quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Escapulário do Carmo


Consiste em dois pedaços de pano marrom, unidos entre si por um cordão. Um pedaço de pano traz a estampa de Nossa Senhora do Carmo, e o outro a do Sagrado Coração de Jesus, ou o emblema da Ordem do Carmo. A palavra latina “scapulas” significa ombros, daí designar-se Escapulário este objeto de devoção colocado sobre os ombros.
Para os religiosos carmelitas, é símbolo de consagração religiosa na Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Para os fiéis leigos, para o povo, é símbolo de devoção e afeto para com a mesma Senhora do Carmo. Nos meios populares, é conhecido como “bentinho do Carmo”.
“Para a Igreja, entre as formas de devoção mariana, está o uso piedoso do Escapulário do Carmo, pela sua simplicidade e adaptação a qualquer mentalidade” (Papa Paulo VI). Maria, Mãe de Jesus, é a “mulher que pisa na cabeça da serpente” (Gn 3,15), e aparece “vestida de sol, tendo a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12,1-17).


No século XI, um grupo de homens dispostos a seguir Jesus Cristo, reuniram-se no Monte Carmelo, em Israel. Ali construíram uma capela em honra de Nossa Senhora. Este local é considerado sagrado, desde tempos imemoriais ( Is 33,9;35,2; Mq 7,14), e se tornou célebre pelas ações do profeta Elias (1 Rs 18). A palavra "carmelo" quer dizer jardim ou pomar. Nasciam ali os carmelitas, ou a Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Tempos depois, os carmelitas mudaram-se para a Europa e passavam por grandes dificuldades. No dia 16 de julho de 1251, quando rezava em seu convento de Cambridge, Inglaterra, S. Simão Stock, superior geral da Ordem, pediu a Nossa Senhora, um sinal de sua proteção, que fosse visível a seus inimigos.
Recebeu, então, de Nossa Senhora o escapulário, com a promessa: "Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”. Quem segue Jesus e é devoto de Maria Santíssima, caminha a passos seguros no caminho da salvação. O escapulário é sinal da proteção de Maria.
A festa de Nossa Senhora do Carmo é celebrada todo 16 de julho de cada ano, desde 1332, e foi estendida à Igreja Universal no ano de 1726, pelo papa Bento XIII. O papa João Paulo II, ao declarar que usa o escapulário desde sua juventude, escreve: “O Escapulário é signo de aliança entre Maria e os fiéis. Traduz concretamente a entrega, na cruz, de Maria ao discípulo João”(Jo 19, 25-27).

Histórico da Grande Promessa sobre o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo

Na Idade Média, o escapulário era uma espécie de avental que caía na frente e atrás – “scapulas” – palavra latina que significa ombros, e era usado sobre uma roupa comum, pelos eremitas estabelecidos no Monte Carmelo, na Palestina, e que deu origem à Ordem do Carmo. Viviam em pequenos eremitérios, da oração e da mendicância, até que com a conquista da Terra Santa pelos mulçumanos, tiveram que fugir para a Europa. Como já existiam outras ordens também mendicantes, eles não foram bem recebidos e encontraram grandes dificuldades, passando até pelo risco de extinção.
Foi então que o Carmelita Simão Stock, homem penitente e de grande santidade, foi eleito Superior Geral da Ordem. Angustiado com a situação em que se encontravam os seus irmãos carmelitas, começou a suplicar incessantemente a Nossa Senhora que protegesse a sua Ordem.
Assim, no dia 16 de julho de 1251, quando rezava em seu convento de Cambridge, Inglaterra, Nossa Senhora apareceu-lhe com o menino Jesus nos braços e rodeada de anjos. Apresentou-lhe, então, um escapulário, dizendo-lhe: “Recebe, filho muito amado, este escapulário da tua ordem, sinal de minha confraternidade. Será um privilégio para ti e para todos os Carmelitas. Todo o que com ele morrer não padecerá do fogo eterno. Ele é, pois um sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e de pacto sempiterno”.
O Padre Simon Maria Besalduch, em sua obra “Enciclopédia Del Escapulario del Carmen”, nota que São Simão pediu à Virgem “um signo, um sinal, de sua graça que fosse visível aos olhos de seus inimigos”. E que Ela, ao entregar-lhe o escapulário, “declara que o entrega a ele e a todos os Carmelitos como um signo de sua confraternidade e um sinal de predestinação”.

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