terça-feira, 31 de março de 2009

Mensagem para o 46º Dia Mundial de Oração pelas Vocações




Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião do próximo Dia Mundial de Oração pelas Vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, que será celebrado no IV Domingo de Páscoa, dia 3 de Maio de 2009, desejo convidar todo o povo de Deus a refletir sobre o tema: "A confiança na iniciativa de Deus e a resposta humana". Não cessa de ressoar na Igreja esta exortação de Jesus aos seus discípulos: "Rogai ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe" (Mt 9, 38). Pedi! O premente apelo do Senhor põe em evidência que a oração pelas vocações deve ser contínua e confiante. De fato, só animada pela oração é que a comunidade cristã pode realmente "ter maior fé e esperança na iniciativa divina" (Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum caritatis, 26).A vocação ao sacerdócio e à vida consagrada constitui um dom divino especial, que se insere no vasto projeto de amor e salvação que Deus tem para cada pessoa e para a humanidade inteira. O apóstolo Paulo – que recordamos de modo particular durante este Ano Paulino comemorativo dos dois mil anos do seu nascimento –, ao escrever aos Efésios, afirma: "Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, do alto dos céus, nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. Foi assim que n’Ele nos escolheu antes da constituição do mundo, para sermos santos e imaculados diante dos seus olhos" (Ef 1, 3-4). Dentro da vocação universal à santidade, sobressai a peculiar iniciativa de Deus ter escolhido alguns para seguirem mais de perto o seu Filho Jesus Cristo, tornando-se seus ministros e testemunhas privilegiadas. O divino Mestre chamou pessoalmente os Apóstolos "para andarem com Ele e para os enviar a pregar, com "o poder de expulsar demónios" (Mc 3, 14-15); eles, por sua vez, agregaram a si mesmos outros discípulos, fiéis colaboradores no ministério missionário. E assim no decorrer dos séculos, respondendo à vocação do Senhor e dóceis à ação do Espírito Santo, fileiras inumeráveis de presbíteros e pessoas consagradas puseram-se ao serviço total do Evangelho na Igreja. Dêmos graças ao Senhor, que continua hoje também a convocar trabalhadores para a sua vinha. Se é verdade que, em algumas regiões, se regista uma preocupante carência de presbíteros e que não faltam dificuldades e obstáculos no caminho da Igreja, nos sustenta a certeza inabalável de que esta é guiada firmemente nas sendas do tempo rumo à realização definitiva do Reino por Ele, o Senhor, que livremente escolhe e convida a segui-Lo pessoas de qualquer cultura e idade, segundo os insondáveis desígnios do seu amor misericordioso. Por conseguinte, o nosso primeiro dever é manter viva, através de uma oração incessante, esta invocação da iniciativa divina nas famílias e nas paróquias, nos movimentos e nas associações empenhados no apostolado, nas comunidades religiosas e em todas as articulações da vida diocesana. Devemos rezar para que todo o povo cristão cresça na confiança em Deus, sabendo que o "Senhor da messe" não cessa de pedir a alguns que livremente disponibilizem a sua existência para colaborar mais intimamente com Ele na obra da salvação. Entretanto, por parte daqueles que são chamados, exige-se-lhes escuta atenta e prudente discernimento, generosa e pronta adesão ao projeto divino, sério aprofundamento do que é próprio da vocação sacerdotal e religiosa para lhe corresponder de modo responsável e convicto. A propósito, o Catecismo da Igreja Católica recorda que a livre iniciativa de Deus requer a resposta livre do ser humano. Uma resposta positiva que sempre pressupõe a aceitação e partilha do projeto que Deus tem para cada um; uma resposta que acolhe a iniciativa amorosa do Senhor e se torna, para quem é chamado, exigência moral vinculativa, homenagem de gratidão a Deus e cooperação total no plano que Ele prossegue na história (cf. n° 2062).Ao contemplar o mistério eucarístico – onde se exprime sumamente o dom concedido livremente pelo Pai na pessoa do Filho Unigênito pela salvação dos homens, e a disponibilidade plena e dócil de Cristo para beber completamente o "cálice" da vontade de Deus (cf. Mt 26, 39) – compreendemos melhor como "a confiança na iniciativa de Deus" molda e dá valor à "resposta humana". Na Eucaristia, dom perfeito que realiza o amoroso projeto da redenção do mundo, Jesus se imola livremente pela salvação da humanidade. "A Igreja – escreveu o meu amado predecessor João Paulo II – recebeu a Eucaristia de Cristo seu Senhor, não como um dom, embora precioso, entre muitos outros, mas como o dom por excelência, porque dom d’Ele mesmo, da sua Pessoa na humanidade sagrada, e também da sua obra de salvação" (Carta enc. Ecclesia de Eucharistia, 11).Quem está destinado a perpetuar este mistério salvífico ao longo dos séculos, até ao regresso glorioso do Senhor, são os presbíteros, que podem precisamente contemplar em Cristo eucarístico o modelo exímio de um "diálogo vocacional" entre a livre iniciativa do Pai e a resposta confiante de Cristo. Na celebração eucarística, é o próprio Cristo que age naqueles que Ele escolhe como seus ministros; sustenta-os para que a sua resposta cresça numa dimensão de confiança e de gratidão que dissipe todo o medo, mesmo quando se faz mais intensa a experiência da própria fraqueza (cf. Rm 8, 26-30), ou o ambiente se torna mais vazio de incompreensão ou até de perseguição (cf. Rm 8, 35-39).A consciência de sermos salvos pelo amor de Cristo, que cada Eucaristia alimenta nos crentes e de modo especial nos sacerdotes, não pode deixar de suscitar neles um confiante abandono a Cristo que deu a vida por nós. Deste modo, acreditar no Senhor e aceitar o seu dom leva a entregar-se a Ele com ânimo agradecido aderindo ao seu projecto salvífico. Se tal acontecer, o "vocacionado" de bom grado abandona tudo e entra na escola do divino Mestre; inicia-se então um fecundo diálogo entre Deus e a pessoa, um misterioso encontro entre o amor do Senhor que chama e a liberdade do ser humano que Lhe responde no amor, sentindo ressoar no seu espírito as palavras de Jesus: "Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos nomeei para irdes e dardes fruto, e o vosso fruto permanecer" (Jo 15, 16).Este amoroso enlace entre a iniciativa divina e a resposta humana está presente também, de forma admirável, na vocação à vida consagrada. Recorda o Concílio Vaticano II: "Os conselhos evangélicos de castidade consagrada a Deus, de pobreza e de obediência, visto que fundados sobre a palavra e o exemplo de Cristo e recomendados pelos Apóstolos, pelos Padres, Doutores e Pastores da Igreja, são um dom divino, que a mesma Igreja recebeu do seu Senhor e com a sua graça sempre conserva" (Const. dogm. Lumen gentium, 43). Temos de novo aqui Jesus como o modelo exemplar de total e confiante adesão à vontade do Pai para onde deve olhar a pessoa consagrada. Atraídos por Ele muitos homens e mulheres, desde os primeiros séculos do cristianismo, abandonaram a família, os benss, as riquezas materiais e tudo aquilo que humanamente é desejável, para seguir generosamente a Cristo e viver sem reservas o seu Evangelho, que se tornou para eles escola de radical santidade. Ainda hoje são muitos os que percorrem este itinerário exigente de perfeição evangélica, e realizam a sua vocação na profissão dos conselhos evangélicos. O testemunho destes nossos irmãos e irmãs, tanto nos mosteiros de vida contemplativa como nos institutos e nas congregações de vida apostólica, recorda ao povo de Deus "aquele mistério do Reino de Deus que já atua na história, mas aguarda a sua plena realização nos céus" (Exort. ap. pós-sinodal Vita consecrata, 1).Quem pode se considerar digno de ingressar no ministério sacerdotal? Quem pode abraçar a vida consagrada contando apenas com os seus recursos humanos? Mais uma vez convém reafirmar que a resposta da pessoa à vocação divina – sempre que se esteja consciente de que é Deus a tomar a iniciativa e é Ele também a levar a bom termo o seu projecto salvífico – não se reveste jamais do cálculo medroso do servo preguiçoso, que por medo escondeu na terra o talento que lhe fora confiado (cf. Mt 25, 14-30), mas exprime-se numa pronta adesão ao convite do Senhor, como fez Pedro quando, apesar de ter trabalhado toda a noite sem nada apanhar, não hesitou em lançar novamente as redes confiando na palavra d’Ele (cf. Lc 5, 5). Sem abdicar de forma alguma da responsabilidade pessoal, a resposta livre do homem a Deus torna-se assim "corresponsabilidade", responsabilidade em e com Cristo, em virtude da ação do seu Santo Espírito; faz-se comunhão com Aquele que nos torna capazes de dar muito fruto (cf. Jo 15, 5).Emblemática resposta humana, repleta de confiança na iniciativa de Deus, é o "Amém" generoso e total da Virgem de Nazaré, pronunciado com humilde e decidida adesão aos desígnios do Altíssimo, que lhe foram comunicados pelo mensageiro celeste (cf. Lc 1, 38). O seu "sim" pronto lhe permitiu se tornar a Mãe de Deus, a Mãe do nosso Salvador. Maria, depois deste primeiro fiat, teve que repeti-lo muitas outras vezes até ao momento culminante da crucifixão de Jesus, quando "estava junto à cruz", como refere o evangelista João, compartilhando o sofrimento atroz do seu Filho inocente. E foi precisamente da cruz que Jesus agonizante a confiou como Mãe e a Ela nos entregou como filhos (cf. Jo 19, 26-27) – Mãe especialmente dos sacerdotes e das pessoas consagradas. A Ela quero confiar todos quantos sentem o chamamento de Deus para caminhar pela senda do sacerdócio ministerial ou da vida consagrada.Queridos amigos, não desanimeis perante as dificuldades e as dúvidas; confiai em Deus e segui fielmente Jesus e sereis as testemunhas da alegria que brota da união íntima com Ele. À imitação da Virgem Maria, que as gerações proclamam bem-aventurada porque acreditou (cf. Lc 1, 48), empenhai-vos com toda a energia espiritual na realização do projeto salvífico do Pai celeste, cultivando no vosso coração, como Ela, a capacidade de maravilhar-se e adorar Aquele que tem o poder de fazer "grandes coisas", porque Santo é o seu nome (cf. Lc 1, 49).
Vaticano, 20 de Janeiro de 2009.
BENEDICTUS PP. XVI

domingo, 29 de março de 2009

V Domingo da Quaresma




Leituras : 1ª Leitura Jr 31,21-34; Salmo Responsorial 50 ( 51 ) ; 2ª Leitura Hb 5,7-9 Evangelho Jo 12,20-33

— O Senhor esteja convosco!— Ele está no meio de nós.— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.— Glória a vós, Senhor!Naquele tempo, 20havia alguns gregos entre os que tinham subido a Jerusalém, para adorar durante a festa. 21Aproximaram-se de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: “Senhor, gostaríamos de ver Jesus”. 22Filipe combinou com André, e os dois foram falar com Jesus. 23Jesus respondeu-lhes: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. 24Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto. 25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer seguir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. 27Agora sinto-me angustiado. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora?’ Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. 28Pai, glorifica o teu nome!” Então veio uma voz do céu: “Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo!”29A multidão, que aí estava e ouviu, dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: “Foi um anjo que falou com ele”. 30Jesus respondeu e disse: “Essa voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. 31É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, 32e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim”. 33Jesus falava assim para indicar de que morte iria morrer”. - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Papa agradece a todos que colaboraram com viagem à África




O Papa Bento XVI rezou, neste domingo, 29, a oração do Ângelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. Numa manhã de pouco sol, o Papa, na mensagem anterior à oração, agradeceu mais uma vez a Deus e a todos aqueles que colaboraram para a boa realização de sua viagem à África.Bento XVI quis ainda recordar a "profunda emoção" vivida na África, ao encontrar "as comunidades católicas e as populações de Camarões e Angola"."A visita me permitiu ver e compreender melhor a realidade da Igreja na África, na variedade das suas experiências e dos desafios que enfrenta neste momento. Pensando precisamente nos desafios que marcam o caminho da Igreja no continente africano e em todas as partes do mundo, sentimos o quanto são atuais as palavras do Evangelho deste domingo: 'Se o grão de trigo, caído na terra, não morre, fica sozinho; mas se morre, produz muito fruto'".“Hoje, – disse o Papa se referindo à frase de Jesus, mas também à situação da África – não é mais a hora de palavras e de discursos. Chegou a hora decisiva, para a qual o Filho de Deus veio ao mundo. Somente assim, de fato, poderá germinar e crescer uma nova humanidade, livre do domínio do pecado e capaz de viver em fraternidade, como filhos e filhas do único Pai que está nos céus".Para o Santo Padre, dois aspectos o impressionaram na África: "O primeiro é a alegria visível nos rostos das pessoas, a alegria de se sentir parte da única família de Deus. Agradeço ao Senhor por ter me permitido compartilhar com as multidões desses nossos irmãos e irmãs os momentos de festa simples, música e cheios de fé. O segundo aspecto é precisamente o forte sentido do sagrado que se respirava nas celebrações litúrgicas, característica esta comum a todos os povos africanos e que emergiu, poderia dizer, em todos os momentos da minha permanência entre aquelas queridas populações”."Na grande festa da fé vivida juntos na África, experimentamos que essa nova humanidade é viva, mesmo com os seus limites humanos. Lá onde os missionários, como Jesus, deram e continuam a consumar a vida pelo Evangelho, se recolhem frutos abundantes. A eles dirijo um particular pensamento de gratidão pelo bem que fazem. Trata-se de religiosos e religiosas, leigos e leigas", disse o Pontífice."Foi muito bonito para mim ver o fruto do seu amor por Cristo e constatar o profundo reconhecimento que os cristãos têm para com Ele", declarou Bento XVI . O Papa concluiu dando graças a Deus e rezando à Maria Santíssima a fim de que, no mundo inteiro, se difunda a mensagem da esperança e do amor de Cristo.Em seguida, o Papa rezou a oração mariana do Ângelus e concedeu a todos a sua Benção Apostólica.AgradecimentosAntes de se despedir dos fiéis, o Papa quis agradecer aos africanos presentes na Praça de São Pedro, entre os quais muitos estudantes. Todos estavam acompanhados pelo Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, Dom Robert Sarah, pelo seu apoio."Caríssimos, vocês vieram manifestar a alegria e o reconhecimento pela minha viagem apostólica à África. Agradeço a todos de coração. Rezo por vocês, pelas suas famílias e pelos seus países de origem. Obrigado!"João Paulo IIO Santo Padre recordou ainda que na próxima quinta-feira, 2 de abril, presidirá a Santa Missa na Basílica de São Pedro por ocasião do 4º aniversário da morte de seu predecessor, o Servo de Deus João Paulo II. O Papa convidou a participar da celebração, especialmente os jovens de Roma, para juntos se prepararem para o Dia Mundial da Juventude, que será realizado em âmbito diocesano no próximo Domingo de Ramos.

Bento XVI celebra Missa na Paróquia da Sagrada Face




O Papa Bento XVI deixou na manhã deste domingo, 29, o Vaticano para visitar a Paróquia da Sagrada Face de Jesus, no bairro da Magliana, onde celebrou a Santa Missa. Esta foi a oitava paróquia visitada no seu pontificado.
Acolhido por uma grande multidão de fiéis, pelo vigário de Roma, Cardeal Agostino Vallini, e pelo pároco, Padre Luigi Coluzzi, o Papa saudou os fiéis dentro da igreja e se dirigiu para uma das capelas laterais, onde fez um breve momento de oração.
Antes de celebrar a Missa na Igreja, o Papa se dirigiu aos fiéis que se encontravam fora do edifício, debaixo de chuva.
"Obrigado por estarem comigo neste bonito domingo", disse o Pontífice aos fiéis. "Infelizmente chove, mas também o sol está chegando. Talvez seja o sinal deste tempo pré-pascal onde sentimos as dores de Jesus e todos os problemas do nosso mundo de hoje, cada um ao seu modo. Mas sabemos também que o sol, apesar de muitas vezes estar escondido, existe, e que Deus está próximo a nós, nos ajuda e nos acompanha.
Neste sentido, queremos caminhar em direção a Páscoa", acrescentou, ao se referir também às dificuldades econômicas que, neste período, muitas famílias estão vivendo. "Sabemos que os sofrimentos e as dificuldades pertencem à nossa vida, mas sabemos também que, por trás, está o sol da bondade divina".
Paróquia da Sagrada Face de Jesus
Dentro da Igreja, participavam cerca de 250 fiéis. O edifício é de grande impacto arquitetônico: em forma de “V” para representar um abraço.
A comunidade é formada por 4500 famílias e é uma das 15 – entre as 330 de Roma – que João Paulo II não conseguiu visitar durante o seu pontificado.
Homilia
O Papa voltou a falar dos atuais tempos difíceis, marcado "por uma crise social e econômica”, afirmando porém, que o cristão, mesmo tendo as suas próprias dificuldades, não pode deixar de se colocar "a serviço dos irmãos”.
Tomando como referência o Evangelho deste quinto domingo de Quaresma, o Santo Padre exortou os fiéis a "partilharem o estado de espírito de Jesus", revivendo o "mistério da sua crucificação, morte e ressurreição não como espectadores, mas como protagonistas junto com Ele".
Bento XVI recordou ainda, durante a homilia, a figura de Maximiliano Kolbe, sacerdote polonês que morreu em Auschwitz oferecendo a sua vida em troca da vida de um pai de família.

quarta-feira, 25 de março de 2009

25 de Março - Anunciação do Senhor


Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.
Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: "A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade."
Com alegria contemplamos o Mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do Mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:
"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’"
Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: "Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade" (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.
Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: "Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco" (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:
"Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

segunda-feira, 23 de março de 2009

Seminários Diocesanos comemoram 55 anos de Criação


Maquete do Novo Seminário Diocesano , que abrigará o Seminário Filosófico Papa João XXIII e o Seminário Teológico São José
Seminário Filosófico Teológico São José

Seminário Propedêutico Imaculada Conceição

Primeiro Seminário Diocesano Imaculada Conceição

O mês de março marca a comemoração dos 55 anos de história dos seminários da diocese. Desde a primeira casa de formação até o novo seminário que será inaugurado em abril próximo, são muitos anos de trabalho a serviço da formação dos futuros sacerdotes diocesanos.A primeira casa de formação dos futuros sacerdotes da Diocese de Piracicaba foi o Seminário Diocesano “Imaculada Conceição”, ao lado da igreja matriz que tem a mesma padroeira, em Piracicaba.Sua inauguração oficial ocorreu no dia 25 de março de 1954.

NOVO PRÉDIO - Dom Ernesto adquiriu um terreno no Bairro Nova Suíça, em Piracicaba, para construir uma casa de férias para os seminaristas. Em 1961, com o crescimento do número de candidatos ao sacerdócio, Dom Aníger Francisco de Maria Melilo, segundo bispo diocesano, resolveu ampliar as instalações de Nova Suíça para abrigar o seminário. Em julho de 1963, o seminário transferiu-se para Nova Suíça. Mas teve vida curta pois, no final de 1966, por determinação do bispo, encerrou suas atividades. Os que desejassem ser padres deveriam residir com suas famílias, estudar e serem acompanhados pelos respectivos párocos.

PERÍODO DE TRANSIÇÃO - Depois do Concílio Vaticano II (1962-1965), a Igreja passou por profundas modificações. O questionamento do modelo de seminários, o fechamento de alguns, a crise vocacional se inserem nesse contexto. Nossa diocese também viveu essa situação e, por 10 anos, não teve seminaristas diocesanos. Mas aos poucos as vocações foram surgindo. E os candidatos ao sacerdócio ingressavam no curso de Filosofia e depois de Teologia, em Aparecida, São Carlos, Sorocaba, Campinas, São Paulo. Com Dom Eduardo, uma nova fase Dom Eduardo assumiu a diocese em 28 de fevereiro de 1980 como Bispo Coadjutor de Dom Aníger e Administrador Apostólico “Sede Plena” e procurou logo imprimir seu estilo pastoral. Uma das preocupações que o inquietava era a formação dos futuros sacerdotes. Em junho, foi a Roma, em sua primeira visita “ad limina apostolorum” e a formação dos futuros padres foi um dos assuntos tratados com o papa. Ciente das dificuldades da diocese, dentre as quais a falta de padres e a ausência de uma casa de formação, João Paulo II solicitou a abertura de um seminário. Tudo isso levou Dom Eduardo a decidir-se pela criação do Seminário Teológico “São José”, instalado em Santa Bárbara. Em março de 1981, cinco seminaristas passaram a residir no local, cursando Teologia na PUC de Campinas. No dia 19 de março, festa de São José, aconteceu a inauguração oficial. No ano seguinte, dia 26 de fevereiro, com a presença de Dom Eduardo, foi solenemente iniciado o ano letivo. Embora inicialmente tenha sido pensado apenas para acolher os teólogos, o seminário agora também passa a contar com a presença dos seminaristas filósofos da diocese. A direção do seminário esteve confiada ao Padre José Maria de Almeida, que foi o reitor até 1984. Os outros reitores e párocos foram: Padre Salvador Paruzzo, atual bispo de Ourinhos, de janeiro de 1985 até março de 1990; Padre Orivaldo Casini, de março de 1990 até junho de 1994; Padre Ronaldo Francisco Aguarelli, de julho de 1994 até o final de 2003. Em 2004, o Padre Agnaldo Rogério dos Santos assumiu como reitor do seminário.

NOVA CASA - Com o aumento do número de seminaristas, a diocese adquiriu uma nova casa, próxima ao seminário, na Vila Grego, que foi inaugurada em 19 de março de 1984. Mas eram realizadas no seminário todas as atividades comuns, como orações, reflexões, refeições. O Seminário São José abrigava estudantes de Filosofia e Teologia. Essa experiência perdurou até o final de 1987, quando problemas econômicos levaram a diocese a optar por novas medidas. A partir de 1988, o Seminário São José voltou a acolher só os estudantes de Teologia. E os estudantes de Filosofia, até a instalação do Seminário Filosófico, residiam e estudavam em São Carlos, a maioria, e alguns em Bragança Paulista e Campinas.

SEMINÁRIO FILOSÓFICO - Em 1996, a diocese adquiriu uma casa no bairro Barão Geraldo, em Campinas, imóvel que pertencia à Província dos Capuchinhos de São Paulo. Após as reformas necessárias, passou a abrigar os seminaristas do curso de Filosofia a partir do ano seguinte. A diocese tinha agora um novo lugar de formação dos futuros sacerdotes: o Seminário Filosófico “Papa João XXIII” que, em 1997, iniciava suas atividades. O reitor era o Padre Ronaldo Francisco Aguarelli, também reitor do Seminário Teológico. O acompanhamento dos seminaristas era feito pelo vice-reitor, Padre Reinaldo César Demarchi. A inauguração oficial foi no dia 3 de junho de 1997, na comemoração do 34º aniversário de falecimento do Papa João XXIII. Em 1998, assumiu como reitor o Padre Sávio Carlos Desan Scopinho, que esteve à frente também no ano seguinte. Em 2000 o reitor foi o Padre Agnaldo Rogério dos Santos. O prédio do novo seminário, felizmente, era pequeno para abrigar à demanda de estudantes. Por isso, a dioceseconstruiu, ao lado do antigo, um novo prédio, cuja inauguração aconteceu em 9 de novembro de 2.000. Em 2001 é designado o novo reitor, Padre Marcelo Sales, que responde pelo seminário até o final de 2003. Em 2004, assumiu como reitor o Padre Ronaldo Francisco Aguarelli, auxiliado pelo Padre William Martins. MUDANÇAS - A partir de 2004, Dom Moacyr José Vitti, quarto bispo diocesano, determinou mudanças para as casas dos seminários. Assim, o Seminário Teológico “São José” transferiu-se para Campinas, no prédio que abrigava o Seminário Filosófico “Papa João XXIII”; este transferiu-se para Santa Bárbara, no prédio que abrigava o seminário teológico. Os estudos de Filosofia e Teologia continuam na PUC de Campinas. A partir de 2006, por determinação do bispo Dom Fernando Mason, nova mudança. Os seminaristas da Filosofia passam a residir no Seminário Teológico. O reitor das duas turmas é o Padre Agnaldo Rogério dos Santos. No Seminário Filosófico, em Santa Bárbara, as atividades estão suspensas.

SEMINÁRIO PROPEDÊUTICO – Sua história iniciou-se em 1992, em Santa Bárbara D’Oeste. A partir de 2003, foi transferido para Piracicaba, no Bairro Nova Suíça, no prédio que já tinha abrigado o seminário menor. Assim, o local voltou a ser utilizado para a formação dos futuros sacerdotes, como já ocorrera na década de 60, tendo a mesma padroeira, Imaculada Conceição. O Seminário Propedêutico “Imaculada Conceição”, tendo como reitor o Padre Sebastião Luiz de Souza, foi oficialmente inaugurado em 16 de fevereiro de 2003.

Novo seminário diocesano - No próximo dia 21 de abril, deve ser inaugurado o novo seminário diocesano, em cerimônia que deve contar com a presença do Núncio Apostólico Dom Lorenzo Baldisseri. O novo seminário está sendo construído em Campinas, próximo à PUC – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, e abrigará os estudantes de Filosofia e de Teologia.

Papa recorda os momentos que marcaram sua viagem à África






No vôo que o leva de volta ao Vaticano, o Papa Bento XVI falou de suas impressões desta viagem: de um lado, destacou a cordialidade quase "exuberante", da alegria da África em festa, como se visse no papa a personificação do fato de que somo filhos e família de Deus. "Existe esta família e nós, com todos os limites, estamos nesta família e Deus está conosco."
Por outro lado, o pontífice ficou muito impressionado com o espírito de recolhimento nas liturgias, o forte sentido do sagrado: "Nas liturgias, não há auto-representação dos grupos, auto-animação, mas tem a presença do sagrado, do próprio Deus. Para mim, isso me impressionou muito".
O papa declarou-se ainda muito comovido com a morte de duas jovens antes do encontro no estádio dos Coqueiros, em Luanda. "Rezei e rezo por elas. Infelizmente, uma ainda não foi identificada. Esperamos que, no futuro, as coisas possam ser organizadas de modo que isso não aconteça mais."
Bento XVI citou ainda outros dois eventos que ficaram na sua memória. No Centro Cardeal Léger, em Iaundê, onde "me tocou o coração ver o mundo de múltiplos sofrimentos, todo o sofrimento, a tristeza, a pobreza da existência humana, mas também ver como Estado e Igreja colaboram para ajudar os sofredores. Vê-se que o homem, ajudando o sofredor, se torna mais homem, o mundo se torna mais humano: isso permanece inscrito na minha memória".
Em seguida, o pontífice citou a entrega do Instrumento de Trabalho para o Sínodo e a preparação do evento, quando se reuniu com todos os membros do Conselho para o Sínodo – 12 bispos – e cada um falou da situação de sua Igreja local, de suas propostas, de suas expectativas e, assim, nasceu uma ideia muito rica da realidade da Igreja na África. "Poderia dizer muito, por exemplo, da Igreja na África do Sul, que teve uma experiência de reconciliação difícil, mas com êxito positivo, que agora ajuda, com sua experiência, a tentativa de reconciliação em Burundi e tenta fazer algo semelhante em Zimbábue, apesar das dificuldades."
Por fim, o papa agradeceu a todas as pessoas que contribuíram para o sucesso desta viagem: "Parece-me que realmente a palavra 'obrigado' deveria concluir esta aventura e obrigado mais uma vez também a vocês, jornalistas, pelo trabalho que fizeram e querem fazer. Obrigado!".

Bento XVI se despede da África





Sua Santidade Bento XVI se despede de sua 1ª Viagem Apostólica ao Continente Africano. Esta foi a 11ª Viagem do Pontífice fora da Itália e a 23ª de seu Pontificado.

domingo, 22 de março de 2009

IV Domingo da Quaresma - Domingo Laetare


Leituras : 1ª Leitura 2Cr 36,14-16.19-23 Salmo Responsorial 136 ( 137) 2ª Leitura Ef 2,4-10 Evangelho Jo 3,14-21
— O Senhor esteja convosco!— Ele está no meio de nós.— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.— Glória a vós, Senhor!Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 14“Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. 19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas, quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus. Palavra da Salvação - Glória a Vós Senhor

Bento XVI destaca perdão e reconciliação em Missa deste domingo







Cerca um milhão de fiéis participaram hoje, 22, de uma Missa com Bento XVI, em seu penúltimo dia de viagem à África, na esplanada de Cimangola, a 14 km de Luanda, capital de Angola. Em sua homilia, o Papa falou da experiência pessoal de tantos angolanos que sofrem as consequências da guerra civil e enfatizou que só a força do amor de Deus pode mudar os corações e fazer triunfar sobre o poder do pecado e da divisão.
Inspirando-se na primeira leitura da liturgia de hoje, que narra o convite ao povo exilado para regressar a Jerusalém e reconstruir o templo do Senhor, o Papa refletiu sobre a experiência pessoal de tantos angolanos que enfrentam as consequências da guerra civil, "infelizmente, disse, uma experiência familiar a toda a África".O Evangelho de hoje nos ensina que a reconciliação só pode ser fruto de uma conversão, de uma mudança do coração, de um novo modo de pensar. E ensina também que só a força do amor de Deus pode mudar os nossos corações e nos fazer triunfar sobre o poder do pecado e da divisão. Só Deus pode fazer novas todas as coisas. Bento XVI explicou ainda que foi à África justamente para proclamar a mensagem de perdão, de esperança e de uma nova vida em Cristo.Exortando o povo angolano a ser construtor de um futuro melhor para o seu país, Bento XVI ressaltou os profundos valores humanos da sua cultura originária e tradições: famílias solidárias, profundo sentido religioso, celebração festiva do dom da vida, apreço pela sabedoria dos mais velhos e pelas aspirações do jovens. Bento XVI também recordou a contribuição de gerações e gerações de missionários, professores cristãos, catequistas, presbíteros, religiosas e religiosos, que sacrificaram sua vida pessoal para vos transmitir este tesouro precioso.Olhem o futuro com esperança"Pensemos no flagelo da guerra, nos frutos terríveis do tribalismo e das rivalidades étnicas, na avidez que corrompe o coração do homem, reduz à escravidão os pobres e priva as gerações futuras dos recursos de que terão necessidade para criar uma sociedade mais solidária e justa: uma sociedade verdadeira e autenticamente africana no seu estro e nos seus valores", disse Bento XVI.E citou os dramas morais da sociedade: "O espírito de egoísmo que fecha os indivíduos em si mesmos, divide as famílias e, espezinhando os grandes ideais de generosidade e abnegação, conduz inevitavelmente ao hedonismo, à fuga para falsas utopias através do uso da droga, à irresponsabilidade sexual, ao enfraquecimento do vínculo matrimonial, à destruição das famílias e à eliminação de vidas humanas inocentes por meio do aborto?".A tudo isso, incitou, concluindo a homilia, a Igreja católica deve dar uma resposta, buscando antes de tudo, a unidade interna e entre as etnias do continente:"Coragem! Ponham-se a caminho! Olhem o futuro com esperança, confiem nas promessas de Deus e vivam na sua verdade. Deste modo, construirão algo destinado a permanecer e deixarão às gerações futuras uma herança duradoura de reconciliação, justiça e paz".

sábado, 21 de março de 2009

Bento XVI convida angolanos a serem evangelizadores






"A evangelização é ainda hoje importante como o era quando os católicos chegaram, 500 anos atrás", disse esta manhã, 21, o Papa Bento XVI na Missa com bispos, sacerdotes, religiosos, movimentos eclesiais e catequistas de Angola e São Tomé, na Igreja de São Paulo. "Hoje, é a vez de vocês seguirem os passos daqueles heróicos mensageiros de Deus, e oferecer Cristo a seus compatriotas", ressaltou o Santo Padre em sua homilia ao recordar que São Paulo, patrono da cidade de Luanda, nos deixou o testemunho de que Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. Assim, Jesus foi um exemplo para os que viriam a acreditar n'Ele, a fim de alcançarem a vida eterna.Segundo Bento XVI, o fundamental na vida do Apóstolo Paulo foi seu encontro com Jesus, quando ia a caminho de Damasco, e Cristo lhe aparece com luz deslumbrante, lhe fala e o conquista. "Dá-se então nele uma inversão de perspectiva, passando a ver tudo a partir desta estatura final do homem em Jesus: o que antes lhe parecia essencial e fundamental, agora para ele não passa de 'lixo'; já não é 'lucro', mas perda, porque agora só conta a vida em Cristo".O Pontífice convidou os angolanos a serem também anunciadores da salvação de Jesus. "Muitos deles vivem no temor dos espíritos, dos poderes nefastos de que se creem ameaçados; desnorteados, chegam a condenar meninos da rua e até os mais velhos, porque dizem são feiticeiros. Quem pode ir ter com eles para lhes anunciar que Cristo venceu a morte e todos esses poderes obscuros?".O Papa frisou que nós devemos estar convencidos de que não fazemos injustiça a ninguém se lhe mostrarmos Cristo e lhe oferecermos a possibilidade de encontrar, deste modo, também a sua verdadeira autenticidade, a alegria de ter encontrado a vida. É nossa obrigação oferecer a todos esta possibilidade de alcançarem a vida eterna. E concluiu:"Abracemos a sua vontade, como fez São Paulo: Anunciar o Evangelho (…) é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não evangelizar!"A Igreja de São Paulo, que pode abrigar 1500 pessoas, foi construída pelos padres capuchinhos em 1935, tendo sido relevada pelos salesianos em 1982.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Bento XVI chega a Angola, segunda etapa de sua viagem à África









O Papa Bento XVI já se encontra em Angola. Este é o quarto dia de Bento XVI em terras africanas e o primeiro dia em Angola. O Santo Padre despediu-se na manhã de hoje dos fiéis de Camarões, partindo para Angola, onde foi recebido no aeroporto 4 de Fevereiro pelo presidente do país, José Eduardo dos Santos. Na cerimônia de boas-vindas, Bento XVI fez o seu primeiro discurso em terras angolanas, depois de ouvir as saudações do Presidente.
"Com um profundo sentimento de respeito e simpatia, - disse o papa - piso o solo desta nobre e jovem Nação no âmbito de uma visita pastoral, que, no meu espírito, tem por horizonte o continente africano, mas os passos tive de os limitar a Yaoundé e Luanda. Saibam porém que, no meu coração e oração, tenho presentes a África em geral e o povo de Angola em particular, a quem desejo oferecer o meu cordial encorajamento a prosseguir no caminho da pacificação e da reconstrução do país e das instituições.
Depois de agradecer o Presidente Eduardo dos Santos pelo amável convite para visitar Angola e pelas cordiais expressões de boas-vindas, Bento XVI saudou toda a Igreja Católica em Angola na pessoa dos seus Bispos e todos "os amigos angolanos pela calorosa acolhida.
Como não recordar – continuou Bento XVI - aquele ilustre visitante que abençoou Angola no mês de Junho de 1992: o meu amado antecessor João Paulo II?! Incansável missionário de Jesus Cristo até aos confins da terra, mostrou o caminho para Deus, convidando todos os homens de boa vontade a escutarem a própria consciência retamente formada e a edificarem uma sociedade de justiça, paz e solidariedade, na caridade e no perdão recíproco.
Quanto a mim, - destacou o papa - venho de um país onde a paz e a fraternidade são caras aos corações de todos os habitantes, em particular de quantos, como eu, conheceram a guerra e a separação entre irmãos pertencentes à mesma nação, por causa de ideologias devastadoras e desumanas que, sob a falsa aparência de sonhos e ilusões, faziam pesar sobre os homens o jugo da opressão.
Compreendeis por isso como sou sensível ao diálogo entre os homens para superar qualquer forma de conflito e de tensão e fazer de cada nação – e, por conseguinte, também da vossa Pátria – uma casa de paz e fraternidade. Com tal finalidade, deveis tirar do vosso patrimônio espiritual e cultural os valores melhores de que Angola é portadora, para irdes ao encontro uns dos outros sem medo, aceitando partilhar as próprias riquezas espirituais e materiais em benefício de todos.
Em seguida o Santo Padre dirigiu o seu pensamento às populações da província do Kunene flageladas por chuvas intensas e aluviões que provocaram numerosos mortos e deixaram tantas famílias desalojadas pela destruição das suas casas. "Àquelas provadas populações – disse - desejo neste momento fazer chegar a certeza da minha solidariedade juntamente com um particular encorajamento à confiança para recomeçarem com a ajuda de todos."
Queridos amigos angolanos, - sublinhou Bento XVI - o vosso território é rico; a vossa nação é forte. Usai, porém, estes vossos créditos para favorecer a paz e o entendimento entre os povos, numa base de lealdade e igualdade que promova na África aquele futuro pacífico e solidário a que todos aspiram e têm direito. Para isso, vos peço: Não vos rendais à lei do mais forte! Porque Deus concedeu aos seres humanos voar, sobre as suas tendências naturais, com as asas da razão e da fé. Se vos deixardes levar por elas, não será difícil reconhecer no outro um irmão que nasceu com os mesmos direitos humanos fundamentais. Infelizmente, dentro das vossas fronteiras angolanas, há ainda tantos pobres que reclamam o respeito dos seus direitos. Não se pode esquecer a multidão de angolanos que vive abaixo da linha de pobreza absoluta. Não desiludam as suas expectativas!
Trata-se de uma obra imensa, que requer uma maior participação cívica de todos. É necessário envolver nela a sociedade civil angolana inteira, mas esta precisa de apresentar-se mais forte e articulada tanto entre as forças que a compõem como também no diálogo com o Governo. Para dar vida a uma sociedade verdadeiramente atenta ao bem comum, são necessários valores compartilhados por todos.
Enfim o papa recordou Dom Afonso I Mbemba-a-Nzinga que quinhentos anos atrás, deu ele início em Mbanza Congo a um reino cristão que sobreviveu até ao século XVIII. Das suas cinzas pôde depois surgir, já na passagem do século XIX para o XX, uma Igreja renovada que não pára de crescer até aos dias de hoje, graças a Deus! Eis o motivo imediato que me trouxe a Angola, disse o papa, encontrar-me com uma das mais antigas comunidades católicas da África sub-equatorial, para a confirmar na sua fé em Jesus ressuscitado e unir-me às preces de seus filhos e filhas para que o tempo da paz, na justiça e na fraternidade, não conheça ocaso em Angola, permitindo-lhe cumprir a missão que Deus lhe confiou em favor do seu povo e no concerto das nações. Deus abençoe Angola!

Bento XVI se despede de Camarões




O Papa Bento XVI deixou nesta manhã Iaundé, capital de Camarões despedindo-se das autoridades civis e religiosas, como também dos fiéis deste país.
Na cerimônia de despedida da qual participou o presidente Paul Biya, o papa fez um breve discurso no qual agradeceu a todos pelo generoso acolhimento que lhe foi reservado nestes dias. "O calor do sol africano encontrou o seu reflexo no calor da hospitalidade que me foi oferecida", disse Bento XVI.
Depois de saudar todos aqueles que colaboraram para a realização da viagem apostólica, agradeceu principalmente todos aqueles que rezaram instantemente para que esta visita pastoral pudesse ser frutuosa para a vida da Igreja na África. "Peço-vos – disse o Papa - que continueis a rezar para que a Segunda Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos se demonstre um tempo de graça para a Igreja em todo o continente, um tempo de renovação e de novo empenho na missão de levar a mensagem salvífica do Evangelho a um mundo dilacerado.
O Papa recordou ainda o comovedor
encontro de ontem no Cardinal Léger Center, onde constatou o cuidado reservado aos doentes e aos deficientes, os membros mais vulneráveis da nossa sociedade. Esta compaixão semelhante à de Cristo é um sinal seguro de esperança para o futuro da Igreja e para o futuro da África.
O meu
encontro com membros da comunidade muçulmana aqui em Camarões foi outro acontecimento importante que guardo comigo, disse o papa. Enquanto vamos caminhando para uma maior compreensão recíproca, rezo para que cresçamos também no respeito e estima de uns pelos outros, e fortaleçamos a nossa decisão de colaborar na proclamação da dignidade dada por Deus à pessoa humana, uma mensagem que um mundo cada vez mais secularizado precisa ouvir.
"A razão principal que me trouxe aos Camarões – disse o Papa - foi naturalmente visitar a comunidade católica. Deu-me grande alegria poder passar alguns momentos fraternos com os Bispos e celebrar a Liturgia da Igreja juntamente com tantos fiéis. Vim aqui precisamente para partilhar com vocês o momento histórico da promulgação do Instrumentum laboris para a Segunda Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos. Este é verdadeiramente um momento de grande esperança para a África e para o mundo inteiro".
E finalizou fazendo uma exortação: "Povo de Camarões convido-o a aproveitar o momento que o Senhor vos deu. Respondei ao seu apelo que vos empenha a levar reconciliação, cura e paz às vossas comunidades e à vossa sociedade. Trabalhai para eliminar a injustiça, a pobreza e a fome, onde quer que se encontrem. Deus abençoe este belíssimo país, a "África em miniatura”, um país prometedor, um país glorioso. Deus vos abençoe a todos."

quinta-feira, 19 de março de 2009