quinta-feira, 12 de maio de 2011

49ª AG: Bispos falam sobre 5ª Semana Social Brasileira e Trabalho Escravo

O bispo de Franca (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, dom Pedro Luiz Stringhini, falou na tarde de hoje, 11, na Coletiva de Imprensa da 49ª Assembleia Geral da CNBB, sobre a aprovação dos bispos pela realização da 5ª Semana Social Brasileira.

De acordo com dom Stringhini, a realização do evento foi aprovada por unanimidade, e a data ainda não foi definida por motivo de escolha da nova presidência da Comissão da CNBB, que está em processo nesta 49ª Assembleia. “Por motivo da eleição dos novos presidentes das Comissões Episcopais Pastorais, a data deverá ser escolhida pela nova presidência da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, mas, a 5ª Semana não foge da linha do Fórum de Mudanças Climáticas, nem das Campanhas da Fraternidade, nem de nenhum outro evento promovido pela CNBB”, disse.

Dom Stringhini ressaltou as outras quatro Semanas Sociais Brasileiras. “Em 1991 tivemos a primeira edição da Semana Social Brasileira. O assunto debatido à época foi a falta de trabalho. Em 1992, aconteceu a segunda edição. Na ocasião se debateu a política. Depois, no ano 2000, falamos sobre economia e seu processo de mudança, e, por fim, em 2004, o tema foi mais genérico, estudamos o Novo Brasil. Já para esta 5ª Semana Social Brasileira, o tema será o Documento 91 da CNBB: ‘Por uma Reforma do Estado com participação Democrática’, pois há muito o que fazer para que haja distribuição de renda e igualdade social e política”, disse dom Stringhini.

Trabalho Escravo

Também participou desta coletiva com a imprensa o bispo de Balsas (MA) e vice-presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Enemésio Ângelo Lazzaris, que apresentou um pouco do trabalho da CPT e a preocupação da Igreja com o trabalho escravo no Brasil.

Segundo dom Enemésio, o trabalho escravo só acontece por um conjunto de fatores. “Ganância, acumulo de terras, impunidade e miséria, fazem do Brasil um dos países com maior índice no mundo de trabalhadores análogos à escravidão. E mesmo com todas as evidências e provas de trabalho escravo, o Brasil só reconheceu essa chaga social em 1995, por pressão internacional. Desde então, quase 34 mil trabalhadores foram resgatados dessas condições degradantes e humilhantes na qual se encontravam, em Estados da Federação como: Pará, Maranhão, Acre, Goiás, São Paulo e Minas Gerais, ou seja, os maiores exportadores de carvão, madeira, cerâmica, algodão, frutas e soja do Brasil”, destacou.

No dia 28 de janeiro de 2009 o Governo federal criou o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Segundo dom Enemésio, a CPT está pressionando os parlamentares para que seja aprovada a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 438, criada desde 2001, que visa confiscar as terras de quem for flagrado empregando o uso da condição análoga à escravidão a seus trabalhadores.

Dom Enemésio aproveitou também e ressaltou o “importante” trabalho feito pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) no combate ao trabalho escravo. “O trabalho da CPT é fundamental, pois investigamos e verificamos as denuncias feitas sobre trabalho escravo, e, assim que confirmadas, informamos ao Grupo Móvel da Justiça do Trabalho, para que eles apliquem as medidas cabíveis de acordo com a lei”, destacou dom Enemésio.
Fonte: CNBB

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