sexta-feira, 22 de maio de 2009

Padre chinês fala sobre o Dia de Oração pelos católicos do país



A Igreja celebra este ano pela segunda vez o Dia de Oração pela Igreja na China. A data, celebrada neste domingo, 24, foi instituida pelo Papa Bento XVI em 2007 na ocasião em que escreveu uma carta aos católicos chineses.Residente no Rio de Janeiro, o padre chinês Li Guozholg, afirma que o Papa instituiu esse dia como uma iniciativa de ajuda à Igreja que ainda é muito perseguida em seu país de origem. Padre Li também recorda que o dia 24 de maio foi proposto por ser a data litúrgica de Nossa Senhora de Sheshan ou Auxiliadora dos Cristãos, que é muito venerada no Santuário Mariano em Xangai, na China.Distante de sua terra natal, o sacerdote não deixa de se preocupar com a situação dos católicos chineses. "Ser católico na China é muito difícil porque ainda não se tem liberdade religiosa", declara.Na nota explicativa, publicada em 30 de junho de 2007, referente à carta do Santo Padre, a Sala de Imprensa da Santa Sé declara que, ao "analisar com atenção a situação da Igreja na China, Bento XVI sabe que, de fato, a comunidade sofre intimamente por uma situação de fortes contrastes, na qual vê implicados fiéis e pastores". Situação, que pode ser facilmente percebida na história da família de padre Li. O sacerdote, nasceu em uma família católica, em que os pais transmitiam os valores da fé, e ensinavam os filhos como rezar. Ele relata, que seus pais sofreram perseguição, realizaram trabalhos forçados e foram submetidos às ideologias do país, na época da Revolução Cultural chinesa. "Apesar de todas as dificuldades, a família sempre viveu a sua fé, mesmo escondido", afirma padre Li. Devido às dificuldades de formação de sacerdotes no país chinês, o então Li Guozholg, saiu da China com 20 anos de idade e veio estudar no Brasil, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde então se tornou padre. Enfrentou todos os obstáculos e, com ajuda de um tio que já era padre no Brasil, conseguiu o visto de entrada como missionário, após a espera de três anos para que a China emitisse o seu passaporte. Atualmente, é pároco da Paróquia de São Francisco Xavier, na Tijuca, zona norte da capital fluminense.Em sua carta Bento XVI, ao falar sobre a Igreja perseguida na China, cita que “de fato, ‘a clandestinidade’, não pertence à normalidade da vida da Igreja e a história mostra que pastores e fiéis a ela recorrem somente no árduo desejo de manter íntegra a própria fé e de não aceitar ingerências de organismos estatais no que se refere à vida íntima da Igreja". Padre Li quando vai ao país de origem, para visitar a família, celebra a Missa em casa e em horários de menor movimento.Mesmo em meio às dificuldades, o sacerdote tem esperança. Para ele, o testemunho dos católicos chineses, inclusive dos que estão presos, como bispos e padres, é um estímulo para o povo cristão, a fim de que testemunhe também a fé em Jesus e não percam a esperança.

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