sexta-feira, 25 de junho de 2010

Bispos espanhois: um povo sem seus símbolos é indefeso



"Atentar contra os símbolos dos valores que plasmaram a história e a cultura de um povo é deixá-lo indefeso diante de outras ofertas culturais nem sempre positivas, e obscurecer as fontes fundamentais da ética e do direito que têm se mostrado fecundas no reconhecimento, promoção e tutela da dignidade da pessoa".

É o que assinala uma declaração da Comissão Permanente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), publicada por ocasião da resolução, a ser publicada no próximo 30 de junho, do Tribunal Europeu de Direitos Humanos referente ao recurso apresentado pela Itália sobre a retirada dos crucifixos das escolas públicas.

Os bispos da Comissão sublinharam a importância da exposição pública de símbolos religiosos, em especial nos ambientes em que são educadas as crianças, a fim de transmitir sua identidade e valores.

"As sociedades de tradição cristã na devem se opor à exposição pública de seus símbolos religiosos, particularmente nos locais onde se educam as crianças", assinala a declaração.

"Em caso contrário, estas sociedades dificilmente lograrão transmitir às gerações futuras a identidade e os valores que a ela pertencem".

"Se tornarão assim sociedades contraditórias, que rejeitam a herança espiritual e cultural na qual se firmam suas raízes e interrompem seu caminho em direção ao futuro".

A declaração da comissão da CEE se une às de outras conferência episcopais, personalidades e organismos da Europa que ergueram voz em defesa da exposição pública do crucifixo também nas escolas.

"É justamente graças ao cristianismo que a Europa soube consolidar a autonomia dos campos espiritual e secular e abrir-se para o princípio da liberdade religiosa, respeitando tanto os direitos dos crentes como os dos não crentes", constatam os prelados.

Para os bispos, "a presença de símbolos religiosos cristãos nos âmbitos públicos, em particular a presença do crucifixo, reflete o sentimento religioso dos cristãos de todas as confissões e não pretende excluir ninguém".

"Ao contrário, é a expressão de uma tradição da qual todos reconhecem grande valor e um catalisador do diálogo entre as pessoas de boa vontade, bem como um amparo para todos os que sofrem ou estão em necessidade, sem distinção de fé, raça ou nação".

"A declaração lembra ainda que "na cultura e tradição religiosa cristã, a cruz representa a salvação e a libertação da humanidade", dizem os bispos.

"Da cruz nascem o altruísmo e a generosidade mais puros, bem como uma solidariedade sincera oferecida a todos, sem nada impor a ninguém".

O texto conclui afirmando que "somente em uma Europa em que sejam respeitadas ao mesmo tempo a liberdade religiosa de cada um e as tradições de cada povo ou nação, é que se poderá desenvolver relações adequadas entre as religiões e os povos, na justiça e na liberdade".

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