domingo, 9 de agosto de 2009

Em defesa da família, fonte de Vida


De 9 a 15 de agosto, celebra-se a Semana Nacional da Família, evento anual que faz parte do calendário da Igreja no Brasil. Essa celebração teve início em 1992 como resposta à inquietação, ao descontentamento e desejo de se fazer alguma coisa em defesa e promoção da família, cujos valores vêm sendo agredidos sistematicamente em nossa sociedade. Escolheu-se, para isso, a semana seguinte ao Dia dos Pais, no mês de agosto, dedicado às vocações.“Família, Igreja doméstica, caminho para o discipulado” é o tema da Semana Nacional da Família deste ano. Está em sintonia com a celebração do Ano Catequético, cujo tema é “Catequese, caminho para o discipulado”, propondo aprofundar a relação entre família e catequese, pois os pais são os primeiros catequistas e os filhos aprendem imitando.“Com a Semana Nacional, a Igreja quer, uma vez mais, salientar a importância da família, que, talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura”, esclarece o assessor da Comissão para a Vida e Família da CNBB, Padre Luiz Antônio Bento. “O contexto atual exige da nossa ação evangelizadora um profundo ardor missionário para ajudar as famílias a não perderem de vista a sua missão primordial de ser a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade”, conclui o assessor.

Família, fonte de vida

A Semana Nacional da Família tem a finalidade de conscientizar a todos sobre a importância da família, ressaltando seus valores e dignidade frente aos grandes desafios que os tempos hodiernos lhe impõem.A celebração desse evento quer destacar a família como uma instituição divina, que merece ser protegida e defendida com o máximo empenho. Sua importância é tão grande que extrapola os limites meramente humanos, constituindo-se numa verdadeira comunidade à semelhança da Comunidade Divina, a Trindade. Por isso a família é chamada de “Igreja doméstica”, onde se celebra a fé e o amor.A importância da família é testemunhada pelo próprio Deus. Quando seu filho Jesus veio ao mundo, Ele abriu mão de muitas coisas, despojando-se de tudo para realizar sua missão. Mas não abriu mão de um família. Juntamente com Maria e José, cresceu e desenvolveu-se no seio de uma família. E diz o Evangelho que Jesus era submisso a seus pais e crescia “em idade, estatura e graça diante de Deus e dos homens”. A família de Nazaré, assim, torna-se exemplo e modelo para todas, chamadas a viver sua missão, sendo um sinal do Reino de Deus.É verdade que hoje a família passa por muitas dificuldades e desafios, mas a Igreja, fiel a seu Fundador, continua proclamando os valores básicos que a constituem. O Papa João Paulo II muito falou e escreveu sobre ela, foi o grande defensor dessa comunidade. Em seus ensinamentos, o papa apresenta quatro dimensões fundamentais da família: comunidade, promotora da vida, baseada na fidelidade conjugal e no matrimônio indissolúvel. Inspirando-se na Palavra de Deus, na doutrina da Igreja, João Paulo II sintetizou de forma admirável as bases da família. Ela deve ser uma comunidade de fé, de oração e de amor. Pais e filhos não dividem apenas o teto mas a convivência que garante afetividade, segurança, desenvolvimento. Num mundo marcado por individualismos e competições, a família é o espaço privilegiado para todos se realizarem como pessoas. É também o espaço para se viver junto a fé e celebrá-la na oração e na vivência de valores evangélicos.Mas para que essa comunidade seja estável, duradoura e eficaz, precisa se basear na fidelidade. Marido e mulher são convidados a serem fiéis, “na saúde e na doença, na alegria e na tristeza”. A fidelidade não se restringe ao casal mas atinge todos os membros. Por isso a conhecida canção “Oração da família” nos lembra: “Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus filhos.”Também é importante, para o bem da comunidade familiar, que o matrimônio seja indissolúvel, pois isso gera tranquilidade e segurança. Embora não possa condenar tantos matrimônios que não conseguiram se realizar plenamente, a Igreja continua pregando o ideal do casamento perene, lembrando que o homem não deve separar o que Deus uniu. Promotora da vida, a família cristã é chamada a defendê-la em todas as dimensões, desde o ventre materno até o final da aventura neste mundo. A vida é o dom mais sagrado que Deus nos ofertou, por isso precisa ser valorizada, defendida e protegida.A Semana da Família quer nos interpelar para que, lutando contra os obstáculos, enfrentando todos os desafios, assumamos decididamente a tarefa de construir famílias verdadeiras, conforme o plano de Deus. Assim elas serão construtoras da paz, a paz que, no sentido bíblico, significa vida plena, bem-estar, felicidade, saúde, segurança e harmonia consigo mesmo, com o próximo e com Deus. Somos convidados a valorizar nossas famílias, empenhando-nos para que cresçam na fé, no amor, na doação. Que elas sejam espelho da Comunidade Trinitária, sementeiras dos valores evangélicos. Que elas sejam fonte de vida e construtora da paz. (Luiz José Forti)

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