segunda-feira, 9 de maio de 2011

49ª AG: “O Concílio Vaticano II é o acontecimento mais importante da Igreja no Século XX”


A afirmação foi feita pelo arcebispo de Olinda e Recife (PE), dom Antônio Fernando Saburido, ao abordar sobre os 50 anos do Concílio Vaticano II na coletiva de imprensa desta segunda-feira, 9, na 49ª Assembleia Geral da CNBB, que acontece em Aparecida (SP) e segue até a próxima sexta-feira, 13.

De acordo com o arcebispo, a Igreja no Brasil já começa a se articular para as comemorações dos 50 anos que terão seu ponto alto em 2012, ano do cinquentenário. “Vamos ter a oportunidade de rever os documentos conciliares que marcaram profundamente a vida da Igreja”, disse dom Fernando sobre as comemorações.

Já foi constituída uma Comissão, encabeçada pelo cardeal arcebispo emérito de Belo Horizonte, dom Serafim Fernandes de Araújo e coordenada pelo arcebispo de Juiz de Fora (MG), dom Gil Antônio Moreira, para estar à frente das iniciativas e propostas para o evento.

dom_fernando_saburido_49AG_coletivaDom Fernando antecipou algumas propostas que já começaram a ser pensadas para comemorar no Brasil a data histórica para a Igreja no mundo. “Nós teremos a celebração de abertura exatamente no dia que o Concílio Vaticano II faz 50 anos: 11 de outubro de 2012 e já temos várias propostas. A primeira deverá acontecer em 2013 quando nós poderemos ter como tema central da 51ª Assembleia Geral da CNBB o Concílio Vaticano II”, disse o arcebispo. Outra proposta, segundo ele, é “uma Campanha da Fraternidade com um tema que aborde o Concílio” e, por último uma Campanha para a Evangelização. “Várias propostas foram feitas para a CNBB, os Regionais e dioceses; cada um poderá fazer muita coisa para aproveitar a riqueza dos documentos conciliares”, completou.

Sobre a aplicabilidade do Concílio Vaticano II na Igreja no Brasil, dom Fernando afirmou que a Igreja já explorou muito os documentos do evento histórico, mas ressaltou que ainda falta muito para se conhecer. Dom Fernando disse ainda que, com as comemorações do cinqüentenário, o Concílio terá mais oportunidade de ser estudado. “Nós temos muito ainda a descobrir dos valores do Concílio Vaticano II apesar dos 50 anos, mas muitas riquezas poderão ser exploradas. Na comemoração dos 50 anos os documentos serão mais explorados através de seminários, promovidos para podermos redescobrir e fazer uma releitura dos documentos conciliares que são de fato surpreendentes”, disse.

dom_demetrio_coletivaO bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira, questionado sobre a viabilidade de um outro Concílio, respondeu que “não precisamos fazer outro Concílio, mas recuperar a conciliariedade da Igreja. O Vaticano foi uma grande conquista de partilha, de escuta a todos, de diálogo. Aí existe uma prática que pode avançar muito”.

Nova Evangelização e Missão Continental

O cardeal arcebispo emérito de São Paulo, dom Cláudio Hummes, disse que a Nova Evangelização consiste em lançar sobre Igreja “um novo ardor missionário, novas expressões, novos métodos”. Ele lembrou que o beato João Paulo II escreveu uma carta encíclica sobre as missões e que durante todo o seu pontificado ele sempre voltava no tema da Nova Evangelização que precisava ser inserida urgentemente na Igreja.

cardeal_claudio_hummes_49AGDom Cláudio disse também que a instituição do dicastério para a Nova Evangelização, pelo papa Bento XVI, mostra a grande preocupação da Igreja com a grande evasão de católicos e com a descristianização de modo geral. “A evangelização dos batizados pela Igreja nos países tradicionalmente católicos e cristãos e onde há um processo de descristianização é uma preocupação central a Igreja. Não conseguimos evangelizar suficientemente nossos batizados e por isso eles muitas vezes têm uma fé frágil e despreparada para enfrentar essa cultura e o ativismo de outras crenças e seitas”, frisou o cardeal.

O purpurado comentou processo por que passa a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com suas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) que, segundo ele deverão trazer a Missão Continental para a Igreja ser capaz de ir ao encontro do povo. “Não queremos ir ao encontro do povo como uma forma de luta nem de conflito, nós respeitamos a crença de cada religião, mas nós temos o dever de chegar até o povo, nos aproximar das pessoas o máximo possível. Não apenas esperar que elas venham até nós, mas temos que ir até o povo e levar a pessoa de Jesus Cristo como uma boa notícia para os jovens, as famílias, a sociedade hoje”.


Fonte: CNBB

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