segunda-feira, 29 de junho de 2009

Papa assinou hoje nova encíclica social " Caritas in veritate "


O Papa Bento XVI disse esta segunda-feira, 29, que sua terceira encíclica, intitulada "Caritas in veritate" (Caridade na verdade), que será dedicada a temáticas sociais, será publicada em breve. "Este documento, que tem a data de hoje, 29 de Junho, solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, pretende aprofundar alguns aspectos do desenvolvimento integral na nossa época, à luz da caridade na verdade", disse o Santo Padre aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação do Angelus.O Papa indicou que serão retomados os temas tratados na "Populorum Progressio", documento de referência para a Doutrina Social da Igreja, publicado em 1967 por Paulo VI."Confio à vossa oração este novo contributo que a Igreja oferece à humanidade, no seu compromisso por um desenvolvimento sustentável, no pleno respeito pela dignidade humana e pelas reais exigências de todos", concluiu.Responsáveis do Vaticano já adiantaram que, neste texto, Bento XVI manifestará a necessidade de potencializar um humanismo que concilie o desenvolvimento social e econômico com o respeito pelo ser humano, que diminua as diferenças entre ricos e pobres.Fala-se desta encíclica desde 2007, mas a sua publicação atrasou-se por dois motivos principais: por questões de tradução, já que o texto sairá também em chinês, e devido à recente crise econômica internacional.As outras duas encíclicas de Bento XVI são "Deus caritas est", de 2006, e "Spe salvi", de 2007, centradas nas "virtudes teologais" da caridade e da esperança.

domingo, 28 de junho de 2009

28 de Junho - São Pedro e São Paulo - Apóstolos e Missionários


Leituras : 1ª Leitura At 12,1-11 Salmo Responsorial 33 ( 34 ) 2ª Leitura 2Tm 4,6-8.17-18 Evangelho Mt 16,13-19

— O Senhor esteja convosco! — Ele está no meio de nós! — Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.— Glória a vós, Senhor!Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

" O padre deve ser todo de Cristo e da Igreja ", diz Bento XVI



O Papa Bento XVI rezou, neste domingo, 28, da janela dos seus aposentos, a oração do Angelus, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Num domingo de sol, milhares de pessoas ouviram as palavras do Santo Padre que precederam a oração mariana e a Benção Apostólica. No seu discurso, o Pontífice recordou que, com a celebração das Primeiras Vésperas dos Santos Pedro e Paulo, que ele irá presidir no início da noite deste domingo, na Basílica de São Paulo fora dos Muros, se encerra o Ano Paulino, convocado por ocasião dos dois mil anos do nascimento do Apóstolo dos Gentios.“Foi um verdadeiro tempo de graça, durante o qual, através de peregrinações, catequeses, numerosas publicações e diversas iniciativas, a pessoa de São Paulo foi reproposta em toda a Igreja e a sua vibrante mensagem reavivou em toda parte, nas comunidade cristãs, a paixão por Cristo e pelo seu Evangelho. Portanto, demos graças a Deus pelo Ano Paulino e por todos os dons espirituais que ele nos trouxe”, disse o Papa.Em seguida o Santo Padre afirmou que a Divina Providência dispôs que precisamente poucos dias atrás, no dia 19 de junho, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, fosse inaugurado outro ano especial, o Ano Sacerdotal, por ocasião dos 150 anos da morte de João Maria Vianey, o Santo Cura d’Ars. “Um posterior impulso espiritual e pastoral, que estou certo que não deixará de trazer tantos benefícios ao povo cristão e especialmente ao clero, acrescentando a pergunta: Qual é a finalidade do Ano Sacerdotal?", declarou o Papa.“Como eu escrevi na carta que enviei aos sacerdotes, esse ano pretende promover o compromisso de uma interior renovação de todos os sacerdotes para um seu mais forte e incisivo testemunho evangélico no mundo de hoje. O apóstolo Paulo constitui, a esse propósito, um modelo esplêndido a ser imitado não tanto na concretude da vida – a sua de fato foi verdadeiramente extraordinária – mas no amor por Cristo, no zelo pelo anúncio do Evangelho, na dedicação às comunidades, na elaboração de eficazes sínteses de teologia pastoral”.São Paulo – continuou o Papa – é exemplo de sacerdote totalmente identificado com o seu ministério – como foi também o Santo Cura d’Ars –, consciente de carregar um tesouro inestimável, isto é a mensagem da salvação, mas de levá-lo em um “vaso de argila”. Por isso, ele é forte e humilde ao mesmo tempo, intimamente convicto de que tudo é mérito de Deus, de sua graça. O presbítero deve ser todo de Cristo e todo da Igreja, a qual é chamado a se dedicar com amor total, como um esposo fiel à sua esposa", ressaltou Bento XVI.Ao concluir suas palavras, o Santo Padre invocou junto com a intercessão dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, a intercessão de Nossa Senhora, para que obtenha do Senhor abundantes bênçãos para os sacerdotes durante este Ano Sacerdotal recém iniciado. Em seguida, o Papa concedeu a todos a sua Benção Apostólica.

Dom Cláudio Hummes condena pedofilia no ministério sacerdotal


O prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Cláudio Hummes, qualificou a pedofilia como "um crime terrível". Reconhecendo que a questão afeta 4% do clero, o cardeal precisou, todavia, que "não há lugar no ministério sacerdotal, para as pessoas que cometem tais crimes".O cardeal assinala que a Igreja "não pode fechar os olhos" diante desse problema. "Os culpados devem ser castigados, tanto pelas leis da sociedade civil quanto pelas normas canônicas", ressaltou, declarando, porém, que a maioria do clero não está inserida nesse problema.O Cardeal Hummes disse que a Igreja "deve reagir e não aceitar" essa imagem do sacerdote católico. Uma imagem formada a partir de um "preconceito negativo muito forte, que humilha e fere a imensa maioria dos sacerdotes".Falando acerca do celibato − condição que alguns sacerdotes não respeitam − o prefeito da Congregação para o Clero fez questão de enfatizar que a grande maioria dos presbíteros é formada por "homens dignos e honrados", que "defendem a dignidade humana, os direitos humanos, a justiça social e a solidariedade para com os pobres".

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Celebrando o Dia do Papa



No domingo, dia 28, quando se celebra a solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo, comemora-se o Dia do Papa, quando somos convidados a rezar pelo Papa Bento XVI, para que “seja bem firme na fé e na caridade” para governar o rebanho de Cristo a ele confiado. Também somos convidados a renovar nossa profissão de fé, vendo no papa o sucessor de Pedro, a quem Cristo colocou como chefe de sua Igreja.O papa é o sinal concreto da unidade da Igreja, o sumo pastor do rebanho de Cristo. É conhecido como Santo Padre, vigário de Cristo (que está no lugar de Cristo), sucessor de Pedro, servo dos servos de Deus, Sumo Pontífice e outros títulos, que, mais que honrosos, carregam um significado espiritual profundo. Nosso papa atual é o 265º papa da história, eleito no dia 19 de abril de 2005.

A missão do Papa

“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja.” Assim o Salvador se expressou a Pedro, depois da profissão de fé que ele fizera, proclamando que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus vivo. Jesus constituiu São Pedro como o chefe do grupo apostólico, o primeiro papa. E essa missão vai confirmar depois da ressurreição. Perguntando a Pedro se ele o amava, o apóstolo respondeu com convicção: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” E o Divino Mestre lhe ordena: “Apascenta minhas ovelhas.”Essa missão que Jesus confiou a Pedro continua sendo exercida pelos seus sucessores, os papas. Até nossos dias, o poder de Pedro foi se transmitindo sucessivamente, numa corrente ininterrupta. Por isso, nós católicos, temos um profundo respeito pelo papa, pois vemos nele o pastor a quem Jesus confiou o governo de sua Igreja.

Igreja divina e humana

Professamos que a Igreja foi fundada por Jesus para continuar sua missão. A obra de Cristo não se limitou a uma época mas se perpetua até o fim dos tempos e abrange todos os povos. Para tanto o Divino Salvador quis fundar a Igreja, como sinal visível do Reino de Deus a se manifestar na história. Mas essa Igreja é divina e humana. Divina nela é a sua instituição, a Palavra de Deus, os sacramentos; guiada e assistida pelo Espírito Santo, ela se manifesta na história, como sinal de salvação. Ela também é humana, formada por pessoas frágeis, que possuem virtudes e defeitos, por isso sua história vem marcada por atos de santidade e por pecados. Apesar dessas limitações, já são mais de dois mil anos, um sinal claro da presença de Deus a dirigi-la. Outro aspecto dessa humanidade é a organização e os diversos serviços que a ajudam em sua caminhada. Formada por pessoas, quis Jesus escolher algumas para ficarem à sua frente e, como pastores, conduzirem os fiéis – o rebanho de Cristo – pelos caminhos do Evangelho.Entre esses pastores do povo de Deus estão os bispos, sucessores do apóstolos. Presididos pelo papa, bispo de Roma, são os primeiros responsáveis pela evangelização, obedientes ao mandato do Senhor: “Ide por todo o mundo, anunciai o Evangelho a todas as criaturas.” O Concílio Vaticano II, no decreto “Christus Dominus”, ensina que “os bispos, postos pelo Espírito Santo, sucedem aos apóstolos como pastores das almas. Juntamente como o Sumo Pontífice (o papa) e sob sua autoridade, receberam a missão de tornar perene a obra de Cristo, o Pastor eterno.” (CD, 2)

Princípio e fundamento da unidade

O papa é o chefe desse colégio apostólico, o ponto concreto de unidade da Igreja, o pastor maior de todo o povo católico. Novamente recorremos ao ensinamento do Concílio Vaticano II, agora na constituição “Lumen gentium”, sobre a Igreja: “Jesus quis que os sucessores dos apóstolos, isto é, os bispos, fossem em sua Igreja pastores até a consumação dos séculos. E para que o próprio episcopado fosse uno e indiviso, colocou à frente dos demais apóstolos o bem-aventurado Pedro e nele instituiu o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade de fé e comunhão.” (LG, 18) A missão do papa é a continuação da missão de Pedro, por isso em outra passagem afirma o documento conciliar: “O Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade quer dos bispos quer da multidão dos fiéis.” (LG, 23). Todo esse fundamento bíblico e teológico revela que o papa é o grande líder que Deus colocou à frente da Igreja, com a missão de governar, ensinar e santificar. Além de suas características humanas, de sua mentalidade, de suas virtudes e limitações, vemos o Santo Padre como aquele que está no lugar de Cristo, como um guia visível do rebanho do Senhor. Ele é a suprema autoridade, entendida não como poder mas como serviço. Tudo na Igreja emana dessa autoridade: a nomeação de bispos, a criação de dioceses, a proclamação de beatos e santos, a publicação de documentos e outros atos importantes para a vida eclesial, tudo deve ter a aprovação e a assinatura do papa. Isso garante a unidade da Igreja na fé e na moral.

Catequistas receberão a “Chama Catequética”




Dentro da celebração diocesana do Ano Catequético, os catequistas da nossa diocese se reúnem numa grande celebração no dia 28 deste mês, em Piracicaba, para receber a Chama Catequética. A cerimônia se inicia às 7h30, com a concentração em frente à Igreja São Benedito, de onde todos seguem em caminhada até a Catedral, onde haverá missa festiva presidida por Dom Fernando e concelebrada pelo Padre Marcelo Roberto Bellato, articulador da Assessoria Diocesana para Animação Bíblico-catequética, e outros sacerdotes. Durante a celebração acontece a cerimônia de recebimento da “Chama Catequética” que vem da Diocese de Limeira. Após a celebração, todos se reúnem na praça da Catedral para um café de confraternização.

PERCORRENDO A DIOCESE - A “Chama” permanece durante todo o dia na Catedral e depois percorrerá as regiões pastorais da diocese: São Pedro (de 29 de junho a 2 de julho), Rio Claro (de 3 a 10 de julho), Piracicaba I e II (de 11 a 21 de julho), Capivari (de 22 a 25 de julho) e Santa Bárbara (de 26 de julho a 1º de agosto). Depois ela será entregue à Arquidiocese de Campinas.A “Chama Catequética” é um simbolismo que representa a chama viva que deve animar a fé e o compromisso de todos os catequistas. Ela está percorrendo a Sub-região Campinas da CNBB, que abrange a arquidiocese de Campinas e as dioceses de Amparo, Bragança Paulista, Limeira, Piracicaba e São Carlos. Foi criada pela Animação Bíblico-catequética do Regional Sul-1 da CNBB com a intenção de abrasar o coração dos catequistas e das comunidades por onde ela passar e ao mesmo tempo propagar o Ano Catequético Nacional.

ANO CATEQUÉTICO - A Igreja no Brasil está realizando o Ano Catequético, com o tema “Catequese, caminho para o discipulado” e o lema “Nosso coração arde quando Ele fala, explica as Escrituras e parte o Pão”. (cf. Lc 24,13-35). A abertura oficial ocorreu no 2º Domingo da Páscoa, dia 19, e estende-se até a festa de Cristo Rei, no dia 22 de novembro. A celebração do Ano Catequético foi decidida em 2006, na Assembléia Geral da CNBB, que aprovou por unanimidade sua realização neste ano, comemorando os 50 anos do primeiro Ano Catequético, ocorrido em 1959. Caminhadas, congressos, jornadas, renovação da catequese com diversas iniciativas são atividades para celebrar este ano, que terá sua culminância com a 3ª Semana Brasileira de Catequese, de 7 a 11 de outubro.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Significado do Logotipo do Ano Sacerdotal


Trata-se da iconografia do Sagrado Coração de Jesus, em referência à Jornada Anual pela Santificação dos Sacerdotes, que sempre coincide, desde a sua instituição, com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Portanto, chama a atenção direta ao tema da santidade específica à qual o ministro sagrado é chamado. O Coração, que irradia raios de luz, refere-se à frase do Santo Cura d’Ars, que define o sacerdócio como sendo o “amor do Coração de Jesus”.A estola, que se vê na imagem do Senhor, significa o Seu ser “Sumo e Eterno Sacerdote”, e evoca o fato de que todo presbítero é constituído como um prolongamento do Único Sacerdote, na história e para as gerações futuras.Os braços abertos simbolizam a postura típica e própria do sacerdote em atitude de oração e de meditação. As chagas nas mãos e no lado de Cristo, tal como se encontram na imagem do logotipo, recordam o único sacrifício redentor e evocam a satisfação vicária e a doação total de si mesmo, próprias do sacerdócio. A postura de acolhida parece dizer: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso”. Trata-se de um convite consolador a todos os sacerdotes, que se fadigam no exercício quotidiano da caridade pastoral – às vezes, em terrenos mais áridos e difíceis – e, ao mesmo tempo, representa um exemplo, para que cada sacerdote tenha a mesma atitude diante dos que lhe estão próximos e também dos mais distantes.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Papa nomeia novo bispo para Assis -SP




O Papa Bento XVI nomeou ontem, 24, como Bispo de Assis, SP, Dom José Benedito Simão, que desde 28 de novembro de 2001 era Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (SP).Ele sucederá a Dom Maurício Grotto, nomeado arcebispo de Botucatu, interior de São Paulo, em novembro do ano passado. Dom José Benedito Simão, 58, nasceu em Caçapava (SP), no dia 1º de janeiro de 1951. Foi ordenado padre no dia 7 de junho de 1981 e bispo no dia 25 de janeiro de 2002. Desde esta data é auxiliar da Arquidiocese de São Paulo.Com doutorado em Teologia Moral no Instituto de Teologia Moral da Pontifícia Universidade Lateranense em Roma, Dom José Benedito é autor do livro "Exigências morais de uma nova práxis cristã na América Latina". Seu lema é "Paz e esperança".

24 de Junho - Natividade de São João Batista



Com muita alegria, a Igreja, solenemente, celebra o nascimento de São João Batista. Santo que, juntamente com a Santíssima Virgem Maria, é o único a ter o aniversário natalício recordado pela liturgia. São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, seu primo, e foi um anjo quem revelou o seu nome ao seu pai, Zacarias, que há muitos anos rezava com sua esposa para terem um filho.Estudiosos mostram que possivelmente depois de idade adequada, João teria participado da vida monástica de uma comunidade rigorista, na qual, à beira do Rio Jordão ou Mar Morto, vivia em profunda penitência e oração. Pode-se chegar a essa conclusão a partir do texto de Mateus: "João usava um traje de pêlo de camelo, com um cinto de couro à volta dos rins; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre".O que o tornou tão importante para a história do Cristianismo é que, além de ser o último profeta a anunciar o Messias, foi ele quem preparou o caminho do Senhor com pregações conclamando os fiéis à mudança de vida e ao batismo de penitência (por isso “Batista”). Como nos ensinam as Sagradas Escirturas: "Eu vos batizo na água, em vista da conversão; mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu: eu não sou digno de tirar-lhe as sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo" (Mateus 3,11).Os Evangelhos nos revelam a inauguração da Missão Salvífica de Jesus a partir do Batismo recebido pelas mãos do precursor João e da manifestação da Trindade Santa. São João, ao reconhecer e apresentar Jesus como o Cristo, continuou sua missão em sentido descendente, a fim de que somente o Messias aparecesse. Grande anunciador do Reino e denunciador dos pecados, ele foi preso por não concordar com as atitudes pecaminosas de Herodes, acabando decapitado devido ao ódio de Herodíades, que fora esposa do irmão deste [Herodes], com a qual este vivia pecaminosamente. O grande santo morreu na santidade e reconhecido do próprio Cristo: "Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João , o Batista" (Mateus 11,11).São João Batista, rogai por nós!

Papa indica Paulo e Cura D´Ars como exemplos para padres de hoje





Milhares de fiéis e peregrinos participaram esta manhã, 24, da audiência geral do Papa na Praça São Pedro. Em sua catequese, o Pontífice recordou a abertura do Ano Sacerdotal, por ocasião dos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, e a conclusão do Ano dedicado ao Apóstolo Paulo. Bento XVI fez uma analogia entre o evangelizador que realizou inúmeras viagens e o humilde padre que desempenhou trabalho pastoral em uma pequena aldeia. "Os dois têm em comum uma identificação total com seu ministério e uma profunda comunhão ao Cristo", disse."O objetivo deste Ano, como escrevi na carta que enviei aos sacerdotes - afirmou Bento XVI - é renovar, em cada um deles, a aspiração à perfeição espiritual, motor da eficácia de seu ministério. Esta iniciativa servirá também para reforçar em todo o Povo de Deus a consciência do dom imenso que supõe o ministério ordenado para quem o recebe, para toda a Igreja e para o mundo".Bento XVI disse esperar que este Ano seja um tempo de muita graça, para que todos os sacerdotes aprofundem sua intima união com Cristo crucificado e ressuscitado. E auspiciou que sigam os exemplos de São João Batista, 'restringindo-se' para que Ele cresça; e do Cura d’Ars, considerando sempre a enorme responsabilidade de sua missão."Ao acolher o desejo de Cristo, na oração e na união de coração com Ele, o sacerdote é ministro da saúde dos homens, de sua bondade e de sua autêntica libertação. Sua união pessoal com o Senhor deve envolver todos os aspectos de sua vida e atividade".Concluindo a catequese, Bento XVI confiou todos os presbíteros, neste Ano Sacerdotal, à proteção de Maria, Mãe da Igreja, e pediu orações para que eles cresçam fiéis à sua missão de ser sinais da presença e da infinita misericórdia de Cristo.Em seguida, o Papa saudou os fiéis em várias línguas, entre as quais o português:"Amados peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação de boas-vindas para todos, nomeadamente para o grupo de Famões e os paroquianos de Espinho, confiando às vossas preces de modo particular os sacerdotes, neste ano a eles dedicado, para que sejam, a exemplo do Santo Cura d´Ars, sinal e presença da infinita misericórdia de Deus no meio dos seus irmãos. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção".

terça-feira, 23 de junho de 2009

Bispos brasileiros recebem pálio de Bento XVI





O Papa Bento XVI vai presidir a Santa Missa, na próxima segunda-feira, 29, no Vaticano, por ocasião da solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.Durante a Missa, trinta e quatro arcebispos receberão o pálio. Entre eles, estão os arcebispos de Teresina (PI), Dom Sérgio da Rocha, de Botucatu (SP), Dom Maurício Grotto de Camargo, de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, e de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), Dom Orani João Tempesta.

Pálio: símbolo de união do Papa e bispos

O pálio é um símbolo que manifesta a particular união do arcebispo que o recebe com o Bispo de Roma. Trata-se de uma faixa branca de lã colocada sobre os ombros, que representa o Bom Pastor que leva consigo o cordeiro até dar a própria vida, como o recordam as seis cruzes pretas bordadas no paramento.

Patriarca Constantinopla

Além disso, o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, enviará uma delegação para participar da cerimônia de encerramento do Ano Paulino que se realizará na Basílica papal de São Paulo Fora dos Muros, no domingo, dia 28. A delegação também participará da cerimônia que se realizará, na segunda-feira, na Basílica vaticana.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Padre Adalton: “Cidadão Rio-clarense”


A Câmara Municipal de Rio Claro homenageia Padre Adalton Roberto Demarchi, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, nessa cidade, outorgando-lhe o título de “Cidadão Rio-clarense”, concedido por iniciativa do vereador Sérgio Carnevalli. A homenagem acontece durante a sessão solene comemorativa ao aniversário da cidade, no dia 23 deste mês, a partir das 20 horas.Padre Adalton é natural de Santa Gertrudes. Foi ordenado sacerdote em 16 de fevereiro de 1992, assumindo como vigário-paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Saúde em Rio Claro, ofício que exerceu até 31 de janeiro de 1993. Foi pároco da Paróquia Sant’Ana, em Piracicaba, de 3 de fevereiro de 1993 a 8 de março de 2001. Retornou a Rio Claro, assumindo a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no dia 15 de março de 2001.Foi assessor da Pastoral da Juventude diocesana de 1990 até o ano de 1999. Em 2000 assumiu a função de ecônomo diocesano, a qual exerceu até 18 de fevereiro de 2009. Também foi procurador diocesano, membro do Conselho de Presbíteros e do Colégio de Consultores da diocese. É professor na PUC – Pontifícia Universidade Católica de Campinas desde 1996. Especializou-se em Sagrada Escritura, com concentração de estudos no Novo Testamento. Possui também especialização em línguas bíblicas.

EM ROMA – No segundo semestre, Padre Adalton vai estudar em Roma. Marcando o encerramento de seu ministério na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, presidirá à Celebração Eucarística no dia 29 de julho, com início às 19h30. E no dia 26 de agosto parte para a capital italiana, onde fará mestrado e doutorado em Teologia Moral, na Pontifícia Universidade Gregoriana, residindo no Colégio Pio Brasileiro.

CNBB aprova tema e lema da Campanha da Fraternidade 2011




Nos últimos dias 15 e 16 de junho, o Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB (Consep) se reuniu, em Brasília, para avaliar a Campanha da Fraternidade 2009 (CF) e escolher os temas e lemas para a Campanha de 2011.Foi escolhido, portanto, para 2011, o tema “Fraternidade e a vida no planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto”. Em 2010, a campanha será ecumênica e terá como tema “Economia e vida” e lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, escolhido no ano passado.“A reunião acontece todos os anos e tem como finalidade avaliar a campanha do ano corrente, apresentar a campanha do ano seguinte e a escolha do tema e do lema para a campanha de dois anos depois”, afirmou o secretário executivo da CF, padre José Adalberto Vanzella.

Avaliação da CF 2009

É feita pelo Consep, juntamente com os responsáveis pela CF nos regionais e pelos assessores da CNBB.Padre José Vanzella apresentou os números da avaliação colhidos a partir de questionários enviados às dioceses e regionais. A análise dos dados, enviados pela internet, teve o auxílio da professora da Universidade Católica de Brasília (UCB), Maria Valéria. O resultado mostra que a Campanha foi realizada com êxito e que a Via Sacra foi um dos subsídios mais usados pelas paróquias.Uma preocupação do Consep foi o baixo número de dioceses que participaram da avaliação, apenas 17% respondendo ao questionário. Segundo padre Vanzella, esse número aumentou em relação ao ano passado.Ainda de acordo com o padre Vanzella, após a escolha dos temas, o próximo passo será a realização de um seminário que acontecerá nos dias 10 e 11 de setembro, na sede da CNBB em Brasília, para estabelecer os assuntos e as estruturas para a Campanha de 2011 e, posteriormente, apresentá-las para aprovação dos bispos.

Aprovado tema central da próxima Assembleia dos Bispos do Brasil



A próxima Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2010, vai discutir a Palavra de Deus, tendo como tema central "Discípulos e servidores da Palavra de Deus e a missão da Igreja no mundo". O tema foi aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB na última quarta-feira, 17.
Ao debater o tema, a CNBB vai discutir também uma Mobilização Biblica Nacional e se servirá da exortação pós-sinodal que deverá ser publicada pelo Papa Bento XVI ainda este ano sobre o sínodo da Palavra de Deus, realizado em outubro do ano passado.
A 48ª Assembleia da CNBB será realizada de 3 a 10 de maio de 2010, em Brasília. Após o encerramento da Assembleia, terá inicio o 16º Congresso Eucarístico Nacional, organizado pela arquidiocese de Brasília.

domingo, 21 de junho de 2009

12º Domingo do Tempo Comum - Ano B


Leituras : 1ª Leitura Jó 38,1.8-11 Salmo Responsorial 106 ( 107) 2ª Leitura 2Cor 5,14-17 Evangelho Mc 4,35-41

— O Senhor esteja convosco!— Ele está no meio de nós.— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.— Glória a vós, Senhor!35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!”36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?”39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Bento XVI destaca exemplo de oração e caridade de Padre Pio








O Papa Bento XVI realizou neste domingo, 21, uma visita pastoral a San Giovanni Rotondo, terra de Padre Pio. Ao chegar à cidade, localizada na região da Puglia, sul do país, o Santo Padre visitou o Santuário de Santa Maria das Graças, onde se deteve em oração para venerar os restos mortais de São Pio de Pietrelcina, que repousam na Cripta.O encontro com os fiéis aconteceu às 10h30 (hora local), no adro da igreja dedicada ao santo capuchinho, onde o Pontífice presidiu à Santa Missa.Na homilia, comentando as leituras do dia, o Papa falou da relação entre Deus e as forças da natureza. Na Bíblia, o mar é considerado como um elemento ameaçador, caótico, potencialmente destrutivo, que somente Deus, o Criador, pode dominar e aplacar.

Poder do amor

Mas existe outra força, recordou o papa, uma força positiva que move o mundo, capaz de transformar e renovar as criaturas: é a força do amor de Cristo. Uma força não essencialmente cósmica, mas divina, transcendente.O gesto de acalmar a tempestade é um sinal claro da senhoria de Cristo sobre as potências negativas e induz a pensar na sua divindade. Mas chegará o momento em que também Jesus sentirá medo e angústia: quando sua hora chegar, sentirá sobre si todo o peso dos pecados da humanidade. Esta sim será uma terrível tempestade, não cósmica, mas espiritual.Naquele momento, Jesus não duvidou do poder de Deus Pai e da sua presença, não obstante tenha sentido plenamente a distância que separava o amor do ódio. Naquele instante, de um lado Jesus foi uma só coisa com o Pai, plenamente abandonado a Ele; de outro, enquanto solidário com os pecadores, foi separado e se sentiu abandonado por Ele.

Padre Pio

Alguns santos, disse o Papa, viveram intensamente e pessoalmente esta experiência de Jesus. Um deles foi Padre Pio de Pietrelcina. Os estigmas, que o marcaram no corpo, uniram-no intimamente ao Crucificado-Ressuscitado. Viveu a experiência do Apóstolo Paulo, descrita em suas Cartas com essas palavras: "Já não sou que vivo, mas é Cristo que vive em mim"."Isso não significa alienação, perda de personalidade: Deus jamais anula o humano, mas o transforma com o seu Espírito e o orienta a serviço do seu desígnio de salvação. Padre Pio manteve os próprios dons naturais, e também o próprio temperamento, mas ofereceu tudo a Deus."Como aconteceu com Jesus, Padre Pio combateu a verdadeira luta não contra os inimigos terrenos, mas contra o espírito do mal. Permanecendo unido a Cristo, soube concentrar-se na profundidade do drama humano. Para Bento XVI, assim podemos resumir a missão de São Pio de Pietrelcina: guiar as almas e aliviar o sofrimento.A herança que ele deixou foi a santidade. Esta era sempre a sua primeira preocupação: que as pessoas regressassem a Deus, que pudessem redescobrir a alegria e a beleza de pertencer à sua Igreja e praticar o Evangelho.

Oração e Caridade

Duas ações guiavam a missão de Padre Pio: a oração e a caridade. Seus dias, recordou o Pontífice, eram um rosário vivo, ou seja, uma contínua meditação e assimilação dos mistérios de Cristo, em união espiritual com a Virgem Maria. Desta oração, nascia a caridade. Estava sempre atento às situações reais das pessoas e das famílias, em especial dos doentes e dos sofredores.Diante dos riscos do ativismo e da secularização sempre presentes, conclui o Papa, Padre Pio nos recorda que é preciso escutar Cristo para realizar a vontade do Pai: "E então, inclusive nas tempestades improvisadas, poderemos experimentar o sopro do Espírito Santo, que é mais forte do que qualquer vento, e impulsiona o barco da Igreja e cada um de nós. Eis o motivo pelo qual devemos viver sempre na serenidade e cultivar no coração a alegria, dando graças ao Senhor. O seu amor é para sempre".
Angelus

Após a Celebração Eucarística, Bento XVI recitou a oração mariana do Angelus no adro da igreja dedicada a São Pio de Pietrelcina, em San Giovanni Rotondo.Nas palavras que antecederam a oração, o Papa destacou a veneração que Padre Pio nutria por Nossa Senhora: "Toda a sua vida e o seu apostolado se realizaram sob o olhar materno de Nossa Senhora e com a potência da sua intercessão".E à intercessão de Nossa Senhora e de São Pio de Pietrelcina, Bento XVI confiou de modo especial o Ano Sacerdotal, inaugurado sexta-feira, 19, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus:"Que seja uma ocasião privilegiada para evidenciar o valor da missão e da santidade dos sacerdotes, a serviço da Igreja e da humanidade do terceiro milênio."A seguir, Bento XVI pediu a oração dos fiéis para a difícil, e muitas vezes dramática, situação dos refugiados, cujo dia foi celebrado ontem, promovido pelas Nações Unidas."Muitas são as pessoas que buscam refúgio em outros países, fugindo de situações de guerra, perseguição e calamidade, e seu acolhimento provoca não poucas dificuldades, mas, todavia, se trata de um dever. Que Deus, com o empenho de todos, possa remover o mais rápido possível as causas de um fenômeno tão triste."

sábado, 20 de junho de 2009

Devoção dos 5 Primeiros Sábados


Nossa Senhora no dia 10 de dezembro de 1925, em Pontevedra, aparecendo à Irmã Lúcia com o Seu Imaculado Coração cercado de espinhos, disse-lhe:
"Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante cinco meses, no Primeiro Sábado– se confessarem– receberem a Sagrada Comunhão– rezarem o Terço– e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravarem,Eu prometo assistir-lhes na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas".
Numa revelação, na noite de 29 para 30 de maio de 1930, Nosso Senhor dignou-Se explicar por que escolheu 5 Sábados: "São 5 as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria:
as blasfêmias contra a Sua Imaculada Conceição
as blasfêmias contra a Sua Virgindade
as blasfêmias contra a Maternidade Divina, recusando ao mesmo tempo recebê-lA como Mãe dos homens
as blasfêmias dos que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe
as blasfêmias dos que A ultrajam diretamente nas Suas Imagens".
Esta devoção deve ser feita durante 5 meses seguidos.
Havendo motivo justo, qualquer sacerdote poderá transferir todas, ou algumas das condições para o domingo seguinte.
A 15 de fevereiro de 1926, Nosso Senhor explicou que a Confissão não tem necessariamente de ser no primeiro sábado, mas pode ser 8 dias antes ou depois, ou muitos mais ainda, contando que a Comunhão seja feita na Graça de Deus e com desejo de reparação.
A meditação pode ser feita sobre um ou vários Mistérios do Rosário, e juntar-se com o Terço, meditando 3 minutos antes de cada dezena.
O Terço é sempre meditado, pois sem meditação dos Mistérios não há Terço do Rosário; conclui-se portanto que para além do Terço há uma meditação de 15 minutos.
Durante essa meditação há a promessa duma Presença especial de Maria no nosso coração. Diretamente, Ela exprimiu-a assim: "Quem Me fizer companhia durante 15 minutos". Por tal motivo, estes 15 minutos são dos mais ricos de todo o mês.
A recompensa prometida é a Presença de Maria à hora da morte com todas as graças que cada um precisa. Isto significa a graça da boa morte, perseverança final, ou, por outras palavras, a Salvação Eterna.
À luz do Dogma do Corpo Místico e da Comunhão dos Santos, esta devoção é aplicável primeiramente a quem a faz, e pode repetir-se, oferecendo-a por outros.

Devoção ao Imaculado Coração de Maria



A devoção ao Coração Imaculado de Maria germinou na era patrística e desenvolveu-se na Idade Média e nos tempos modernos, por obra de São Bernardo, de Santa Gertrudes, de Santa Brígida, de São Bernardino de Sena e São João Eudes. Este último foi o maior apóstolo do culto ao Coração de Maria, e em 1648 conseguiu obter a festa do Bispo de Autun (França). A Santa Sé mostrou-se-lhe favorável ao início do século XIX, até que, em 1805 Pio VII concedeu a celebração da festa às Dioceses e às Congregações religiosas que lhe faziam pedido. Mais tarde (1855), Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios. Durante a última grande guerra (8 de dezembro de 1942), Pio XII fez a consagração da Igreja e de todo o gênero humano ao Coração Imaculado de Maria e, três anos após (1945), estendia a festa à Igreja universal.
O objeto primário da festa do Coração Imaculado de Maria é a sua mesma pessoa. O objeto secundário é o Coração simbólico, isto é, o coração físico da Virgem enquanto é símbolo de seu amor e de toda sua vida íntima. O Coração Imaculado de Maria é a expressão de todos os seus sentimentos, afetos, e, sobretudo, de sua ardentíssima caridade para com Deus, para com seu Filho e para com todos os homens, que lhe foram confiados solenemente por Jesus agonizante.

A Festa
A Festa sugere o louvor e ação de graças ao Senhor por nos haver dado uma Mãe tão poderosa e misericordiosa, à qual nos podemos dirigir confiantemente em qualquer necessidade. Inspira também que conduzamos uma vida segundo o coração de Deus e que peçamos à Virgem Santa a chama de uma ardente caridade.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Papa convida sacerdotes a crescerem na intimidade com Jesus





Nesta sexta-feira, 19, solenidade do Sagrado Coração de Jesus e Dia de Santificação dos Sacerdotes, o Papa Bento XVI presidiu às segundas Vésperas, na Basílica de São Pedro. Com essa Celebração, o Santo Padre abriu o Ano Sacerdotal por ele convocado, por ocasião dos 150 anos de morte do Santo Cura D'Ars – São João Maria Vianney – patrono dos párocos, que ele proclamará patrono de todos os sacerdotes.Em sua homilia, Bento XVI recordou a festa celebrada em toda a Igreja, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e afirmou que no Antigo Testamento se fala 26 vezes do Coração de Deus, considerado como o órgão de sua vontade.Em seguida, o Papa lembrou uma passagem na qual o tema do coração de Deus se encontra expresso de modo absolutamente claro: o capítulo 11 do livro do profeta Oseias, no qual os primeiros versículos descrevem a dimensão do amor com o qual o Senhor se dirigiu a Israel no alvorecer de sua história: "Quando Israel era um menino, eu o amei e do Egito chamei meu filho" (v 1).Na realidade – observou o Papa – Israel responde com indiferença e até mesmo com ingratidão à incansável predileção divina. "Mas quanto mais eu os chamava, tanto mais eles se afastavam de mim (v 2). Todavia – prosseguiu o Pontífice – o Senhor jamais abandona Israel nas mãos dos inimigos, porque o "meu coração se contorce dentro de mim, minhas entranhas comovem-se", diz o Senhor (v 8).Na solenidade do Sagrado Coração, enfatizou o Papa, "a Igreja oferece este mistério à nossa contemplação, o mistério do coração de um Deus que se comove e derrama o seu amor sobre a humanidade".Bento XVI agradeceu a todos aqueles que, respondendo a seu convite, se fizeram presentes na Basílica de São Pedro para a Celebração com a qual foi aberto o Ano Sacerdotal.O Santo Padre dirigiu uma saudação particular aos cardeais e bispos presentes, entre os quais, ao prefeito e ao secretário da Congregação para o Clero, respectivamente, Cardeal Claudio Hummes, e Dom Mauro Piacenza.

Amor que salva e faz viver

No Coração de Jesus encontra-se o núcleo essencial do Cristianismo, disse Bento XVI, acrescentando que em Cristo nos foi revelada e oferecida toda a novidade revolucionária do Evangelho: "o Amor que nos salva e nos faz viver desde já na eternidade de Deus".Referindo-se ao solene início do Ano Sacerdotal por ele convocado por ocasião dos 150 anos da morte do Santo Cura D'Ars, o Papa citou a carta enviada aos sacerdotes para este especial ano jubilar.O Pontífice fez votos de que esta sua missiva seja uma ajuda e encorajamento a fazer deste ano uma ocasião propícia para crescer na intimidade com Jesus, "que conta conosco, seus ministros, ressaltou, para difundir e consolidar o seu Reino".Em seguida, Bento XVI referiu-se ao Apóstolo dos Gentios, a quem foi dirigida a atenção durante o Ano Paulino que está para se concluir. "Deixar-se conquistar plenamente por Cristo": esta foi a finalidade de toda a vida de São Paulo, recordou o Papa, ressaltando que essa foi também a meta de todo o mistério do Santo Cura D'Ars. "Que este seja também o objetivo principal de cada um de nós", foi a exortação do Pontífice.

Promessas sacerdotais

Em seguida, Bento XVI recordou as "promessas sacerdotais" feitas no dia da ordenação presbiteral e que são renovadas todos os anos, na Quinta-feira Santa, na Missa do Crisma."Até mesmo as nossas carências, os nossos limites e fraquezas devem reconduzir-nos ao Coração de Jesus", disse o Papa, ressaltando que nada faz a Igreja sofrer tanto quanto os pecados de seus pastores, sobretudo daqueles que se transformam em "ladrões das ovelhas" (Jo 10, 1ss) ou porque as desviam com as suas doutrinas privadas, ou porque as abordam com laços de pecado ou de morte."Também para nós, caros sacerdotes, foi a exortação do Pontífice, vale o chamado à conversão e ao recurso à Divina Misericórdia, e igualmente devemos dirigir com humildade ao Coração de Jesus o premente pedido de que nos preserve do risco terrível de prejudicar aqueles a quem devemos salvar".Por fim, Bento XVI recordou que "a Igreja precisa de sacerdotes santos; de ministros que ajudem os fiéis a experimentar o amor misericordioso do Senhor e sejam testemunhas convictas desse amor.O Papa concluiu a homilia da Celebração das segundas Vésperas dirigindo-se a Nossa Senhora:"Que a Virgem Santa, nossa Mãe, nos acompanhe no Ano Sacerdotal que hoje iniciamos, para que possamos ser guias firmes e iluminados para os fiéis que o Senhor confia aos nossos cuidados pastorais".

Procissão e Adoração Eucarística

A Celebração foi precedida, por um discurso do secretário da Congregação para o Clero, Dom Mauro Piacenza. Em seguida, teve lugar a procissão com a Relíquia do Santo Cura D'Ars – o seu coração – saindo da Capela da Piedade até o altar da Confissão e a Capela do Coro.A procissão foi conduzida pelo arcipreste da Basílica Vaticana, Cardeal Angelo Comastri; pelo prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Claudio Hummes; e pelo Bispo de Belley-Ars, Dom Guy Bagnard.Ao chegar à Basílica Vaticana, o Papa foi até a Capela do Coro, onde venerou a Relíquia de São João Maria Vianney. Após a celebração das segundas Vésperas teve lugar a Adoração Eucarística.

12 Promessas do Sagrado Coração de Jesus





Promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo, feitas á Santa Margarida Maria Alacoque
1ª Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração”.
2ª Promessa: “Eu darei aos devotos de meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.” 3ª Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”.
4ª Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”.
5ª Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”.
6ª Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”.
7ª Promessa: “Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias”. 8ª Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”.
9ª Promessa: “As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição".
10ª Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”.
11ª Promessa: "As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no meu Coração”.
12ª Promessa: “A todos os que comunguem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.

Ano Sacerdotal em memória de São Cura D’Ars




A partir do dia 19 de junho, a Igreja celebra o Ano Sacerdotal que se estende até junho do próximo ano. Convocado pelo Papa Bento XVI, tem como tema “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”. Este Ano Jubilar comemora o 150º aniversário da morte do padre francês, São João Maria Vianney, conhecido como Cura D’Ars, hoje padroeiro dos párocos e, a partir do dia 19, proclamado pelo papa, padroeiro de todos os sacerdotes. Segundo expressou Bento XVI, o objetivo deste ano é “ajudar a perceber cada vez mais a importância do papel e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea”. Para a abertura, no dia 19, acontece uma celebração, em Roma, presidida pelo papa. Neste dia a Igreja comemora a solenidade do Sagrado Coração de Jesus e o Dia de Oração pela Santificação Sacerdotal.
Coração de Jesus e Ano Sacerdotal - Padre Marcelo Sales
Dia 19 de junho, a Igreja celebra a solenidade do Sagrado Coração de Jesus em todo o mundo. Em Roma, celebrando as Vésperas na Basílica de São Pedro, no Vaticano, Sua Santidade, o Papa Bento XVI, dá abertura ao Ano Sacerdotal, que se encerrará com um grande congresso internacional para sacerdotes, na mesma festa do Coração de Jesus em 2010. Uma feliz coincidência? Claro que não. Uma necessidade real dos sacerdotes e dos fiéis.A Igreja, como mãe e mestra em questões de fé, exorta os seus fiéis a perceber que o nosso Deus tem coração, tem sensibilidade para com aquilo que vivem os homens e mulheres do nosso tempo. Tempo em que as pessoas já não sabem mais os verdadeiros valores, em que a indiferença e a individualidade dominam as relações. Voltemos o olhar ao Coração de Jesus, aquele que por obra do Espírito Santo começou a ser humano no seio da Virgem Maria. Um coração que pulsou no ritmo de sua época e que hoje continua a fazer pulsar o coração dos que sofrem. Um coração que ainda pulsa no coração de cada um de nossos sacerdotes, que agem na pessoa do Cristo. Mas um coração que às vezes se sente cansado e abatido; por isso convidado a renovar as suas forças, não em si mesmo, mas forças que provêm do Coração de Jesus.Falar em coração é falar de algo primordial, cujas funções físicas de sístole e diástole agem como uma bomba a irrigar todos os vasos sanguíneos do nosso corpo. Assim são nossos sacerdotes em cada uma das paróquias e comunidades de nossas dioceses, unidos aos seus bispos, sucessores dos apóstolos. A Igreja é um grande coração sacerdotal e por isso um grande coração eucarístico. Na autoridade que lhe deu Jesus na última Ceia – “Isto é o meu Corpo e o meu Sangue ... Fazei isto em memória de Mim” – faz-nos entender que todo o nosso agir é em Cristo, por Cristo e com Cristo, e que a Eucaristia é o sangue da nova e eterna aliança que precisa correr na veia dos nossos fiéis. Para isso precisamos dos nossos sacerdotes e, como diz o Santo Padre o Papa Bento XVI , é preciso “fazer coincidir pessoa e missão”.A pessoa do padre não pode ser diferente da sua missão. Por isso a Igreja recorre ao exemplo de pároco, nos 150 anos de sua morte (1859), a São João Maria Vianey, que na sua simplicidade, pobreza, obediência e castidade transformou com sangue novo as pessoas e os lugares por onde passou. Que fazer quando um coração não funciona bem? Mais que recorrer a um especialista, é preciso recorrer ao “cura de almas”, aquele que é capaz de curar as feridas mais profundas. O Cura d´Ars, como era chamado São João Maria Vianey, sabia que, curando o coração, as pessoas seriam outras. Por isso atendia por mais de dezesseis horas as confissões, pois sabia que só o perdão é capaz de curar corações. Celebrava a Eucaristia todos os dias, educava o povo para a presença real de Jesus na Eucaristia e para a comunhão com Ele, pois sabia que só o Corpo e o Sangue de Cristo poderiam transformar o coração de seus fiéis. Pessoa e missão, assim devem ser os sacerdotes. Pessoas fiéis àquele que os sustenta e fiéis à missão que é dele e da qual apenas participam.“O sacerdócio é o amor do coração de Jesus” – já dizia São João Maria Vianey e dizia mais do sacerdote: “Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras, e à sua voz Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia”. Milagre de amor, milagre que une o coração dos sacerdotes, dos fiéis, num único coração, no Coração Eucarístico de Jesus, manso e humilde. A Igreja precisa de jovens e de pessoas que tenham verdadeira vocação para serem amigos de Cristo, pois o amigo sabe aquilo que se passa no coração do outro amigo. Na amizade de fé, sabendo o que se passa no coração de nossos fiéis e de nossos sacerdotes, a Igreja nos convida, neste Ano Sacerdotal, a renovar e curar os corações, fazendo os nossos corações semelhantes ao Coração de Jesus. Voltando o nosso olhar ao Coração de Jesus, enxerguemos de fato a importância do sacerdote, da Eucaristia e do Cristo na vida da Igreja. Olhando para Ele, renovemos os nossos corações, para que tenhamos vida em plenitude.
Padre Marcelo Sales, doutorando em Filosofia,é sacerdote da Diocese de Piracicaba

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Carta da CNBB aos presbíteros do Brasil em comemoração a abertura do Ano Sacerdotal







Uma carta redigida pela presidência da CNBB em comemoração a abertura do Ano Sacerdotal, que começa amanhã, dia 19, agradece a todos os padres do Brasil que sempre se colocaram a serviço do Povo de Deus, por levar o Evangelho aos mais necessitados e pede também que seja dinamizada a Pastoral Presbiteral, a fim de que venha a ser um “verdadeiro instrumento de comunhão entre os presbíteros, auxiliando-os nas mais diversas circunstâncias”, explica um dos trechos da carta.
A abertura do Ano Sacerdotal que começa no mesmo dia da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, quando se comemoram 150 anos sobre a morte de São João Maria Vianney, mais conhecido por Santo Cura D’Ars, que será proclamado, por Bento XVI, padroeiro dos sacerdotes. O tema escolhido para o Ano Sacerdotal é o de “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.

Leia a integra da carta da presidência da CNBB abaixo:

Amados presbíteros do Brasil,
“Dou graças ao meu Deus, cada vez que me lembro de vós nas minhas orações por cada um de vós. É com alegria que faço minha oração, por causa da vossa comunhão no anúncio do evangelho...” (Fl 1,3-5a).
Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, dia de oração pela santificação do clero, por ocasião da abertura do Ano Sacerdotal, convocado por S. Santidade o Papa Bento XVI, nós Bispos do Brasil, queremos manifestar nossa profunda gratidão a todos os presbíteros que diuturnamente se colocam a serviço do Povo de Deus.
Não obstante as fragilidades, reconhecemos o grande dom de Deus na vida e no ministério dos presbíteros do Brasil. Fazemos nossas as palavras do Cardeal Cláudio Hummes no 12º Encontro Nacional de Presbíteros: “de modo geral, são homens dignos, bons, homens de Deus, admiráveis, generosos, honestos, incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo tipo, deles nos orgulhamos, os veneramos e amamos realmente, com claro reconhecimento do trabalho pastoral que realizam”.
Neste Ano Sacerdotal, que se estende de 19 de junho de 2009 a 19 de junho de 2010, desejamos que seja dinamizada a Pastoral Presbiteral, a fim de que venha a ser verdadeiro instrumento de comunhão entre os presbíteros, auxiliando-os nas mais diversas circunstâncias. Para tal sugerimos as indicações, divulgadas pela CNBB, para o Ano Sacerdotal.
O Ano Sacerdotal seja espaço para intensificar e promover a santificação dos sacerdotes e ajudá-los a perceberem cada vez mais a importância do seu papel e de sua missão na Igreja e na sociedade contemporânea.
Ao celebrarmos os 150 anos da morte de São João Batista Maria Vianney, o Santo Cura D’Ars, invocamos sua proteção e inspiração para a vivência do tema do Ano Sacerdotal “fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

Papa publica carta para o Ano Sacerdotal




Amados irmãos no sacerdócio,

Na próxima solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, sexta-feira, 19 de Junho de 2009 – dia dedicado tradicionalmente à oração pela santificação do clero – tenho em mente proclamar oficialmente um "Ano Sacerdotal",» por ocasião do 150° aniversário do dies natalis de João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os párocos do mundo. Tal ano, que pretende contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo, terminará na mesma solenidade de 2010. "O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus": costumava dizer o Santo Cura d’Ars. Esta tocante afirmação nos permite, antes de mais nada, evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade. Penso em todos os presbíteros que propõem, humilde e cotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência. Como não sublinhar as suas fadigas apostólicas, o seu serviço incansável e escondido, a sua caridade tendencialmente universal? E que dizer da fidelidade corajosa de tantos sacerdotes que, não obstante dificuldades e incompreensões, continuam fiéis à sua vocação: a de "amigos de Cristo", por Ele de modo particular chamados, escolhidos e enviados?Eu mesmo guardo ainda no coração a recordação do primeiro pároco junto de quem exerci o meu ministério de jovem sacerdote: me deixou o exemplo de uma dedicação sem reservas ao próprio serviço sacerdotal, a ponto de encontrar a morte durante o próprio ato de levar o viático a um doente grave. Depois, repasso na memória os inumeráveis irmãos que encontrei e encontro, inclusive durante as minhas viagens pastorais às diversas nações, generosamente empenhados no exercício diário do seu ministério sacerdotal. Mas a expressão utilizada pelo Santo Cura d’Ars evoca também o Coração traspassado de Cristo com a coroa de espinhos que O envolve. E isto leva o pensamento a se deter nas inumeráveis situações de sofrimento em que se encontram imersos muitos sacerdotes, ou porque participantes da experiência humana da dor na multiplicidade das suas manifestações, ou porque incompreendidos pelos próprios destinatários do seu ministério: como não recordar tantos sacerdotes ofendidos na sua dignidade, impedidos na sua missão e, às vezes, mesmo perseguidos até ao supremo testemunho do sangue?Infelizmente existem também situações, nunca suficientemente deploradas, em que a própria Igreja a sofre pela infidelidade de alguns dos seus ministros. Daí advém, então, para o mundo motivo de escândalo e de repulsa. O máximo que a Igreja pode recavar de tais casos não é tanto a acintosa relevação das fraquezas dos seus ministros, como sobretudo uma renovada e consoladora consciência da grandeza do dom de Deus, concretizado em figuras esplêndidas de generosos pastores, de religiosos inflamados de amor por Deus e pelas almas, de diretores espirituais esclarecidos e pacientes. A este respeito, os ensinamentos e exemplos de São João Maria Vianney podem oferecer a todos um significativo ponto de referência. O Cura d’Ars era humilíssimo, mas consciente de ser, enquanto padre, um dom imenso para o seu povo: "Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina". Falava do sacerdócio como se não conseguisse alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa confiados a uma criatura humana: "Oh como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. (…) Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia". E, ao explicar aos seus fiéis a importância dos sacramentos, dizia: "Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há-de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (…) Depois de Deus, o sacerdote é tudo! (…) Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu". Estas afirmações, nascidas do coração sacerdotal daquele santo pároco, podem parecer excessivas. Nelas, porém, revela-se a sublime consideração em que ele tinha o sacramento do sacerdócio. Parecia subjugado por uma sensação de responsabilidade sem fim: "Se compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos, não de susto, mas de amor. (…) Sem o padre, a morte e a paixão de Nosso Senhor não teria servido para nada. É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra (…) Que aproveitaria termos uma casa cheia de ouro, senão houvesse ninguém para nos abrir a porta? O padre possui a chave dos tesouros celestes: é ele que abre a porta; é o ecônomo do bom Deus; o administrador dos seus bens (…) Deixai uma paróquia durante vinte anos sem padre, e lá serão adoradas as bestas. (…) O padre não é padre para si mesmo, é para vós".Tinha chegado a Ars, uma pequena aldeia com 230 habitantes, precavido pelo bispo de que iria encontrar uma situação religiosamente precária: "Naquela paróquia, não há muito amor de Deus; vou infundir em vós". Por conseguinte, achava-se plenamente consciente de que devia ir para lá a fim de encarnar a presença de Cristo, testemunhando a sua ternura salvífica: "[Meu Deus], concedei-me a conversão da minha paróquia; aceito sofrer tudo aquilo que quiserdes por todo o tempo da minha vida!": foi com esta oração que começou a sua missão. E, à conversão da sua paróquia, dedicou-se o Santo Cura com todas as suas energias, pondo no cume de cada uma das suas ideias a formação cristã do povo a ele confiado. Amados irmãos no sacerdócio, peçamos ao Senhor Jesus a graça de podermos também nós assimilar o método pastoral de S. João Maria Vianney. A primeira coisa que devemos aprender é a sua total identificação com o próprio ministério. Em Jesus, tendem a coincidir Pessoa e Missão: toda a sua ação salvífica era e é expressão do seu "Eu filial" que, desde toda a eternidade, está diante do Pai em atitude de amorosa submissão à sua vontade. Com modesta mas verdadeira analogia, também o sacerdote deve ansiar por esta identificação. Não se trata, certamente, de esquecer que a eficácia substancial do ministério permanece independentemente da santidade do ministro; mas também não se pode deixar de ter em conta a extraordinária frutificação gerada do encontro entre a santidade objetiva do ministério e a subjetiva do ministro. O Cura d’Ars principiou imediatamente este humilde e paciente trabalho de harmonização entre a sua vida de ministro e a santidade do ministério que lhe estava confiado, decidindo "habitar", mesmo materialmente, na sua igreja paroquial: "Logo que chegou, escolheu a igreja por sua habitação. (…) Entrava na igreja antes da aurora e não saía de lá senão à tardinha depois do Angelus. Quando precisavam dele, deviam procurá-lo lá": se lê na primeira biografia.O exagero devoto do pio hagiógrafo não deve nos fazer esquecer o fato de que o Santo Cura soube também "habitar" ativamente em todo o território da sua paróquia: visitava sistematicamente os doentes e as famílias; organizava missões populares e festas dos Santos Patronos; recolhia e administrava dinheiro para as suas obras sócio-caritativas e missionárias; embelezava a sua igreja e a dotava de alfaias sagradas; se ocupava das órfãs da "Providence" (um instituto fundado por ele) e das suas educadoras; tinha a peito a instrução das crianças; fundava confrarias e chamava os leigos para colaborar com ele.O seu exemplo me induz a evidenciar os espaços de colaboração que é imperioso estender cada vez mais aos fiéis leigos, com os quais os presbíteros formam um único povo sacerdotal e no meio dos quais, em virtude do sacerdócio ministerial, se encontram "para os levar todos à unidade, amando uns aos outros com caridade fraterna, e tendo os outros por mais dignos" (Rm 12, 10). Neste contexto, há que recordar o caloroso e encorajador convite feito pelo Concílio Vaticano II aos presbíteros para que "reconheçam e promovam sinceramente a dignidade e participação própria dos leigos na missão da Igreja. Estejam dispostos a ouvir os leigos, tendo fraternalmente em conta os seus desejos, reconhecendo a experiência e competência deles nos diversos campos da atividade humana, para que, juntamente com eles, saibam reconhecer os sinais dos tempos".O Santo Cura ensinava os seus paroquianos sobretudo com o testemunho da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis aprendiam a rezar, se detendo de bom grado diante do sacrário para uma visita a Jesus Eucaristia. "Para rezar bem – explicava-lhes o Cura –, não há necessidade de falar muito. Sabe-se que Jesus está ali, no tabernáculo sagrado: lhe abramos o nosso coração, alegremo-nos pela sua presença sagrada. Esta é a melhor oração". E exortava: "Vinde à comunhão, meus irmãos, vinde a Jesus. Vinde viver d’Ele para poderdes viver com Ele". "É verdade que não sois dignos, mas tendes necessidade!". Esta educação dos fiéis para a presença eucarística e para a comunhão adquiria um eficácia muito particular, quando o viam celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Quem ao mesmo assistia afirmava que "não era possível encontrar uma figura que exprimisse melhor a adoração. (...) Contemplava a Hóstia amorosamente". Dizia ele: "Todas as boas obras reunidas não igualam o valor do sacrifício da Missa, porque aquelas são obra de homens, enquanto a Santa Missa é obra de Deus". Estava convencido de que todo o fervor da vida de um padre dependia da Missa: "A causa do relaxamento do sacerdote é porque não presta atenção à Missa! Meu Deus, como é de lamentar um padre que celebra [a Missa] como se fizesse um coisa ordinária!". E, ao celebrar, tinha tomado o costume de oferecer sempre também o sacrifício da sua própria vida: "Como faz bem um padre se oferecer em sacrifício a Deus todas as manhãs!".Esta sintonia pessoal com o Sacrifício da Cruz o levava– por um único movimento interior – do altar ao confessionário. Os sacerdotes não deveriam jamais se resignar a ver os seus confessionários desertos, nem se limitar a constatar o menosprezo dos fiéis por este sacramento. Na França, no tempo do Santo Cura d’Ars, a confissão não era mais fácil nem mais frequente do que nos nossos dias, pois a tormenta revolucionária tinha longamente sufocado a prática religiosa. Mas ele procurou de todos os modos, com a pregação e o conselho persuasivo, fazer os seus paroquianos redescobrirem o significado e a beleza da Penitência sacramental, apresentando-a como uma exigência íntima da Presença eucarística. Pôde assim dar início a um círculo virtuoso. Com as longas permanências na igreja junto do sacrário, fez com que os fiéis começassem a imitá-lo, indo até lá visitar Jesus, e ao mesmo tempo estivessem seguros de que lá encontrariam o seu pároco, disponível para os ouvir e perdoar. Em seguida, a multidão crescente dos penitentes, provenientes de toda a França, haveria de o reter no confessionário até 16 horas por dia. Dizia-se então que Ars se tinha tornado "o grande hospital das almas". "A graça que ele obtinha [para a conversão dos pecadores] era tão forte que aquela ia procurá-los sem lhes deixar um momento de trégua!": diz o primeiro biógrafo. E assim o pensava o Santo Cura d’Ars, quando afirmava: "Não é o pecador que regressa a Deus para Lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e o faz voltar para Ele". "Este bom Salvador é tão cheio de amor que nos procura por todo o lado".Todos nós, sacerdotes, deveríamos sentir que nos tocam pessoalmente estas palavras que ele colocava na boca de Cristo: "Encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto a recebê-los, que a minha misericórdia é infinita". Do Santo Cura d’Ars, nós, sacerdotes, podemos aprender não só uma inexaurível confiança no sacramento da Penitência que nos instigue a colocá-lo no centro das nossas preocupações pastorais, mas também o método do "diálogo de salvação" que nele se deve realizar. O Cura d’Ars tinha maneiras diversas de se comportar segundo os vários penitentes. Quem vinha ao seu confessionário atraído por uma íntima e humilde necessidade do perdão de Deus, encontrava nele o encorajamento para mergulhar na "torrente da misericórdia divina" que, no seu ímpeto, tudo arrasta e depura. E se aparecia alguém angustiado com o pensamento da sua debilidade e inconstância, temeroso por futuras quedas, o Cura d’Ars revelava-lhe o segredo de Deus com um discurso de comovente beleza: "O bom Deus sabe tudo. Ainda antes de vos confessardes, já sabe que voltareis a pecar e todavia perdoa-vos. Como é grande o amor do nosso Deus, que vai até ao ponto de esquecer voluntariamente o futuro, só para poder perdoar-nos!". Diversamente, a quem se acusava de forma tíbia e quase indiferente, expunha, através das suas próprias lágrimas, a séria e dolorosa evidência de quão "abominável" fosse aquele comportamento. "Choro, porque vós não chorais", exclamava ele. "Se ao menos o Senhor não fosse assim tão bom! Mas é assim bom! Só um bárbaro poderia comportar-se assim diante de um Pai tão bom!". Fazia brotar o arrependimento no coração dos tíbios, forçando-os a verem com os próprios olhos o sofrimento de Deus, causado pelos pecados, quase "encarnado" no rosto do padre que os atendia de confissão. Entretanto a quem se apresentava já desejoso e capaz de uma vida espiritual mais profunda, abria-lhe de par em par as profundidades do amor, explicando a inexprimível beleza de poder viver unidos a Deus e na sua presença: "Tudo sob o olhar de Deus, tudo com Deus, tudo para agradar a Deus. (...) Como é belo!". E ensinava-lhes a rezar assim: "Meu Deus, dai-me a graça de Vos amar tanto quanto é possível que eu Vos ame!".No seu tempo, o Cura d’Ars soube transformar o coração e a vida de muitas pessoas, porque conseguiu fazer-lhes sentir o amor misericordioso do Senhor. Também hoje é urgente igual anúncio e testemunho da verdade do Amor: Deus caritas est (1 Jo 4, 8). Com a Palavra e os Sacramentos do seu Jesus, João Maria Vianney sabia instruir o seu povo, ainda que frequentemente suspirava convencido da sua pessoal inaptidão a ponto de ter desejado diversas vezes subtrair-se às responsabilidades do ministério paroquial de que se sentia indigno. Mas, com exemplar obediência, ficou sempre no seu lugar, porque o consumia a paixão apostólica pela salvação das almas. Procurava aderir totalmente à própria vocação e missão por meio de uma severa ascese: "Para nós, párocos, a grande desdita – deplorava o Santo – é entorpecer-se a alma", entendendo, com isso, o perigo do pastor se habituar ao estado de pecado ou de indiferença em que vivem muitas das suas ovelhas. Com vigílias e jejuns, punha freio ao corpo, para evitar que opusesse resistência à sua alma sacerdotal. E não se esquivava a mortificar a si mesmo para bem das almas que lhe estavam confiadas e para contribuir para a expiação dos muitos pecados ouvidos em confissão. Explicava a um colega sacerdote: "Dir-vos-ei qual é a minha receita: dou aos pecadores uma penitência pequena e o resto faço-o eu no lugar deles". Independentemente das penitências concretas a que se sujeitava o Cura d’Ars, continua válido para todos o núcleo do seu ensinamento: as almas custam o sangue de Cristo e o sacerdote não pode se dedicar à sua salvação se se recusa a contribuir com a sua parte para o "alto preço" da redenção.No mundo atual, não menos do que nos tempos difíceis do Cura d’Ars, é preciso que os presbíteros, na sua vida e ação, se distingam por um vigoroso testemunho evangélico. Observou, justamente, Paulo VI que "o homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas". Para que não se forme um vazio existencial em nós e fique comprometida a eficácia do nosso ministério, é preciso não cessar de nos interrogarmos: "Somos verdadeiramente permeados pela Palavra de Deus? É verdade que esta é o alimento de que vivemos, mais de que o sejam o pão e as coisas deste mundo? Conhecemo-la verdadeiramente? Amamo-la? De tal modo nos ocupamos interiormente desta palavra, que a mesma dá realmente um timbre à nossa vida e forma o nosso pensamento?". Assim como Jesus chamou os Doze para estarem com Ele (cf. Mc 3, 14) e só depois é que os enviou a pregar, assim também nos nossos dias os sacerdotes são chamados a assimilar aquele "novo estilo de vida" que foi inaugurado pelo Senhor Jesus e assumido pelos Apóstolos.Foi precisamente a adesão sem reservas a este "novo estilo de vida" que caracterizou o trabalho ministerial do Cura d’Ars. O Papa João XXIII, na carta encíclica Sacerdotii nostri primordia – publicada em 1959, centenário da morte de São João Maria Vianney –, apresentava a sua fisionomia ascética referindo-se de modo especial ao tema dos "três conselhos evangélicos", considerados necessários também para os presbíteros: "Embora, para alcançar esta santidade de vida, não seja imposta ao sacerdote como própria do estado clerical a prática dos conselhos evangélicos, entretanto esta representa para ele, como para todos os discípulos do Senhor, o caminho regular da santificação cristã". O Cura d’Ars soube viver os "conselhos evangélicos" segundo modalidades apropriadas à sua condição de presbítero. Com efeito, a sua pobreza não foi a mesma de um religioso ou de um monge, mas a requerida a um padre: embora manejasse com muito dinheiro (dado que os peregrinos mais abonados não deixavam de se interessar pelas suas obras sócio-caritativas), sabia que tudo era dado para a sua igreja, os seus pobres, os seus órfãos, as meninas da sua "Providence", as suas famílias mais indigentes. Por isso, ele "era rico para dar aos outros e era muito pobre para si mesmo". Explicava: "O meu segredo é simples: dar tudo e não guardar nada". Quando se encontrava com as mãos vazias, dizia contente aos pobres que se lhe dirigiam: "Hoje sou pobre como vós, sou um dos vossos". Deste modo pôde, ao fim da vida, afirmar com absoluta serenidade: "Não tenho mais nada. Agora o bom Deus pode chamar-me quando quiser!". Também a sua castidade era aquela que se requeria a um padre para o seu ministério. Pode-se dizer que era a castidade conveniente a quem deve habitualmente tocar a Eucaristia e que habitualmente a fixa com todo o entusiasmo do coração e com o mesmo entusiasmo a dá aos seus fiéis. Dele se dizia que "a castidade brilhava no seu olhar", e os fiéis se apercebiam disso quando ele se voltava para o sacrário fixando-o com os olhos de um enamorado. Também a obediência de São João Maria Vianney foi toda encarnada na dolorosa adesão às exigências diárias do seu ministério. É sabido como o atormentava o pensamento da sua própria inaptidão para o ministério paroquial e o desejo que tinha de fugir "para chorar a sua pobre vida, na solidão". Somente a obediência e a paixão pelas almas conseguiam convencê-lo a continuar no seu lugar. A si próprio e aos seus fiéis explicava: "Não há duas maneiras boas de servir a Deus. Há apenas uma: servi-Lo como Ele quer ser servido". A regra de ouro para levar uma vida obediente parecia-lhe ser esta: "Fazer só aquilo que pode ser oferecido ao bom Deus".No contexto da espiritualidade alimentada pela prática dos conselhos evangélicos, aproveito para dirigir aos sacerdotes, neste Ano a eles dedicado, um convite particular para saberem acolher a nova primavera que, em nossos dias, o Espírito suscita na Igreja, através nomeadamente dos Movimentos Eclesiais e das Novas Comunidades. "O Espírito é multiforme nos seus dons. (…) Ele sopra onde quer. E o faz de maneira inesperada, em lugares imprevistos e segundo formas precedentemente inimagináveis (…); mas nos demonstra também que Ele age em vista do único Corpo e na unidade do único Corpo". A propósito disto, vale a indicação do Decreto Presbyterorum ordinis: "Sabendo discernir se os espíritos vêm de Deus, [os presbíteros] perscrutem com o sentido da fé, reconheçam com alegria e promovam com diligência os multiformes carismas dos leigos, tanto os mais modestos como os mais altos". Estes dons, que impelem não poucos para uma vida espiritual mais elevada, podem ser de proveito não só para os fiéis leigos mas também para os próprios ministros. Com efeito, da comunhão entre ministros ordenados e carismas pode brotar "um válido impulso para um renovado compromisso da Igreja no anúncio e no testemunho do Evangelho da esperança e da caridade em todos os recantos do mundo". Queria ainda acrescentar, apoiado na exortação apostólica Pastores dabo vobis do Papa João Paulo II, que o ministério ordenado tem uma radical "forma comunitária" e pode ser cumprido apenas na comunhão dos presbíteros com o seu bispo. É preciso que esta comunhão entre os sacerdotes e com o respectivo bispo, baseada no sacramento da Ordem e manifestada na concelebração eucarística, se traduza nas diversas formas concretas de uma fraternidade sacerdotal efetiva e afetiva. Só deste modo é que os sacerdotes poderão viver em plenitude o dom do celibato e serão capazes de fazer florir comunidades cristãs onde se renovem os prodígios da primeira pregação do Evangelho.O Ano Paulino, que está para chegar ao fim, encaminha o nosso pensamento também para o Apóstolo das nações, em quem refulge aos nossos olhos um modelo esplêndido de sacerdote, totalmente "doado" ao seu ministério. "O amor de Cristo nos impele – escrevia ele –, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram" (2 Cor 5, 14). E acrescenta: Ele "morreu por todos, para que os vivos deixem de viver para si próprios, mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles" (2 Cor 5, 15). Que programa melhor do que este poderia ser proposto a um sacerdote empenhado a avançar pela estrada da perfeição cristã?Amados sacerdotes, a celebração dos 150 anos da morte de São João Maria Vianney (1859) segue imediatamente às celebrações há pouco encerradas dos 150 anos das aparições de Lourdes (1858). Já em 1959, o Beato Papa João XXIII anotara: "Pouco antes que o Cura d’Ars concluísse a sua longa carreira cheia de méritos, a Virgem Imaculada aparecera, noutra região da França, a uma menina humilde e pura para lhe transmitir uma mensagem de oração e penitência, cuja imensa ressonância espiritual há um século que é bem conhecida. Na realidade, a vida do santo sacerdote, cuja comemoração celebramos, fora de antemão uma viva ilustração das grandes verdades sobrenaturais ensinadas à vidente de Massabielle. Ele próprio nutria pela Imaculada Conceição da Santíssima Virgem uma vivíssima devoção, ele que, em 1836, tinha consagrado a sua paróquia a Maria concebida sem pecado e havia de acolher com tanta fé e alegria a definição dogmática de 1854". O Santo Cura d’Ars sempre recordava aos seus fiéis que "Jesus Cristo, depois de nos ter dado tudo aquilo que nos podia dar, quis ainda nos fazer herdeiros de quanto Ele tem de mais precioso, ou seja, da sua Santa Mãe".À Virgem Santíssima entrego este Ano Sacerdotal, pedindo-Lhe para suscitar no ânimo de cada presbítero um generoso relançamento daqueles ideais de total doação a Cristo e à Igreja que inspiraram o pensamento e a ação do Santo Cura d’Ars. Com a sua fervorosa vida de oração e o seu amor apaixonado a Jesus crucificado, João Maria Vianney alimentou a sua quotidiana doação sem reservas a Deus e à Igreja. Possa o seu exemplo suscitar nos sacerdotes aquele testemunho de unidade com o bispo, entre eles próprios e com os leigos que é tão necessário hoje, como o foi sempre. Não obstante o mal que existe no mundo, ressoa sempre atual a palavra de Cristo aos seus apóstolos, no Cenáculo: "No mundo sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo" (Jo 16, 33). A fé no divino Mestre nos dá a força para olhar confiadamente o futuro. Amados sacerdotes, Cristo conta convosco. A exemplo do Santo Cura d’Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis também vós, no mundo atual, mensageiros de esperança, de reconciliação, de paz.

Com a minha bênção.
Vaticano, 16 de Junho de 2009.
BENEDICTUS PP.XVI