesta feliz iniciativa do Papa. Deus, sem dúvida, abençoará este empenho com grande amor. E a Santíssima Virgem Maria, Rainha do Clero, intercederá por todos vós, caros sacerdotes!
Cardeal Dom Cláudio Hummes
Arcebispo Emérito de São Paulo
Prefeito da Congregação para o Clero

São Teodoro é tema da catequese de Bento XVI



Na manhã desta quarta-feira, 27, o Papa Bento XVI realizou a tradicional catequese, quando estavam reunidos os peregrinos, romanos e turistas na Praça São Pedro. Em sua catequese, Bento XVI ilustrou a vida de São Teodoro, o Estudita. Nascido na França em 759, foi um grande defensor das imagens sacras no segundo período da crise iconoclasta, ao lado do Patriarca de Constantinopla, Nicephorus.São Teodoro promoveu também a reforma dos aspectos disciplinares, administrativos e espirituais da vida monástica. Ele quis fazer de cada mosteiro uma comunidade bem organizada, um verdadeiro "Corpo de Cristo", no qual os monges assumissem o compromisso de respeitar os deveres cristãos com grande rigor. Não admitia que sob o pretexto da oração e da contemplação, o monge se dispensasse do trabalho, que é na realidade, o meio para encontrar Deus. Para ele, o amor ao trabalho era uma virtude tão importante como a obediência e a humildade.São Teodoro se comportou como um verdadeiro pai espiritual dos monges, ouvindo-os e mostrando-lhes a sua verdadeira amizade espiritual.A resistência de São Teodoro contra a iconoclastia de Leão V, o Armênio, lhe custou o exílio em diversos lugares da Ásia Menor. No fim de sua vida, retornou a Constantinopla, mas não a seu mosteiro. Morreu em 826, aos 67 anos. Entre suas obras, se destacam a Pequena e a Grande Catequese, o Livro panegírico, as composições poéticas, o testamento espiritual e as cartas.Após a catequese, Bento XVI saudou todos os presentes, em várias línguas, inclusive em português:"Uma saudação amiga e encorajadora para todos os peregrinos de língua portuguesa! Este nosso encontro acontece durante a novena de Pentecostes, que quer recriar sentimentos de fraterna benevolência e humilde adoração nos corações e comunidades, como argila nas mãos de Deus à espera do sopro vivificador do Espírito Santo. Venha Ele sobre os grupos brasileiros das dioceses de Bauru, São José dos Campos e São Paulo e também sobre os fiéis cristãos de Paderne e de Lisboa. Sobre todos os presentes e seus familiares, desça a minha Bênção".

terça-feira, 26 de maio de 2009

26 de maio - São Filipe Néri - Presbítero


O santo da alegria
Nasceu em Florença, Itália, no ano de 1515.Depois de ficar órfão, recebeu um convite de seu tio para que se dedicasse aos negócios. Mas, tendo vida de oração e discernimento, ele percebeu que Deus o chamava a um outro negócio: expressar com a vida a caridade de Cristo.Néri foi estudar em Roma. Estudou Filosofia e Teologia, se deixando conduzir e formar pelo Espírito Santo. E mesmo antes de ser padre visitava os lugares mais pobres de Roma. Formou uma Associação para cuidar dos doentes pobres. São Filipe disse sim para a glória de Deus e iniciou a bela obra do Oratório do Divino Amor, se dedicando aos jovens e testemunhando sua alegria. Vivia da Divina Providência,indo aos lares dos ricos pedir pelos pobres.Homem de oração, penitencia e adoração. Partiu para o céu com 80 anos, deixando para nós esse testemunho: renunciar a si mesmo, tomar a cruz a cada dia e seguir Jesus, é uma alegria!São Filipe Néri, rogai por nós!

domingo, 24 de maio de 2009

Papa celebra Missa na região que São Bento fundou o monarquismo





Na solenidade da Ascensão do Senhor, O Papa Bento XVI realizou uma visita pastoral à cidade de Cassino e à abadia de Montecassino, na região italiana do Lácio, onde São Bento de Núrcia fundou o monaquismo ocidental.
No programa da visita pastoral, o Papa celebrou a Santa Missa no "Campo Miranda", no coração da cidade de Cassino, diante de 20 mil pessoas.
Em sua homilia, o Pontífice falou do significado da Ascensão de Cristo, que não está presente em um único texto, proposto pela leitura do dia, mas em toda a Sagrada Escritura. "No Cristo que ascendeu ao céu, o ser humano entrou de modo incrível e novo na intimidade de Deus; o homem encontrou para sempre espaço em Deus."
O céu – explicou o Papa – não indica um lugar acima das estrelas, mas algo muito mais sublime: indica o próprio Cristo, a Pessoa divina que acolhe plenamente e para sempre a humanidade, Aquele no qual Deus e o homem estão para sempre inseparavelmente unidos.
"E nós nos aproximamos do céu, ou melhor, entramos no céu na medida em que nos aproximamos de Jesus e entramos em comunhão com Ele. Portanto, a solenidade da Ascensão nos convida a uma comunhão profunda com Jesus morto e ressuscitado, invisivelmente presente na vida de cada um de nós."
O evangelista Lucas relata que, depois da Ascensão, os discípulos voltaram a Jerusalém "com grande alegria". "Como eles, também nós não devemos ficar parados, fixando o céu, mas, sob a guia do Espírito Santo, devemos ir a todos os lugares e proclamar o anúncio salvífico da morte e da ressurreição de Cristo."
O mistério da ressurreição e da ascensão de Cristo – continuou o pontífice – nos ajuda a reconhecer e a compreender a condição transcendente e escatológica da Igreja, que não nasceu e não vive para suprir a ausência do seu Senhor "desaparecido", mas encontra a razão do seu ser e da sua missão na invisível presença de Jesus. Em outras palavras, a Igreja não desempenha a função de preparar o retorno de um Jesus "ausente", mas, pelo contrário, vive e atua para proclamar a sua "presença gloriosa" de maneira histórica e existencial.
Comentando sua visita a Montecassino, o Papa falou da herança de S. Bento e do seu ensinamento de nada antepor a Cristo, Christo nihil omnino praeponere. Isso nos impulsiona a construir uma sociedade onde a solidariedade seja expressa por sinais concretos. Mas como? questionou o Papa.
A espiritualidade beneditina propõe um programa evangélico sintetizado na expressão "ora et labora et lege": a oração, o trabalho e a cultura. A oração – explicou o papa – é a vereda silenciosa que nos conduz diretamente ao coração de Deus; é o respiro da alma que nos doa novamente paz nas tempestades da vida.
O trabalho é outro pilar da espiritualidade beneditina, em especial a humanização do mundo do trabalho. O Papa então falou da situação crítica de muitos operários da região. "Expresso a minha solidariedade às pessoas que vivem em uma precariedade preocupante, aos trabalhadores que tiveram seus contratos profissionais suspensos e àqueles que foram até mesmo demitidos."
Bento XVI pediu então que sejam encontradas soluções para a crise, criando novos postos de trabalho para que as famílias sejam salvaguardadas.
Por fim, a cultura e a educação, que o monaquismo promove hoje através da transmissão aos jovens dos valores irrenunciáveis do patrimônio humano e cristão. E neste esforço voltado a criar um novo humanismo, Bento XVI destacou a atenção dispensada ao homem frágil, débil, às pessoas com necessidades especiais e aos imigrantes.
"A comunidade que vive em volta de Montecassino – concluiu o Papa – é herdeira e depositária da missão de proclamar que, na nossa vida, ninguém e nada deve tirar o primeiro lugar de Jesus; da missão de construir, em nome de Cristo, uma nova humanidade marcada pelo acolhimento e pela ajuda aos mais fracos."

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


Do Domingo da Ascensão até o Domingo de Pentecostes, celebra-se a “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”, promovida pelo CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. É momento de celebrar e rezar pela unidade, no Espírito Santo, manifesta na diversidade de nossas comunidades eclesiais.Com o tema “Unidos na tua mão” (Ez 37, 17), o CONIC realiza essa Semana de Oração com o convite para rezarmos juntos pelo processo de educação das comunidades cristãs no caminho da reconciliação.O CONIC é um organismo que tem como missão servir às igrejas cristãs no Brasil no fortalecimento do ecumenismo e do diálogo, na vivência da comunhão em Cristo. Congrega a Igreja Católica Apostólica Romana, a Igreja Cristã Reformada, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, a Igreja Ortodoxa Antioquina do Brasil, a Igreja Ortodoxa Grega – Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, a Igreja Presbiteriana Unida e a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.BUSCA DA UNIDADE - Segundo o secretário-geral do CONIC, reverendo Luiz Alberto Barbosa, a Semana é um caminho de “reconciliação, para transformar as nossas relações humanas conforme o Evangelho.” O secretário explica que a Semana é motivada pela necessidade de se fazer uma reflexão mundial em torno do mesmo tema, para a contribuição da unidade entre as igrejas cristãs. O acontecimento é mundial, mas realizado em diferentes datas.“Na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos queremos esquecer nossas mínimas diferenças e relembrar as palavras de Jesus sobre a importância de nossas semelhanças como cristãos”. Para o reverendo Luiz Alberto, “as afinidades das igrejas cristãs em torno de Jesus são mais fortes do que as diferenças”. O secretário lembra que não só as igrejas integrantes do CONIC participam do evento, como também as igrejas Batista, Assembleia de Deus, Metodista, Sara Nossa Terra, e outras.Dom José Alberto Moura, presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, diz que o evento é a maior manifestação de unidade entre os cristãos do mundo inteiro. “A Semana é fundamental para os cristãos de todo o mundo. A celebração visa unir as igrejas no seguimento de Jesus Cristo como um só pastor e nós como um só rebanho. Com o encontro, nós não conseguimos cumprir o sonho de Jesus pela unidade, mas já é um bom começo”, ressalta.
O que é ecumenismo?Ecumenismo é o processo de busca da unidade. O termo provém da palavra grega “oikos” (casa”), designando "toda a terra habitada". Num sentido mais restrito, expressa todos os esforços de pessoas e instituições em favor da unidade entre as igrejas cristãs. O ecumenismo, nos últimos tempos, é amplamente incentivado pelo Concílio Vaticano II através do Decreto Conciliar “Unitatis redintegratio”. Assim, ecumenismo é um assunto atual, fascinante e desafiador.Para fazer ecumenismo é preciso, acima de tudo, ser preciso, sincero e claro em nossas convicções e posições. Para ser “ecumênico” requer-se uma abertura de espírito e, sobretudo, a arte de despir-se de preconceitos ou qualquer outro tipo de resistência.A Semana de Oração é um convite a rezarmos juntos pela unidade, um processo de educação das comunidades no caminho da reconciliação, para transformar as nossas relações humanas conforme o Evangelho. A iniciativa desta semana, todos os anos, é, por si mesma, uma evidência forte da eficiência da oração pela unidade, uma alegria e motivo de gratidão a Deus. Vamos todos celebrar este importante momento de fé, de esperança e de oração na certeza de que estamos “unidos nas mãos do Senhor”.O CONIC é o órgão responsável pela realização dessa Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Ele nos estimula à melhor criatividade como forma de participar dessa programação: podemos rezar sozinhos ou em comunidade, em família, amigos ou vizinhos, nas escolas ou universidades. O importante é que o desejo participar parta do coração de cada um.

43º Dia Mundial das Comunicações Sociais


No dia 24 de maio, Domingo da Ascensão do Senhor, a Igreja celebra o 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A celebração desse Dia foi proposta em um documento do Concílio Vaticano II, o decreto “Inter mirifica” (Entre as maravilhas), que determina que cada diocese e paróquia, no mundo todo, celebre o Dia Mundial das Comunicações. A primeira celebração ocorreu há 38 anos, em 6 de maio de 1967. O papa sempre lança uma mensagem, no dia 24 de janeiro, dia de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas, com o tema do ano.
Mensagem do papaA mensagem de Bento XVI para esse dia tem como tema “Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade." O papa lembra que “as novas tecnologias digitais estão provocando mudanças fundamentais nos modelos de comunicação e nas relações humanas. Por isso, “o meu pensamento dirige-se de modo particular a quem faz parte da chamada geração digital: com eles quero partilhar algumas ideias sobre o potencial extraordinário das novas tecnologias, quando usadas para favorecerem a compreensão e a solidariedade humana.”RESPEITO À PESSOA - O papa destaca valores e aspectos positivos dos novos meios de comunicação digitais, mas adverte que “aqueles que operam no setor da produção e difusão de conteúdos dos novos ‘media’ não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana. Se as novas tecnologias devem servir o bem dos indivíduos e da sociedade, então aqueles que as usam devem evitar a partilha de palavras e imagens degradantes para o ser humano e, consequentemente, excluir aquilo que alimenta o ódio e a intolerância, envilece a beleza e a intimidade da sexualidade humana, explora os débeis e os inermes.”DOM PARA A HUMANIDADE - Outro ponto de destaque da mensagem é o apelo do papa para que todos possam ter acesso a esse meios de comunicação: “Estas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade: por isso devemos fazer com que as vantagens que oferecem sejam postas a serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável.”APELO AOS JOVENS - Ao concluir a mensagem, Bento XVI dirige-se especialmente aos jovens católicos, exortando-os “a levarem para o mundo digital o testemunho da sua fé. Caríssimos, senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida.” A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste ‘continente digital’. Sabei assumir com entusiasmo o anúncio do Evangelho aos vossos contemporâneos!

Ascensão do Senhor


Leituras : 1ª Leitura At 1,1-11 Salmo Responsorial 46( 47 ) 2ª Leitura Ef 1,17-23 Evangelho Mc 16,15-20

— O Senhor esteja convosco! — Ele está no meio de nós! — Conclusão do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.— Glória a vós, Senhor!Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. 19Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam. - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Antífona O Adjutrix omnium


Ó Auxiliadora de todos os séculos!
Ó gàudio dos Anjos!
Ò luz radiante, estrela dos desorientados!
Ò Advogada dos cristãos, Maria, terror de todos os ímpios,
Rompei as cadeias de nossos delitos e conduzi - nos ao
Vosso Santo Reino.
Vós que amparais os que correm perigo e a
Vós clamam, ó esplêndida Rainha do mundo,
Socorrei-nos agora e quando estivermos em face da morte.

(Antífona O Adjutrix omnium)

Oração à Nossa Senhora Auxiliadora


Ó Santíssima e Imaculada Virgem Maria, terníssima Mãe nossa e poderoso Auxílio dos Cristãos, nós nos consagramos inteiramente ao vosso doce amor e ao vosso santo serviço. Consagramo-vos a mente com seus pensamentos, o coração com seus afectos, o corpo com seus sentidos e com todas as suas forças, e prometemos querer sempre trabalhar para a maior glória de Deus e a salvação das almas. Vós, entretanto, ó Virgem incomparável, que fostes sempre a Auxiliadora do povo cristão, continuai, por piedade, a mostrar-vos tal,especialmente nestes dias. Humilhai os inimigos de nossa Santa Religião e frustrai seus perversos intentos. Iluminai e fortificai os Bispos e os Sacerdotes, e conservai-os sempre unidos e obedientes ao Papa, mestre infalível; preservai da religião e do vício a incauta mocidade; promovei as santas vocações e aumentai o número dos ministros sagrados, a fim de que, por meio deles, se conserve o reino de Jesus Cristo entre nós e se estenda até os últimos confins da terra. Suplicamo-vos também, ó dulcíssima Mãe nossa, lanceis continuamente vossos olhares piedosos sobre a incauta mocidade rodeada de tantos perigos, sobre os pobres pecadores e moribundos; sede para todos, ó Maria, doce esperança, Mãe de misericórdia e Porta do Céu. Mas também por nós vos suplicamos, ó grande Mãe de Deus. Ensinai-nos a copiar em nós vossas virtudes, e de um modo especial vossa angélica modéstia, a fim de que, por quanto for possível, com nossa presença, com nossas palavras e com nosso exemplo, representemos ao vivo no meio do mundo a Jesus, vosso bendito Filho, vos façamos conhecer e amar, e possamos por este meio salvar muitas almas. Fazei mais, ó Maria Auxiliadora, que estejamos todos unidos debaixo do vosso maternal manto. Fazei que nas tentações vos invoquemos logo com toda a confiança. Fazei, enfim, que o pensamento de que sois tão boa, tão amável e tão querida, a lembrança do amor que tendes aos vossos devotos, nos conforte de tal modo que, na vida e na morte, saiamos vitoriosos contra os inimigos de nossa alma, e possamos depois unir-nos convosco no Paraíso. Amén.Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por nós.

24 de Maio - Nossa Senhora Auxiliadora


Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate católico.A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos. No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês seqüestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto.O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa. No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice.Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma.O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades. No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que foi dedicado a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos.A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com sua mãe Margarida, a confiar inteiramente em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi "Ela (Maria) quem tudo fez", quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão.Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a "Virgem de Dom Bosco".Escreveu Dom Bosco: "A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso".

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Oração a Nossa Senhora de Sheshan


O dia de oração pela Igreja na China foi instituído pelo Papa Bento XVI na "Carta aos católicos da República Popular da China", em 2007, e é celebrado no dia 24 de maio. Para esta ocasião, o Santo Padre escreveu a "Oração a Nossa Senhora de Sheshan", para ser rezada por toda a Igreja:
Oração a Nossa Senhora de SheshanVirgem Santíssima, Mãe do Verbo encarnado e Mãe nossa,venerada com o título de «Auxílio dos cristãos» no Santuário de Sheshan,para o qual, com devoto afeto, levanta os olhos toda a Igreja que está na China,vimos hoje junto de Vós implorar a vossa proteção.Lançai o vosso olhar sobre o Povo de Deus e guiai-o com solicitude maternapelos caminhos da verdade e do amor, para que, em todas as circunstâncias,seja fermento de harmoniosa convivência entre todos os cidadãos.
Com o «sim» dócil pronunciado em Nazaré, Vós consentistesque o Filho eterno de Deus encarnasse no vosso seio virginale assim desse início na história à obra da Redenção,na qual cooperastes depois com solícita dedicação,aceitando que a espada da dor trespassasse a vossa alma,até à hora suprema da Cruz, quando no Calvário permanecestesde pé junto do vosso Filho, que morria para que o homem vivesse.
Desde então tornastes-Vos, de forma nova, Mãede todos aqueles que acolhem na fé o vosso Filho Jesuse aceitam segui-Lo carregando a própria Cruz sobre os ombros.Mãe da esperança, que na escuridão do Sábado Santo caminhastes,com inabalável confiança, ao encontro da manhã de Páscoa,concedei aos vossos filhos a capacidade de discernirem em cada situação,mesmo na mais escura, os sinais da presença amorosa de Deus.
Nossa Senhora de Sheshan, sustentai o empenho de quantos na Chinacontinuam, no meio das canseiras diárias, a crer, a esperar, a amar,para que nunca temam falar de Jesus ao mundo e do mundo a Jesus.Na imagem que encima o Santuário, levantais ao alto o vosso Filho,apresentando-O ao mundo com os braços abertos em gesto de amor.Ajudai os católicos a serem sempre testemunhas credíveis deste amor,mantendo-se unidos à rocha de Pedro sobre a qual está construída a Igreja.Mãe da China e da Ásia, rogai por nós agora e sempre. Amém!

Padre chinês fala sobre o Dia de Oração pelos católicos do país



A Igreja celebra este ano pela segunda vez o Dia de Oração pela Igreja na China. A data, celebrada neste domingo, 24, foi instituida pelo Papa Bento XVI em 2007 na ocasião em que escreveu uma carta aos católicos chineses.Residente no Rio de Janeiro, o padre chinês Li Guozholg, afirma que o Papa instituiu esse dia como uma iniciativa de ajuda à Igreja que ainda é muito perseguida em seu país de origem. Padre Li também recorda que o dia 24 de maio foi proposto por ser a data litúrgica de Nossa Senhora de Sheshan ou Auxiliadora dos Cristãos, que é muito venerada no Santuário Mariano em Xangai, na China.Distante de sua terra natal, o sacerdote não deixa de se preocupar com a situação dos católicos chineses. "Ser católico na China é muito difícil porque ainda não se tem liberdade religiosa", declara.Na nota explicativa, publicada em 30 de junho de 2007, referente à carta do Santo Padre, a Sala de Imprensa da Santa Sé declara que, ao "analisar com atenção a situação da Igreja na China, Bento XVI sabe que, de fato, a comunidade sofre intimamente por uma situação de fortes contrastes, na qual vê implicados fiéis e pastores". Situação, que pode ser facilmente percebida na história da família de padre Li. O sacerdote, nasceu em uma família católica, em que os pais transmitiam os valores da fé, e ensinavam os filhos como rezar. Ele relata, que seus pais sofreram perseguição, realizaram trabalhos forçados e foram submetidos às ideologias do país, na época da Revolução Cultural chinesa. "Apesar de todas as dificuldades, a família sempre viveu a sua fé, mesmo escondido", afirma padre Li. Devido às dificuldades de formação de sacerdotes no país chinês, o então Li Guozholg, saiu da China com 20 anos de idade e veio estudar no Brasil, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde então se tornou padre. Enfrentou todos os obstáculos e, com ajuda de um tio que já era padre no Brasil, conseguiu o visto de entrada como missionário, após a espera de três anos para que a China emitisse o seu passaporte. Atualmente, é pároco da Paróquia de São Francisco Xavier, na Tijuca, zona norte da capital fluminense.Em sua carta Bento XVI, ao falar sobre a Igreja perseguida na China, cita que “de fato, ‘a clandestinidade’, não pertence à normalidade da vida da Igreja e a história mostra que pastores e fiéis a ela recorrem somente no árduo desejo de manter íntegra a própria fé e de não aceitar ingerências de organismos estatais no que se refere à vida íntima da Igreja". Padre Li quando vai ao país de origem, para visitar a família, celebra a Missa em casa e em horários de menor movimento.Mesmo em meio às dificuldades, o sacerdote tem esperança. Para ele, o testemunho dos católicos chineses, inclusive dos que estão presos, como bispos e padres, é um estímulo para o povo cristão, a fim de que testemunhe também a fé em Jesus e não percam a esperança.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

CNBB manifesta solidariedade às vitimas das enchentes



Através de uma nota divulgada hoje, 21, os bispos do Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB (Consep) manifestaram solidariedade às vítimas das enchentes no Norte e Nordeste. “A todos os sofredores queremos fazer chegar nossa palavra de conforto e de esperança, como cantamos em nossas celebrações: ‘Vence a tristeza, enxuga o pranto, ó meu povo, vem cantar um canto novo, o Deus da vida aqui está’”, diz um dos trechos da nota.De acordo com os números divulgados no dia 19 de maio pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, os desastres provocados por fortes chuvas e enchentes já deixaram 254.340 pessoas desalojadas (aquelas que estão hospedadas com amigos ou familiares) e 123.510 desabrigados (aquelas que tiveram de deixar suas casas e dependem de abrigos públicos.). Mais de 400 municípios sofrem com as chuvas em 12 Estados do Norte e Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Acre, Amazonas e Pará.

NOTA DE SOLIDARIEDADE ÀS VITIMAS DAS ENCHENTES
NO NORTE E NORDESTE DO BRASIL

Nós, bispos, membros do Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB, reunidos em Brasília, nos dias 19 a 21 de maio de 2009, manifestamos nossa solidariedade a todos os atingidos pelas enchentes nos Estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Sergipe, Piauí, Pernambuco, Alagoas e Bahia. Temos acompanhado de perto, com imenso pesar, o profundo sofrimento desses milhares de irmãos nossos, aos quais oferecemos nossas preces, como também pelos que perderam sua vida e apresentamos nossas condolências a seus familiares, parentes e amigos.A todos os sofredores, queremos fazer chegar nossa palavra de conforto e de esperança, como cantamos em nossas celebrações: “Vence a tristeza, enxuga o pranto, ó meu povo, vem cantar um canto novo, o Deus da vida aqui está!”Além do número de mortos anunciado pelos meios de comunicação, há os milhares de sofredores desesperados pelas perdas irreparáveis de entes queridos, de postos de trabalho, de suas propriedades, casas, pertences e tantos outros valores afetivos e culturais que não podem ser calculados.O Deus da vida se faz presente pelas mãos de todas as pessoas que são solidárias, partilham seus dons, seu tempo, seus bens e não medem esforços para ajudarem na reconstrução da vida e dos meios de vida destes irmãos nossos que, sem culpa própria, estão penalizados pelas consequências do descuido com o meio ambiente e a natureza que vêm sofrendo todo tipo de agressão e mal-trato.A CNBB, em conjunto com a Caritas Brasileira, convoca as dioceses, paróquias e todo o povo para se empenharem na Campanha Nacional de Solidariedade ao Norte e Nordeste. Solicitamos a todos a divulgação desta campanha e agradecemos o apoio recebido.Mais uma vez percebemos a força do amor fraterno e os sentimentos humanitários que caracterizam nosso povo. A fé e a esperança cristãs animem a todos na reconstrução de suas vidas e de seus bens.
Por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, suplicamos as bênçãos de Deus em favor das famílias enlutadas e dos que sofrem com as enchentes e suas conseqüências. Brasília, 20 de maio de 2009

Dom Geraldo Lyrio RochaArcebispo de MarianaPresidente da CNBB
Dom Luiz Soares VieiraArcebispo de ManausVice-Presidente da CNBBDom Dimas Lara BarbosaBispo Auxiliar do Rio de JaneiroSecretário-Geral da CNBB

CNBB divulga nota de apoio à PEC 047/2003



O Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB (CNBB) divulgou nesta quinta-feira, 21, uma nota em apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC 047/2003) que inclui a alimentação entre os direitos fundamentais estabelecidos no artigo 6º da Constituição Federal. A PEC já foi aprovada no Senado e está em tramitação na Câmara há três anos.Leia, abaixo, a íntegra da nota.

NOTA DE APOIO A PEC 047/2003
Nós, bispos, membros do Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB, reunidos em Brasília, nos dias 19 a 21 de maio de 2009, vimos manifestar nosso apoio à campanha de mobilização nacional pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional - PEC 047/ 2003 - que recomenda a inclusão do direito à alimentação entre os direitos sociais estabelecidos no Artigo 6º da Constituição Federal.Aprovada pelo Senado Federal, a PEC 047/2003 necessita agora da aprovação da Câmara dos Deputados onde se encontra em tramitação desde o ano de 2006. Consideramos como extremamente significativo que a votação ocorra até o dia 16 de outubro de 2009, dia mundial da alimentação.A CNBB, considerando o alimento como “dom de Deus e direito de todos” (cf. Doc 69 da CNBB - Exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome), reitera a necessidade de incluí-lo na Constituição Federal como um direito social. Conclama, por esta razão, todas as comunidades eclesiais e demais organizações da sociedade civil a se empenharem nesta campanha, associando-se ao Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, promotor desta causa cidadã.Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, derrame sobre todos nós suas bênçãos e proteção. Brasília, 21 de maio de 2009

Dom Geraldo Lyrio RochaArcebispo de MarianaPresidente da CNBB
Dom Luiz Soares VieiraArcebispo de ManausVice-Presidente da CNBB
Dom Dimas Lara BarbosaBispo Auxiliar do Rio de JaneiroSecretário-Geral da CNBB

" Os padres são importantes pelo que são " , diz Cardeal Hummes





O prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Cláudio Hummes, divulgou uma carta por ocasião do Ano Sacerdotal, que terá início no dia 19 de junho, festa do Sagrado Coração de Jesus e Dia Mundial de Oração pela santificação dos sacerdotes.
Para o cardeal, a convocação deste ano teve uma repercussão mundial positiva, em especial entre os próprios sacerdotes: "Todos queremos nos empenhar, com determinação, profundidade e fervor, a fim de que seja um ano amplamente celebrado em todo o mundo, com toda a sua grandeza e com a participação do nosso povo católico, que sem dúvida ama seus sacerdotes e os quer ver felizes, santos e repletos de alegria".
Deverá ser um ano positivo e propositivo, em que a Igreja quer dizer que está orgulhosa de seus sacerdotes. "Eles são importantes não somente por aquilo que fazem – afirma o cardeal brasileiro –, mas por aquilo que são."
É verdade que alguns deles se viram implicados em graves problemas, mas representam uma porcentagem muito pequena em relação ao número total do clero: "A imensa maioria dos sacerdotes são pessoas digníssimas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que vivem para atuar a própria vocação e missão com grandes sacrifícios pessoais, solidários para com os pobres e com quem sofre".
O Ano Sacerdotal, portanto, deve ser uma ocasião para aprofundar a identidade sacerdotal, a teologia sobre o sacerdócio católico e o sentido da vocação e da missão dos sacerdotes na Igreja e na sociedade. Para isso, será necessário organizar encontros de estudo, jornadas de reflexão, exercícios espirituais específicos, conferências e semanas teológicas.
Em especial, deverá ser um ano de oração dos sacerdotes, com os sacerdotes e pelos sacerdotes, para que sejam examinadas as condições concretas, espirituais e materiais em que vivem; um ano de renovação da espiritualidade do presbitério e de cada um dos presbíteros.
Por fim, o cardeal convida todas as Igrejas locais a participarem da inauguração do Ano Sacerdotal com um ato litúrgico específico. "Serão bem recebidos em Roma todos aqueles que poderão estar presentes, a fim de manifestar a própria participação a esta feliz iniciativa do papa."
O Ano Sacerdotal foi convocado por Bento XVI para celebrar os 150 anos da morte de São João Maria Batista Vianney, o Santo Cura d'Ars.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Papa pede que jovens testemunhem sua fé através do mundo digital





Nesta quarta-feira, 20, em sua catequese semanal, o Papa Bento XVI falou sobre a recente viagem apostólica à Terra Santa, uma peregrinação às origens de nossa fé e que contemplou a visita pastoral às comunidades cristãs que viram o nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. O Pontífice agradeceu às autoridades civis, ao Patriarca Latino, aos bispos da Igreja local, aos frades franciscanos da Custódia da Terra Santa e todos aqueles que contribuíram para a viagem.
Ao enfatizar ter ido como "peregrino da paz", Bento XVI disse que quis lembrar os judeus, cristãos e muçulmanos do nosso compromisso como fiéis em um único Deus, na promoção do respeito, da reconciliação e da cooperação, a serviço da paz".
Apesar das vicissitudes que marcaram os lugares santos por tantos séculos, apesar das guerras, das destruições e, infelizmente, dos conflitos entre cristãos, a Igreja continuou com sua missão, animada pelo Espírito do Senhor Ressuscitado. Ela caminha rumo à plena unidade, para que o mundo acredite no amor de Deus e sinta o prazer de sua paz”.
Após ilustrar as etapas mais significativas de seu itinerário, o Papa pediu a todos os peregrinos que se unam a ele na oração pelas necessidades da Igreja no Oriente Médio e pelo dom da paz para toda a região.

Novas tecnologias

Como todas as quartas-feiras, o Papa saudou os fiéis em várias línguas e dirigiu um breve apelo, em inglês, em vista do Dia Mundial das Comunicações Sociais, que vai acontecer no próximo domingo, 24, dia em que celebramos a Ascensão do Senhor. O Santo Padre recordou que, em sua mensagem deste ano, convidou todos os que fazem uso das novas tecnologias da comunicação, especialmente os jovens, a utilizá-los de uma forma positiva e reconhecer o grande potencial desses meios em criar laços de amizade e solidariedade, o que pode contribuir para um mundo melhor.
As novas tecnologias – disse Bento XVI – trouxeram mudanças fundamentais na forma de divulgação de notícias e informações e no modo em que as pessoas comunicam e se relacionam.
“Gostaria de exortar todos aqueles que acessam o ciberespaço a estarem atentos em manter e promover uma cultura de respeito, de diálogo e de autêntica amizade, na qual os valores da verdade, da harmonia e do entendimento podem florescer”.
De modo especial, o Pontífice apelou aos jovens, a fim de que testemunhem a sua fé através do mundo digital e empreguem essas novas tecnologias para difundir o Evangelho. “Assim, a Boa Nova do amor infinito de Deus por todas as pessoas poderá ressoar em novas formas, neste nosso mundo sempre mais tecnológico!”, completou o Papa.

Mensagem aos fiéis de língua portuguesa

Em português, Bento XVI proferiu as seguintes palavras:

"Com gratidão e amizade, saúdo os diversos grupos do Brasil, o grupo de Terroso, no norte de Portugal, e demais peregrinos de língua portuguesa, que vieram encontrar o Sucessor de Pedro, poucos dias depois de ter terminado a sua peregrinação à Terra Santa. Lá, onde o Verbo divino Se fez carne no seio da Virgem Maria, jorra uma fonte inesgotável de esperança e alegria que não cessa de animar o coração da Igreja, peregrina na história. Penhor de tal esperança e alegria, nos vossos corações de peregrinos, seja a bênção que vos dou extensiva às vossas famílias e comunidades eclesiais".

domingo, 17 de maio de 2009

Pai de sete filhos pode ser novo santo do Brasil



Um diácono permanente, pai de sete filhos, pode ser o novo santo brasileiro. O Processo de Beatificação de João Luiz Pozzobon, entra em sua segunda etapa neste domingo, 17, quando toda documentação das graças alcançadas e relatos sobre sua vida, serão encaminhados à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano. Os documentos foram reunidos nestes últimos 15 anos, desde a abertura do processo na Diocese de Santa Maria (RS), em 1994. Pozzobon tornou-se conhecido no sul do país, Rio de Janeiro e São Paulo, entre as décadas de 1950 a 1985, quando percorreria várias cidades, a pé, levando a Capelinha da Mãe e Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt. "Ele chegou a percorrer 140 mil quilômetros a pé, com a imagem (que pesava 11 kg) no ombro e, com suas coisas pessoais. Sempre ia de terno e gravata, porque dizia que para transportar a imagem de Nossa Senhora precisava estar bem vestido porque ela é a Rainha, e isso o distinguiu em sua missão", explicou o Bispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert. Seu exemploO Bispo conta que, durante estes 35 anos, Pozzobon percorria estradas, visitava presídios, comunidades e, muitos lugares, com a imagem da Mãe Rainha, sempre fazendo a oração do terço. Ato de fé que não o afastou de suas obrigações como pai de família, enfatizou Dom Hélio, que destacou que ele era um pai muito zeloso. Pozzobon casou-se duas vezes e teve sete filhos. Dois com a primeira esposa, que faleceu pouco tempo depois, e cinco filhos com a segunda esposa. Embora Pozzobon fosse um homem muito simples, quase iletrado, foi ordenado Diácono Permanente em 1972, e possui vários escritos, "verdadeiras jóias de espiritualidade", disse Dom Hélio. E destacou que João Pozzobon era um homem realmente de Deus, que observava a natureza, as pessoas e, estava profundamente inserido na vida social e familiar. "Um homem honesto no seu trabalho, que promovia o progresso da comunidade, inclusive, ao ver tantas famílias necessitadas ele criou uma vila chamada 'Vila da Caridade', foi algo pequeno, mas ele começou para fazer alguma coisa para ajudar a resolver o problema social de muitas famílias".Pozzobon faleceu no dia 27 de junho de 1985, quando estava indo à Missa. Ao atravessar uma avenida, foi atropelado por um caminhão.Processo de beatificaçãoO processo de beatificação foi aberto no dia 12 de novembro de 1994, pelo Bispo diocesano, na época, Dom Ivo Lorscheiter. Dom Hélio conta que nestes 15 anos de trabalhos para investigar a vida de João Luiz Pozzobon, foi feita uma compilação incrível de testemunhos de pessoas que afirmam ter alcançado graças pela intercessão dele. E, com o fechamento do processo a nível diocesano, o postulador da causa, Padre Argemiro Ferracioli vai levar todo este processo à Roma, para entregar à Congregação para a Causa dos Santos. "A partir de agora, tudo vai depender de Roma. Se o processo for acolhido Pozzobon já poderá ser considerado venerável, servo de Deus", explicou Dom Hélio. O Bispo pediu à todos que continuem rezando pela beatificação de Pozzobon.

Oração pela Canonização do Diácono João Luiz Pozzobon :Deus, nosso Pai, fizeste de João Luiz Pozzobon um esposo e pai exemplar, um amigo dos pobres e um incansável peregrino. Ele dedicou sua vida a levar a Mãe e Rainha às famílias, hospitais, escolas e presídios, rezando o terço.Por isso Pai, confiante peço que, se for da Tua vontade, este Teu servo seja canonizado e, por sua intercessão, eu possa receber a graça que tanto necessito: (pedir a graça...)Assim, rezo com Maria, a Grande Missionária, para a Tua Glória, o florescimento da Igreja e a santificação das famílias. Amém.(Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai) Com aprovação Eclesiástica

Bento XVI recorda viagem à Terra Santa e pede paz no Sri Lanka


O Papa Bento XVI recitou, neste domingo, 17, a oração do Regina Coeli com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. O Santo Padre iniciou as suas palavras recordando que na última sexta-feira concluiu a sua viagem à Terra Santa e e anunciou que vai falar com maior profundidade sobre essa peregrinação na próxima quarta-feira, durante a audiência geral.
Viagem à Terra SantaO Pontífice agradeceu ao Senhor que lhe deu a possibilidade de concluir essa viagem apostólica tão importante. Agradeceu ainda todos aqueles que deram a sua contribuição para a realização da mesma e citou o patriarca latino e os pastores da Igreja na Jordânia, em Israel e nos Territórios Palestinos, os franciscanos da Custódia da Terra Santa, as autoridades civis e as forças de ordem. Um agradecimento especial o Papa fez aos sacerdotes, religiosos e fiéis que o acolheram com tanto afeto e a todos aqueles que o acompanharam e a apoiaram com as suas orações.Esta peregrinação aos lugares santos – disse Bento XVI – foi também uma visita pastoral aos fiéis que ali vivem, um serviço à unidade dos cristãos, ao diálogo com judeus e muçulmanos e à construção da paz. Tudo isso em nome de Deus, daquele Deus que chamou Abraão para fazer dele um grande povo."Terra Santa, símbolo do amor de Deus pelo seu povo e por toda a humanidade. É também símbolo da liberdade e da paz que Deus quer para todos os seus filhos. De fato, porém, a história de ontem e de hoje mostra que precisamente aquela Terra se tornou símbolo do contrário, isto é, de divisões e de conflitos intermináveis entre irmãos", disse o Papa.E o Pontífice lança um questionamento: "Como é possível isso? É justo que tal interrogação interpele o nosso coração, apesar de sabermos que um misterioso designo de Deus diz respeito àquela terra, para onde, como escreve São João, Ele 'enviou o seu Filho como vítima de expiação de nossos pecados'".“A Terra Santa foi chamada um "quinto Evangelho", porque ali podemos ver, ou melhor, tocar a realidade da história que Deus fez com os homens começando pelos lugares da vida de Abraão até os lugares da vida de Jesus, da encarnação, até o túmulo vazio, sinal da Sua ressurreição".A Terra Santa – destacou ainda o papa – pela sua mesma história pode ser considerada um microcosmo que resume em si mesma o caminho de Deus com a humanidade. Um caminho que compreende o pecado do homem e também a cruz libertadora de Jesus.A história da salvação começa com a escolha de um homem, Abraão – continuou Bento XVI – e de um povo, Israel, mas a intenção de Deus é a universalidade, a salvação de todos os povos. "Deus não faz preferência de pessoas, mas acolhe quem o teme e pratica a justiça", disse o papa, citando palavras de São Pedro, da Primeira Leitura de deste domingo.
Sri LankaAntes de rezar a oração do Regina Coeli, o Papa dirigiu o seu pensamento ao Sri Lanka, para assegurar o seu afeto e proximidade espiritual aos civis que se encontram na área de combate, no norte do país."Trata-se de milhares de crianças, mulheres, anciãos, a quem a guerra tirou anos de vida e de esperança. Desejo, mais uma vez dirigir um premente convite aos que promovem a guerrra, a fim de que facilitem a saída da população civil e, por isso, uno a minha voz à voz do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que alguns dias atrás pediu garantias à segurança dos civis".O Papa pediu ainda às instituições humanitárias, inclusive às católicas, que façam todo o possível para ir ao encontro das urgentes necessidades alimentares e médicas dos refugiados. Bento XVI confiou o país à materna proteção de Nossa Senhora de Madhu, amada e venerada por todos os habitantes daquela região, e elevou o seu pedido ao Senhor a fim de que chegue logo o dia da reconciliação e da paz.Em seguida o Papa rezou a oração mariana do Regina Coeli e concedeu a todos a sua Benção Apostólica.Antes de concluir o encontro com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Santo Padre saudou os diversos grupos de peregrinos em suas respectivas línguas.